Arduino Day,Evento de prototipagem eletrônica no Tecnopuc No dia 16 de março, sábado, a Universidade recebe o Arduino Day, evento realizado pelo Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) e pelo Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Ideia) em parceria com a Escola Politécnica. A iniciativa, gratuita e aberta ao público, ocorre em diversos espaços do Tecnopuc, das 9h às 18h, e consiste na realização de palestras e oficinas com o foco principal no Arduino, plataforma de prototipagem eletrônica. A inscrição pode ser confirmada através deste link. Acompanhe a programação completa no link e as novidades pela página do evento no Facebook.

Dinâmica

O formato da atividade vem ao encontro de uma das principais prerrogativas do Arduino: o hardware e software livre. É permitido que qualquer pessoa com o conhecimento necessário possa criar seu projeto ou uma versão alternativa da plataforma. Os próprios makers – como se denominam os aficionados por prototipação e eletrônica – podem, a partir disso, organizar os eventos sobre o Arduino. Em 2019, serão mais de 500 celebrações realizadas simultaneamente em cerca de 100 países. Essa é a quarta edição realizada na PUCRS.

É possível se inscrever como participante ou se envolver efetivamente no evento como palestrante ou expositor.

 

Participantes do Hackatown estão reunidos, levantando os braços em comemoração

Foto: Marcos Oliveira

E se você pudesse recriar Porto Alegre? Esse foi o desafio proposto aos participantes do Hackatown Porto Alegre Mobilidade, evento que reuniu a comunidade, a iniciativa privada e entidades governamentais para repensar serviços e espaços públicos. Entre os dias 18 a 20 de janeiro, os inscritos utilizaram o ambiente do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) para encontrar soluções para as dificuldades de mobilidade urbana da Capital. O Hackatown foi promovido por Minha Porto AlegrePoint – Facilitação Criativa, Shoot The Shit, Mercado Brasco e Global Shapers. As ideias de destaque integrarão o Plano de Mobilidade Urbana de Porto Alegre, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, em parceria com o Itaú, 99 Táxis e WRI Brasil.

Porto Alegre para quem?

Mobilidade urbana é um assunto de todos. Atualmente, de acordo com a ONU, 55% da população mundial vive em cidades, e a taxa brasileira de urbanização já supera os 80%. Além da superlotação do transporte público, má condição das ruas e avenidas e a ausência de ciclovias enfrentadas pelos porto-alegrenses, aqueles que possuem necessidades especiais convivem com a dificuldade de encontrar rampas de acessibilidade, corrimãos e outras facilidades.

Conforme a líder de Impacto Social do Tecnopuc, Gabriela Ferreira, explorar alternativas para essas questões é contribuir para a criação de um ambiente mais eficiente e inclusivo. “Esse é um dos compromissos do Tecnopuc: o que sabemos têm de ser empregado em benefício da sociedade. Discutir mobilidade urbana é um meio para isso”, afirma a gestora.

Para que o município tenha acesso aos recursos destinados às obras previstas no Plano de Mobilidade Urbana, o documento precisa ser entregue ao Governo Federal até abril de 2019. “A participação popular é determinante nesse processo. A Universidade está possibilitando isso, cedendo o espaço e participando das ações”, completa Gabriela.

Participantes do Hackatown apresentam projeto em um palco para outros inscritos

Foto: Marcos Oliveira

Estudo, criação e implantação

Ao longo do Hacktown, moradores e empresas vivenciaram uma imersão no tema. Durante três dias, o grupo acompanhou palestras sobre mobilidade urbana, para que estivessem alinhados com as novidades e tendências do campo e estimulassem sua criatividade. As atividades de criação foram divididas em dois momentos: Inspiração e Mão na Massa. Nas fases de Inspiração, eram estudados modelos aplicados com sucesso em outras regiões, para que características replicáveis pudessem ser identificadas. Nas etapas de Mão na Massa, a equipe idealizava soluções a partir da metodologia do design thinking (abordagem dos problemas através da observação e foco nas necessidades do usuário ou cliente) e estimava seus possíveis efeitos.

Entre as opções sugeridas pela equipe, destacam-se a sinalização com arte urbana de cruzamentos com alta incidência de acidentes (com o uso de grafite), a revitalização de praças abandonadas e de paradas de ônibus sem iluminação, além da educação no trânsito. Segundo Gabriela, que também atua como diretora Técnica na Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), o evento rendeu projetos para educar motoristas de aplicativo e veículos públicos sobre inclusão e diversidade no trânsito.

Algumas das medidas passarão a integrar o Plano de Mobilidade de Porto Alegre. Com a aprovação do planejamento pelo Governo Federal, a liberação das verbas acontece a partir de abril de 2019, e segue pelo período de dez anos. Pela próxima década, Porto Alegre receberá investimentos na área e desfrutará dos melhoramentos propostos pelos integrantes do Hackatown.

Hackeando cidades

A proposta do Hackatown é ser um espaço de cocriação, onde diferentes grupos da comunidade e da iniciativa privada podem interagir em nome da inovação – redesenhando o funcionamento das cidades e conquistando benefícios para seus habitantes. Para abraçar as diferentes necessidades de um município, a temática varia a cada edição.

 

 

 

 

 

Labelo

Foto: Divulgação

Desde 2018, os Laboratórios Especializados em Eletroeletrônica da PUCRS (Labelo) realizam ensaios de eficiência energética em quatro tipos de produtos à venda no mercado. Trata-se de uma segunda verificação. A primeira é realizada, a pedido do fabricante, ainda na linha de produção, antes de saírem da fábrica e receberem a autorização do Inmetro para comercialização em todo o País. O Labelo foi um dos laboratórios vencedores de uma licitação realizada pela Eletrobras, com o objetivo de garantir que esses produtos funcionem, depois de prontos, nos níveis declarados nas etiquetas.

A eficiência energética é classificada em etiquetas afixadas aos equipamentos, composta por letras que vão de A até E (sendo A o mais econômico e E o menor em economia). Os produtos com melhor eficiência ganham um selo como premiação da Eletrobras, o chamado Selo Procel, com o objetivo de orientar o consumidor na hora da compra. “Hoje os brasileiros já sabem olhar para a etiqueta e isso é um fator de decisão”, lembra Carlos Bindé Júnior, coordenador de Desenvolvimento e Qualidade do Laboratório.

Saiba mais na Edição 188 da Revista PUCRS.

 

santander empreendaEstão abertas as inscrições para o programa Empreenda Santander 2019, realizado pelo Santander Universidades. A iniciativa tem como objetivo apoiar o empreendedorismo em todo Brasil, em três categorias: Universitário Empreendedor, Startup e Universidade & Microempreendedor. O Santander Universidades apoiará com aporte financeiro, bolsas de estudos na Babson College e mentoria por até seis meses. As inscrições podem ser realizadas até o dia 25 de abril de 2019 pela plataforma de empreendedorismo global do banco, o Santander X. Saiba quem é elegível para o programa:

Universitário Empreendedor
Na categoria Universitário Empreendedor podem participar universitários matriculados em cursos de graduação, pós-graduação em qualquer Instituição de Ensino Superior reconhecida pelo Ministério da Educação e também alunos de ensino técnico, sob orientação de um professor escolhido. O objetivo é apoiar ideias inovadoras, e o projeto selecionado receberá aporte financeiro de R$30 mil, bolsa de estudos na Babson College – para professor e aluno – nos Estados Unidos e mentoria de até seis meses realizada pela Aceleradora de Startups e Inovação Corporativa (ACE).

Startup
Na categoria Startup a finalidade é apoiar iniciativas com alto potencial de crescimento e escala. Participam empreendedores com negócio já constituído no mercado e a startup finalista receberá o valor de R$100 mil, além de bolsa de estudo na Babson College e mentoria de até seis meses realizada pela Endeavor.

Universidade & Microempreendedor
Na esfera de Universidade & Microempreendedor o foco é capacitar a instituição de ensino para que esta apoie o desenvolvimento do negócio do microempreendedor selecionado, para isso a Universidade receberá um treinamento exclusivo da Aliança Empreendedora. Os microempreendedores devem ser clientes do Prospera Santander Microcrédito, e os interessados devem procurar o agente de crédito para gravar um vídeo contando sobre seu negócio. Após a etapa de inscrição dos microempreendedores, as Universidades poderão assistir aos vídeos e escolher entre os negócios que desejam contribuir. A instituição de ensino superior selecionada receberá R$15 mil para aplicar no plano de capacitação que apoiará o microempreendedor por até seis meses, e este poderá receber R$5 mil para investir em seu negócio.

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Equipe da Escola Politécnica que desenvolveu o app Adoção / Foto: Camila Cunha

Imagine uma ecografia na qual é possível ver o rosto do seu filho com total nitidez, ouvir a voz e assistir a um vídeo no qual ele fala sobre si. Imaginou? Essa tecnologia existe e está na palma da mão de milhares de futuros pais e mães que integram o Cadastro Nacional de Adoção (CNA). A inovação foi possível por meio de um aplicativo para smartphones desenvolvido na PUCRS.

Professores e estudantes se engajaram para garantir que crianças e adolescentes, residentes em abrigos e casas de passagem, encontrem um lar definitivo e o carinho de quem anseia por tornar real o sonho da maternidade e da paternidade. O nome do app, que incentiva pessoas habilitadas a conhecerem perfis alternativos aos mais procurados para adoção – de zero a três anos –, não poderia ser mais apropriado: Deixa o amor te surpreender.

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Fernando Arndt e Clarice Londero com as filhas / Foto: Camila Cunha

Na elaboração do aplicativo, o professor Eduardo Arruda, da Escola Politécnica, testemunhou um engajamento dos alunos sem precedentes. “Pela primeira vez, em quase 25 anos de magistério na PUCRS, observei a emoção real sentida ao perceberem o impacto do que estavam fazendo e o quanto aquilo poderia representar para crianças, adolescentes e pais de coração”, expressa o docente.

Conheça mais sobre a história do aplicativo que ajuda a aproximar destinos neste link, na edição 188 da Revista PUCRS.

Gestores de Ambientes de Inovação da América Latina

Foto: Bruno Todeschini

O Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) recebeu na última semana gestores de ambientes de inovação da América Latina para a fase de estágio do Programa Interamericano de Formação de Gestores para Ambientes de Inovação (PIFGAI). A 2ª edição do Programa contou com 15 representantes da região, envolvendo sete países. A Pasantia (fase de estágio) passou por uma intensa agenda entre os dias 10 e 14 de dezembro, quando os participantes visitaram a estrutura do parque e da Universidade, além de apresentarem os trabalhos finais do curso.

O PIFGAI é promovido pela Organização Universitária Interamericana (OUI), através do Colegio de Las Américas (COLAM), programa focado na promoção de redes acadêmicas. O curso é semipresencial, com dois encontros presenciais: o Congresso Internacional de Conhecimento e Inovação (CIKI), que em 2018 foi realizado no México e em 2019 será sediado na PUCRS, e o período de estágio, realizado no Tecnopuc em 2017 (na 1ª Edição) e 2018. A coordenação geral está a cargo do diretor executivo de COLAM, Fernando Daniels. A coordenação acadêmica está sob a responsabilidade do diretor do Centro de Apoio ao desenvolvimento Científico e Tecnológico (Ideia) da PUCRS, Eduardo Giugliani.

A OUI tem sede em Montreal, no Canadá, e é uma associação de Universidades que reúne cerca de 400 Instituições de Ensino Superior das Américas, da qual a PUCRS faz parte. O COLAM possuiu eixos de trabalho e um deles é de inovação, no sentido de trabalhar com as universidades para que estejam mais capazes de direcionar e atuar em processos de inovação. “Essa ideia surgiu junto ao professor Jorge Audy (superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS), visando constituir uma rede de experiências que poderiam contribuir para que mais universidades estejam abertas para enxergar a inovação. Esse pensamento original foi consolidado neste programa. É essa a importância da PUCRS neste contexto, ela participa da OUI, sendo fundamental para criarmos o PIFGAI e para que possamos executá-lo”, destaca Daniels.

Gestores de Ambientes de Inovação da América Latina, Fernando Daniels

Foto: Bruno Todeschini

A proposta do programa é desenvolver capacidades para a gestão estratégica de ambientes de Inovação. O público alvo são funcionários e colaboradores de Universidades e Organizações que lideram e gerem esses processos de implementação, atualização ou transformação desses ambientes em vetores do desenvolvimento e inclusão social. Por quatro meses, o grupo estuda os conceitos básicos e fundamentos desses sistemas e de como funcionam efetivamente na prática. Cada participante tem seu projeto, que é desenvolvido ao longo do curso, com a expectativa de implementação após às atividades. A fase final da formação é o estágio, no qual os participantes conhecem e conversam com profissionais de todo o mundo e podem ver o que está sendo feito ao redor do globo. “Para eles é muito importante observar, na prática, um modelo que já deu certo. Eles conseguiram extrair muitas coisas e esse é o maior valor agregado da proposta. Não temos uma visão apenas técnica, mas cultural, geográfica, política. Também surgem oportunidades de parceria e de troca”, avalia Daniels.

Segundo o diretor executivo de COLAM, o Tecnopuc é um modelo interessante por representar um parque tecnológico inserido em uma universidade, o que impulsiona uma mudança no Campus, recebendo empresas e direcionando a PUCRS em uma visão de futuro específica. “O grau de desenvolvimento é muito avançado, temos os CriaLab, como exemplo de criatividade, temos a fase de incubação, temos o processo de relacionamento com as empresas, o relacionamento orgânico entre mercado e pesquisa, e também as ações fora da Universidade, em parceria com os governos e a administração da cidade, além do Aliança pela Inovação, com outras instituições”, comenta.

Caminhos EmpreendedorismoCom o objetivo de auxiliar a comunidade acadêmica na construção da trajetória empreendedora – que pode ser trilhada desde a graduação e se estende a professores, alumni e comunidade em geral -, a PUCRS lança os Caminhos do Empreendedorismo. Por meio de um material didático e resumido, o projeto busca orientar os estudantes em relação ao propósito empreendedor, que pode estar relacionado a criar empresas e também a ser um agente de mudança propositivo na sociedade.

Os Caminhos do Empreendedorismo vão auxiliar respondendo dúvidas sobre onde e como começar, já que a PUCRS oferece um ecossistema para um caminho empreendedor completo, com diversos agentes como disciplinas, laboratórios e parque tecnológico.

Propósito e negócio

O material é dividido em duas partes: “Descoberta do propósito”, que mostra de quais atividades o indivíduo pode participar para entender como fazer a diferença, conhecer suas competências e propósito, ser um profissional propositivo e gerar impacto na sociedade.

Já em “Desenvolvimento do meu negócio”, é possível saber quais são os caminhos para tirar ideias do papel, criar uma startup e consolidar um negócio. Os caminhos não precisam ser seguidos de maneira linear, é possível transitar pelas trilhas, adaptando as experiências conforme a necessidade de cada um. O material foi idealizado e produzido pelo Ecossistema de Empreendedorismo e Inovação da PUCRS, que inclui Tecnopuc, IDEAR e Escritório de Carreiras. O material pode ser conferido neste link.

Livro aborda competências empreendedoras

Outro lançamento é o material Sou uma ideia a empreender, que dá ideias para inspirar a pensar e a fazer diferente; mostra sugestões de leituras, atividades, vídeos e ferramentas para melhorar as ideias do leitor e ainda, apresenta um universo de possibilidades empreendedoras na Universidade.

O material trata do empreendedorismo como competência: um conjunto de habilidades que permitem a materialização de propósitos e projetos. Mostra que empreender vai além de criar empresas e startups, mas que é possível usar a criatividade e a capacidade de inovar em todas as áreas da vida. A publicação está disponível para baixar pelo link. A realização do projeto é do Idear – Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação da PUCRS, com patrocínio do SEBRAE.

 

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Alison Campbell / Fotos: Camila Cunha

A diretora do Knowledge Transfer Ireland (órgão responsável, pela promoção, desenvolvimento e gerenciamento do sistema de transferência de conhecimento do país), Alison Campbell, esteve no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) para a palestra Inovação para o Futuro: Case da Irlanda, em 6 de dezembro. Alison visitou a PUCRS para compartilhar o que vem sendo feito em seu país para o desenvolvimento do sistema de inovação e, em especial, para a criação do ambiente certo para transferência de conhecimento, principalmente no contexto de serem relativamente novos nessa área. “Estamos ativamente engajados na comercialização da pesquisa pelos últimos 11 anos”, contou em entrevista e garantiu que pretende levar consigo a troca de experiências que vivenciar no ecossistema de inovação da Universidade.

Para Alison, a ciência tem um papel muito importante no empreendedorismo e na competitividade de empresas, mas é preciso ser capaz de inová-la e usar seus resultados para impulsionar essas inovações. “Muitas ideias cientificas podem formar a base para começar novas companhias ou podem ser ponto de partida para que empresas peguem essas ideias em estágio inicial e apliquem seus recursos, suas habilidades e expertises para chegarem ao próximo nível”, comenta.

Para manter um diálogo entre indústria e academia de forma a beneficiar ambas, Alison destaca a necessidade de transparência nos objetivos. “É preciso que todos sejam extremamente claros sobre o que querem alcançar e o que não querem. Uma das coisas que desenvolvemos na Irlanda é uma estrutura que ajuda todos, empresas e instituições de ensino superior, a entenderem como devem se envolver uns com os outros e as diretrizes em torno disso. É claro para a indústria, quando trabalha com instituições de ensino, o que esperar e como devem se comportar. Há uma estrutura que descreve como a relação precisa ser administrada e também coisas que a universidade pode precisa, como a possibilidade de publicar”, conta.

Propriedade intelectual

As universidades, segundo Alison, podem se preocupar demais com propriedade intelectual, em cria-la e mantê-la, mas é preciso usa-la como base para criar uma relação com empresas e ajudar na competitividade e no desenvolvimento econômico da sociedade. “É precisa haver equilíbrio e realismo em termos do que a propriedade intelectual é e em que estágio está na relação com as empresas. As universidades devem reconhecer o esforço que as empresas colocam, o tempo, os recursos e o dinheiro investido, para levar essas ideias iniciais ao próximo nível. Da mesma forma, sem dúvida, o valor das universidades vai além da propriedade intelectual criada. É também o ambiente, o conhecimento e a reputação que pode trazer a uma empresa. Isso é igualmente importante e geralmente não valorizado”, avalia.

O papel das universidades

alison-0219O objetivo das universidades na equação do empreendedorismo e inovação é de criar novos conhecimentos e dissemina-lo. Com um papel de acelerar e unir empresas e produção acadêmica, as universidades criam ambientes propícios para essas relações, com pessoas inteligentes e boas estruturas. “Porque suas pesquisas são colaborativas, essas instituições estão em boa posição para se envolver com empresas e compartilhar seus conhecimentos e recursos. Outra coisa incrível sobre universidades e lugares como o Tecnopuc é a promoção de diálogos entre as empresas que ali estão instaladas, de uma forma que não fariam por conta própria”, diz.

Alison elogia a forma como a PUCRS e o Tecnopuc trabalham a transferência de conhecimento para impulsionar a inovação e o crescimento do país. “Me parece que vocês encontraram ótimas formas de fazer isso. Um dos grandes segredos é saber o que se quer alcançar, encontrar esse papel específico da universidade de unir, impulsionar e desenvolver o crescimento econômico. Com isso, pesquisadores podem trabalhar em colaboração com empresas com mais frequência, estudantes podem ter apoio para serem mais empreendedores, espaços como tecnopaques e incubadoras podem trazer empresas.”

Desafios na transferência de conhecimento

alison-0230Pelo mundo as pessoas trabalham com transferência de tecnologia e comercialização de pesquisas e os problemas são parecidos, mas o contexto é diferente e as prioridades mudam. Alison elenca três 3 grandes desafios:

– As universidades lidam com tecnologias e ideias em estágio muito inicial e o desafio está em como desenvolve-las, valoriza-las e deixa-las atraentes para a indústria.

– Mais que um desafio, é uma oportunidade: olhar para os estudantes como empreendedores em termos do que precisam com relação a suas habilidades para o mundo do trabalho, algo vai além da disciplina estudada. “É vê-los como agentes de mudança do desenvolvimento econômico no futuro, em termos de empregos e também de empresas que podem criar.”

– Descrever o impacto da transferência de tecnologia, de conhecimento e da comercialização da pesquisa, que vai além de números. “Não é apenas o número de patentes ou o retorno financeiro, é o que realmente afeta no desenvolvimento econômico, quais os resultados disso. Ainda estamos em um estágio inicial de como fazemos isso.”

Sobre Alison Campbell

Alison tem mais de 20 anos de experiência com a indústria e a academia. Suas áreas de atuação incluem desenvolvimento de novos negócios, gestão de Propriedade Intelectual, educação executiva, criação de startups e impacto da pesquisa e da inovação. Foi diretora administrativa da King’s College London Business Ltd e uma das fundadoras da Global Alliance of Technology Transfer Professionals (ATTP). Recebeu o Global University Venturing Lifetime Achievement Award, em 2018, e uma Ordem do Império Britânico (OBE) em reconhecimento pela contribuição com transferência de conhecimento, em 2010.

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Da esquerda para direita: Rui Vicente Oppermann, Nelson Marchezan, Ir. Evilázio Teixeira e Alsones Balestrin
Foto: Gustavo Diehl/ UFRGS

Foi realizada na tarde da última quarta-feira, 21 de novembro, no Centro Cultural da UFRGS, a solenidade de assinatura oficial do Pacto pela Inovação, denominado Pacto Alegre, cujo objetivo é obter o engajamento e compromisso de entidades públicas e privadas e da sociedade para tornar Porto Alegre uma cidade referência em inovação. A iniciativa surgiu a partir da articulação da Aliança para Inovação, formada por UFRGS, PUCRS e Unisinos, em conjunto com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e entidades representativas da capital. A cerimônia também foi um evento de convite a um conjunto de mais de 70 empresas e entidades para se somarem ao Pacto contribuindo com sugestões, recursos e experiências para a construção conjunta de projetos e ações voltadas transformar Porto Alegre em referência internacional e modelo de colaboração e inovação de alto impacto. O próximo passo é agregar um número cada vez maior de atores para contribuir com a iniciativa. A ideia é apresentar já no início de 2019 um elenco de projetos transformadores.

Os convidados puderam conhecer a identidade visual do Pacto Alegre, apresentada por Cesar Paz, do movimento Porto Alegre Inquieta. Os principais pilares que balizaram a criação da marca são construção coletiva, a ideia da quádrupla hélice (união de governo, universidades, empresas e sociedade organizada), transparência, criatividade e inovação. As letras O e R da palavra Porto foram substituídas por A e C, formando Pacto Alegre e reforçando a ideia ação e criatividade.

Foto: Gustavo Diehl/ UFRGS

No centro, Josep Piquè, que vai atuar como mentor e facilitador do Pacto Alegre
Foto: Gustavo Diehl/ UFRGS

No evento, houve a assinatura do Termo de Fomento entre a Aliança e o Badesul, que estabelece a parceria institucional e financeira para o desenvolvimento das atividades do Pacto. Também são apoiadores o Grupo RBS, o Sicredi e o Agibank. Houve ainda a assinatura do Contrato de Prestação de Serviços especializados de apoio e consultoria de Josep Piquè, que atuará como mentor e facilitador do Pacto Alegre, contribuindo com sua experiência na transformação de cidades como Barcelona e Medellín. Em sua fala, Piquè destacou que Porto Alegre inova na forma de fazer inovação: “pela primeira vez, três universidades lideram a mobilização dos demais agentes. Este fato mostra o compromisso de longo prazo que estão assumido”.

O prefeito Nelson Marchezan também destacou a iniciativa das universidades: “agradeço a grandeza dos reitores da UFRGS, PUCRS e Unisinos que cederam equipes qualificadas e espaços para que se pudesse iniciar esta construção coletiva”, disse. Marchezan também ressaltou o “respaldo extraordinário do mundo acadêmico para que se possa enfrentar desafios e mudar a vida de 1,5 milhão de porto-alegrenses”.

Foto: Gustavo Diehl/ UFRGS

Foto: Gustavo Diehl/ UFRGS

O pró-reitor Acadêmico e de Relações Internacionais da Unisinos, Alsones Balestrin, disse que os desafios de Porto Alegre são grandes, mas que “quanto maior o desafio, maior são as possibilidades de se trabalhar coletivamente”. A necessidade de trabalhar em conjunto também foi abordada pelo reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira. Segundo ele, somando-se visão, convicção e atuação coletiva é possível mudar Porto Alegre. Para isso, destacou o reitor, é preciso “interagir com a sociedade e tecer uma rede em que cada nó contribua com a sua individualidade”. O reitor da UFRGS, Rui Vicente Oppermann, saudou a formalização do Pacto afirmando que são com iniciativas deste tipo que a universidade cumpre com sua missão. Oppermann concluiu chamando todos os presentes a fazer parte do Pacto: “sintam-se chamados a trabalhar, porque este é um trabalho a ser feito por várias mãos”.

Participaram também da cerimônia autoridades municipais e estaduais e o governador eleito Eduardo Leite, representantes das empresas apoiadoras, além do superintendente de Inovação da PUCRS, Jorge Audy, do coordenador da Aliança para Inovação e pró-reitor de Pesquisa da UFRGS, Luis da Cunha Lamb, e do Coordenador do Pacto Alegre e diretor da Escola de Engenharia da UFRGS, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho.

 

Aliança para Inovação lança marca e portal

aliança para inovaçãoNesta solenidade, a Aliança para Inovação lançou oficialmente a sua marca. Uma ação que apresenta a identidade visual da articulação entre as três universidades – UFRGS, PUCRS e UNISINOS – que visa potencializar ações de alto impacto em prol do avanço do ecossistema de inovação e do desenvolvimento.

Outra novidade é o portal, que permite o acompanhamento dos eventos que contam com o apoio da Aliança. O site também traz conteúdo e galeria de fotos sobre as atividades já realizadas e informações relacionadas às universidades envolvidas. A proposta é que esse espaço seja uma ferramenta de pesquisa e dados para que o Rio Grande do Sul se torne uma referência internacional no ambiente de inovação, conhecimento e empreendedorismo.

 

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quilombolas, aplicativo

Fabiane (E) e Sônia Xavier, do Quilombo Areal da Baronesa: de volta às raízes com a tecnologia/Fotos: Camila Cunha

Um aplicativo voltado a populações quilombolas resulta de um projeto conjunto entre as Escolas de Humanidades e Politécnica. Terá informações sobre políticas sociais e direitos das comunidades remanescentes de quilombos. A ferramenta está em fase de testes por líderes dos grupos que são alvo da iniciativa, uma das destacadas neste Dia da Consciência Negra (20 de novembro).

A pesquisa interdisciplinar identifica as demandas das mulheres quilombolas e o acesso às políticas públicas previstas no Programa Brasil Quilombola, implementado em 2004 pelo governo federal. Envolve alunos, professores e profissionais de Serviço Social, Engenharia de Computação e Sistemas de Informação. Conta com apoio do CNPq, da Fapergs e do edital Praias – Programa de Integração entre as Áreas da PUCRS. “É um projeto inovador e pioneiro no Estado. Com o aplicativo, queremos que as comunidades tenham maior controle e participação na busca por seus direitos de cidadania”, destaca a coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisa em Violência, do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, Patrícia Krieger Grossi, uma das responsáveis pelo estudo.

aplicativo quilombolas

Na visão da professora Ana Paula Terra Bacelo, coordenadora do Bacharelado em Engenharia de Software, da Escola Politécnica, esse é um primeiro passo. “O aplicativo está mais informativo do que interativo. Gostaríamos que, por meio dele, as comunidades se conhecessem, se reconhecessem.” Uma das ideias é criar redes divididas por faixas etárias, possibilitando trocas de informações entre os quilombos.

A reportagem completa da Revista PUCRS está no link.