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Foto: Gustavo Diehl / UFRGS

Mais de 50 pessoas vinculadas a entidades, organizações da sociedade civil, startups, setor público, empresas privadas e universidades realizaram na manhã desta sexta-feira, dia 10 de maio, a discussão e a seleção de projetos do macrodesafio Talentos do Pacto Alegre. O objetivo era definir propostas que contribuam para cidade em relação à geração, manutenção e atração de talentos.

Os debates apontaram problemáticas relativas à noção de pertencimento à cidade, à definição e o fortalecimento dos potenciais que a cidade tem para oferecer aos seus cidadãos, além focar no papel da educação, em vários níveis, para criar um ambiente favorável aos talentos locais e à atração de profissionais de outros centros. Após a formação de 16 propostas, foram escolhidos três projetos que podem ajudar a cidade a melhorar sua relação com os talentos.

 

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Foto: Gustavo Diehl / UFRGS

Ideias selecionadas

Um das selecionadas foi a ideia de criar Olimpíadas da Inovação, que serão induzidas pelas universidades e pela Prefeitura de Porto Alegre. O objetivo é gerar comprometimento com a elaboração de projetos estruturados de inovação, que envolvam uma entrega efetiva e resultem na premiação das melhores iniciativas. Outra proposta surgida é chamada de PoA é Linda e Receptiva, que visa integrar cultura, ciência, tecnologia e arte para melhorar a percepção da comunidade e de visitantes sobre a capital gaúcha. Também foi selecionado o projeto de formação de professores, que procura ressignificar os envolvidos na educação básica e que abrange universidades e prefeitura, adequando recursos financeiros já existentes, para fomentar a inovação.

“Mais do que cumprir os objetivos de gerar, manter e atrair talentos para a cidade, esses projetos são pautados pelo impacto que trazem para toda a cidade, são realizáveis pelos diferentes atores da cidade e têm viabilidade em curto espaço de tempo”, explicou o professor da Escola de Negócios da PUCRS, Luis Humberto Villwock.

Ao avaliar a ação do Pacto, o pró-reitor Acadêmico e de Relações Internacionais da Unisinos, Alsones Balestrin, comentou que, no âmbito da Aliança para Inovação em Porto Alegre, formada pela UFRGS, Unisinos e PUCRS, foram feitas iniciativas como a construção dos parques tecnológicos para incentivar a inovação na cidade, mas que isso não é mais suficiente e que é necessário o envolvimento de outros atores na geração de um ambiente favorável aos talentos na cidade. “Porto Alegre seja talvez, das capitais do Brasil, a melhor favorecida em sementeiras de talentos: as universidades. Aqui semeamos e fazemos brotar os talentos, mas acabamos fornecedores de talentos para outros centros”, avaliou o pró-reitor.  Balestrin considera que o Pacto é uma notícia positiva nessa temática porque mobiliza pessoas de várias instituições para pensar projetos de impacto para a cidade.

O diretor do Parque Zenit da UFRGS, Marcelo Lubaszewski, caracterizou a formação dos talentos no contexto tecnológico atual como fator de preocupação para a cidade e suas instituições educacionais. Durante as atividades, Lubaszewski definiu como uma dimensão essencial para qualquer projeto a questão dos talentos.  “Precisamos pensar as pessoas, com as pessoas, para as pessoas. Desenvolver não apenas os talentos técnicos, que já concentraram a formação universitária, mas a atitude, a liderança e o empreendedorismo”, disse o diretor.

 

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Foto: Gustavo Diehl / UFRGS

Talentos

Envolvido nas atividades desta manhã, o jovem diretor Space Hunters e integrante do grupo Porto Alegre Inquieta, Arthur Dias Duarte, considera que o caminho para Porto Alegre na questão dos talentos é facilitar o crescimento e a atração de empresas e fomentar o conhecimento empreendedor.  “Devemos valorizar os pequenos negócios, deixar o cara que está na comunidade com um mercadinho crescer. Acho que o principal caminho é mostrar desde a escola o conhecimento empreendedor. Muitos dos jovens talentos não conseguem enxergar novas oportunidades que não sejam carreiras tradicionais”, ponderou.

Durante os debates, economista Diana Gerbase, associada-fundadora da Mobis, empreendimento que trabalha com educação para a cidadania, defendeu a incorporação da diversidade nas ações do Pacto. Ela acredita que a diversidade abre caminhos e possibilidades para todos se colocarem como são, com suas ideias, a debaterem e criarem coisas novas. “No momento em que a gente não se prepara para um ambiente diverso, a gente exclui ideias, a gente exclui pessoas, exclui gente que pode inovar e gerar valor para a sociedade”, comentou. Diane enfatizou que, para as propostas do Pacto serem apoiadas pela sociedade, “em primeiro lugar, as pessoas têm que sentir que elas pertencem ao Pacto, e só vamos criar pertencimento se a gente dialogar com os diferentes grupos da sociedade”.

Os projetos escolhidos hoje se somam aos definidos nas rodadas anteriores dos macrodesafios do Pacto e serão levados agora para a mesa do Pacto Alegre, em reunião que ocorrerá dia 31 de maio. Ainda serão realizadas mais duas rodadas de seleção de projetos, nos dias 20 e 24 de maio, quando entram em pauta os macrodesafios Transformação Urbana e Qualidade de Vida.

 

Sobre o Pacto Alegre

O Pacto Alegre é uma proposta de movimento de articulação e eficiência na realização de projetos transformadores e com amplo impacto para a cidade. O objetivo é criar condições para que a cidade se transforme em um polo de inovação, atração de investimentos e empreendedorismo. O convênio prevê o compartilhamento de recursos e parcerias com o poder público e a iniciativa privada. A ideia é unir forças da cidade, de todos os segmentos, em prol de uma agenda comum.

CONFIRA: Pacto Alegre define propostas para inovação na gestão pública

CONFIRA: Pacto Alegre define projetos do macrodesafio de Ambiente de Negócios

anúncio com o texto sua startup no tecnopucNo dia 17 de maio, a equipe do Tecnopuc Startups promove o evento Sua Startup no Tecnopuc, com o objetivo de facilitar o entendimento sobre o processo de seleção de novos negócios no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc). Interessados podem realizar a inscrição clicando aqui. A atividade ocorre das 17h30min às 19h, no Tecnopuc Crialab (Avenida Ipiranga, 6681 – prédio 97 – Torre Da Vinci, 2º andar). Mais informações pelo telefone (51) 3353-6216 ou pelo e-mail [email protected].

De acordo com o líder do Tecnopuc Startups e professor da Escola Politécnica, Leandro Pompermaier, uma startup que está instalada no Parque tem a possibilidade de se conectar com grandes empresas do Rio Grande do Sul e do Brasil. “Temos investidores que visitam o ecossistema seguidamente e que se interessam em conhecer as startups. São possíveis parceiros de negócio que auxiliam os empreendedores tanto na estratégia quanto em questões contábeis e jurídicas”, explica.

Hoje com 89 startups, o Parque tem como meta alcançar mil em 10 anos. “Queremos fazer com que essas mil, ao lado das empresas que compõe o ecossistema, possam transformar o Tecnopuc em um polo de referência em tecnologia e inovação, com organizações em diferentes níveis de maturidade, sejam nascentes ou consolidadas”, reforça Pompermaier.

Interessados em instalar sua startup no Tecnopuc podem fazer sua inscrição a partir do edital de seleção do Programa de Desenvolvimento de Startups, que está com inscrições abertas até o dia 1º de julho.

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Jorge Audy – Foto: Bruno Todeschini

A transformação digital e o futuro dos negócios passaram a ser temas centrais no mundo empresarial, tanto para as emergentes startups como para as empresas consolidadas no mercado. O atual momento permite visualizar perspectivas positivas para os empreendimentos que lidam com os temas que norteiam as maiores e melhores empresas em atividade: a criatividade, as novas tecnologias e a inovação. O grande dilema é como nos preparamos para conhecer este novo contexto, social e empresarial, suas perspectivas e impactos, nas pessoas, nas empresas e na sociedade.

Buscando colocar luz nestes temas, o MBA em Transformação Digital e Futuro dos Negócios, desenvolvido pela Escola Politécnica da PUCRS e pelo Tecnopuc, tem por objetivo propiciar a reflexão com os maiores especialistas mundiais sobre os impactos das novas tecnologias e da criatividade em diversos segmentos, do crescimento exponencial dos negócios, do papel dos ecossistemas de inovação e dos novos arranjos organizacionais no mundo contemporâneo. A maior parte dos profissionais não está preparada para o processo de transformação digital das empresas onde trabalham, enquanto os novos empreendedores no universo das startups, que aplicam tecnologias como Inteligência Artificial (AI), Blokchain ou Internet das Coisas (IoT), não estão necessariamente cientes do potencial transformador do mercado onde estão entrando, como nos segmentos financeiros, energia, saúde, de agronegócios ou na indústria criativa.

O curso de pós-graduação, oferecido nas modalidades presencial e online, está estruturado em três eixos: transformação digital, futuro dos negócios e novas tecnologias e inovação. O time de professores envolve profissionais do mais alto reconhecimento nos seus segmentos de atuação, como Salim Ismail, que trata de Organizações Exponenciais, e Raymond McCauley, ambos da Singularity University, e Patrick Hollingworth, consultor internacional na área de novos modelos organizacionais para ambientes de profunda transformação, conhecidos como Ligth and Fast Organization.

Participam, também, diversos profissionais da Microsoft, professores da área de criatividade da Stanford University, de transferência de tecnologia da Agência Espacial Europeia, cientistas de dados, especialistas em realidade virtual, IoT e Al, além de profissionais das áreas de Tecnologias Sociais e Economia Digital, entre outros temas.

Acima de tudo, o curso foi concebido a partir da experiência do ecossistema de inovação do Tecnopuc, referência na América Latina, berço de centenas de startups e sede de operações de empresas do porte da Apple, Microsoft, Santander, HP, HPE e Oracle, envolvendo mais de 7 mil pessoas e mais de 170 empresas, entidades e centros de pesquisa.

O MBA em Transformação Digital e Futuro dos Negócios configura-se em uma formação e uma reflexão com ícones nacionais e mundiais, proporcionando enorme potencial de inserção em uma rede global de profissionais da mais alta qualificação e de ambientes de inovação de classe mundial.

ideação, banner notíciaInteressados na temática de empreendedorismo e inovação podem participar das oficinas que integram a programação do Ideação- Encontro de Empreendedorismo e Inovação da PUCRS. As atividades são gratuitas e abertas ao público, e ocorrem nos dias 14 e 15 de maio no Living 360° (prédio 15). As inscrições podem ser feitas pelo site http://www.pucrs.br/idear/ideacao/.

Estarão em pauta temas como as barreiras jurídicas do empreendedorismo; a arte de falar e influenciar;  e gamification como ferramenta de comunicação, entre outros. A realização é do Idear – Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação da PUCRS e do PUCRS Carreiras, com patrocínio do Sebrae.

Idear

O Idear promove o empreendedorismo e a inovação de diferentes formas – para alunos e professores da PUCRS e também para a comunidade em geral. Está localizado na sala 210 do Living 360°, no prédio 15 do Campus (Av. Ipiranga, 6681 – Porto Alegre).

PUCRS Carreiras

O PUCRS Carreiras tem como propósito fortalecer o elo entre a Universidade e o mundo do trabalho, desenvolvendo a empregabilidade dos alunos, alumni PUCRS e comunidade. Oferece estágios, vagas efetivas, capacitações e um sólido trabalho de consultoria e aconselhamento de carreira. Está localizado na sala 102 do Living 360°.

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Foto: Cásar Lopes / PMPA

Mais de 50 representantes de entidades do Pacto Alegre, programa que pretende transformar Porto Alegre em referência global como ecossistema de inovação, passaram a manhã desta sexta-feira, dia 3 de maio, num exercício de criação conjunta que resultou na concepção de três propostas de projetos para Modernização da Administração Pública. O encontro ocorreu no prédio da Unisinos, em Porto Alegre.

Estas iniciativas serão levadas à próxima reunião da Mesa do Pacto Alegre, que ocorrerá no dia 31 de maio. As propostas foram concebidas com a visão de que existe apoio para sua implantação imediata e que é possível gerar impactos mensuráveis até novembro de 2019.

CONFIRA: Pacto Alegre define projetos do macrodesafio de Ambiente de Negócios

Entre as ideias mais apoiadas está a Cidade Transparente, uma proposta de projeto que visa dar maior acesso aos cidadãos sobre os dados de governo e estimular a participação cidadã nas ações da cidade. A proposta denominada inicialmente de Start.Gov visa estruturar uma série chamadas de startups para trabalhar na proposição de soluções inovadoras para problemas da cidade. Já a proposta denominada Cidadão Único visa integrar os dados do cidadão junto à prefeitura e ampliar e facilitar o acesso digital da população aos serviços públicos. As iniciativas foram desenvolvidas e votadas como as mais promissoras durante a 3ª Oficina de Ideação de projetos do Pacto.

 

pacto alegre, modernização gestão pública

Foto: Cásar Lopes / PMPA

Dinâmicas e pretensões

De maneira dinâmica, os representantes das entidades refletiram sobre o que seria relevante para melhorar a gestão da cidade. Após rodadas de debate e observação, os participantes foram divididos em quatro times, que tinham a tarefa de juntar e estruturar as ideias na forma de propostas de projeto, levando em conta requisitos relevantes de impacto, recursos, liderança e entrega. Foram propostas 15 ideias no total, e depois selecionadas as mais apoiadas.

Para o secretário-adjunto municipal de Planejamento e Gestão, Daniel Rigon, a busca por uma capital mais moderna é o maior desafio do Pacto. “Tirar as pessoas da rotina é um fator motivador importante para que elas pensem, discutam e trabalhem por um novo futuro”, afirma Rigon. “Precisamos criar um ambiente propício aos negócios que crie condições para gerar desenvolvimento econômico à capital e ao Estado”, acrescenta Alexander Leitzke, gerente de planejamento do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).

Porto Alegre mais criativa – Para trilhar o desafio da inovação, Porto Alegre se espelha em modelos exitosos das metrópoles que mais estimulam o empreendedorismo no Brasil e na América Latina, como as cidades do Rio de Janeiro, de Florianópolis, de São Paulo e de Medellín, na Colômbia. A capital do departamento colombiano de Antioquia, por exemplo, deixou de ser a mais perigosa do mundo, entre 1980 e 1990, para se tornar uma das mais criativas. Graças a um projeto de continuidade que ao longo de 20 anos não foi afetado pelas trocas de governo a cada quatro anos.

 

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Foto: Cásar Lopes / PMPA

Análise das iniciativas escolhidas

Na avaliação do coordenador do Pacto Alegre, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, a capital dos gaúchos tem grande potencial para virar referência mundial. Segundo ele, a transformação já começou com a mobilização da sociedade para selar o Pacto e com ações concretas do poder público, como ampliar a agilidade no tempo de licenciamento e revitalizar pontos históricos como o Quarto Distrito, a Orla do Guaíba e o Cais do Porto. “A inovação é vital para as cidades do século 21 reformatarem relações econômicas e sociais para gerar lugares com mais qualidade de vida”, explica.

 

Cronograma de reuniões dos macrodesafios

 

Sobre o Pacto Alegre

O Pacto Alegre é um compromisso selado pelos atores públicos e privados mais capazes de impactar a cidade com a missão de gerar as condições para que POA se torne um polo de inovação capaz de atrair investimentos, fomentar o empreendedorismo, gerar e reter talentos. A ideia é alinhar as forças de todos os segmentos da sociedade em prol de uma agenda comum e do compartilhamento de recursos. A gestão do processo é coordenada pela Aliança para Inovação, que envolve UFRGS, PUCRS e Unisinos, em parceria com a Prefeitura de Porto Alegre.

Grupo de alunos da Fundação Pão dos Pobres em arena ao ar livre no Tecnopuc

Equipe do aplicativo com egressos dos cursos do Pão dos Pobres na primeira seleção realizada. Foto: Divulgação/TriFácil

A TriFácil, startup instalada no Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc), buscou a parceria da Fundação Pão dos Pobres com o objetivo de facilitar o acesso de pessoas em situação de vulnerabilidade social ao mercado de trabalho. A ideia é que os egressos dos cursos de profissionalização da instituição, especialmente das áreas de serralheria, marcenaria e técnica e manutenção em informática, sejam cadastrados no aplicativo, também chamado TriFácil. O app, atualmente disponível na Apple Store, permite ao usuário se conectar com prestadores de serviços em diversas áreas, como informática, instalação de móveis, fretes, hidráulica, elétrica etc. Os participantes passam por uma seleção, que inclui análise de documentos e entrevista pessoal, e depois são habilitados a trabalharem no aplicativo.

A primeira seleção envolveu 30 egressos dos cursos. Segundo Alexandre Ortega, um dos co-fundadores da startup, a expectativa é que mais de 60% deles comecem a trabalhar na plataforma. “Nosso objetivo é ser a porta de entrada para uma escolha de vida dessas pessoas”, afirma Ortega. Rodrigo Bettker, consultor operacional da TriFácil, ressalta que os participantes muitas vezes vêm de situações de fragilidade social. “Acreditamos que toda startup ou empresa consolidada tem que auxiliar a comunidade de alguma forma. Se conseguirmos ajudar um deles, já ganharemos o dia”, diz. Também fazem parte da equipe Fernando Martin, responsável pela área tecnológica e desenvolvedor da ferramenta, e Fábio Benites, co-founder e responsável pelos assuntos jurídicos. Benites é pós-graduado em Direito do Trabalho pela Escola de Direito.

Depois de habililitados, a TriFácil oferecerá para os participantes workshops de boas práticas, apresentação, qualidade de trabalho e outros temas da rotina de trabalho dos prestadores. Os sócios destacam que as escolas profissionalizantes públicas ou privadas que enxergarem possibilidades de parceria como essa podem enviar e-mail para [email protected].

 

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Éder Henriqueson, decano da Escola de Negócios. Foto: Camila Cunha

As profissões se contornam no exercício dos trabalhos e nas mudanças dos arranjos trabalhistas, envoltos em questões políticas, econômicas e culturais. A introdução de novas tecnologias vem há séculos modificando as relações de trabalho. Modificações essas que no contemporâneo podem ser pensadas em termos de força, de processamento de grandes volumes de dados, automação e centralização de sistemas automatizados em tempos cada vez mais acelerados.

Devemos pensar que as transformações que vivemos impactam no contorno das profissões e modificam profundamente as relações de trabalho e de produção, com efeitos no modo como nos relacionamos entre nós e com a vida. Prospectar sobre o futuro do trabalho, das ocupações e das formações exige, então, refletir sobre o atravessamento das tecnologias e das relações humanas nisso.

“Os sistemas técnicos, por mais incríveis, “inteligentes” e promissores que sejam, não substituirão algumas capacidades humanas, tais como a criatividade e a intuição.”

O certo é que os sistemas técnicos, por mais incríveis, “inteligentes” e promissores que sejam, não substituirão algumas capacidades humanas, tais como a criatividade e a intuição, entre tantas outras. Muito vem se discutindo sobre o trabalho repetitivo e alienador, bem descrito no filme Tempos Modernos, estrelado por Charlie Chaplin. Todavia, precisamos ter cuidado com o discurso que prega que as novas tecnologias vêm libertar o sujeito dessa alienação para promover afazeres mais complexos. O processo em que as vagas de trabalho são substituídas por máquinas não acompanha a formação dessas pessoas para ingressarem em outras modalidades de ocupação em um país desigual como o nosso. Daí a importância de políticas educacionais sérias e consistentes, buscando congregar as novas profissões que estão surgindo com investimento rigoroso na educação. Do mesmo modo, nunca se necessitou tanto de profissões vinculadas ao cuidado de humanos, à educação, à filosofia e às artes, que dificilmente perderão espaço para máquinas num futuro próximo.

“Nunca se necessitou tanto de profissões vinculadas ao cuidado de humanos, à educação, à filosofia e às artes.”

A formação superior sempre foi orientada para o desenvolvimento humano e para o pensamento crítico, sendo que a técnica sempre esteve e estará presente no currículo, mesmo numa profissão que derive do ensino universitário. Porém, é necessário reconhecer que as técnicas são efêmeras: as ferramentas, as formas de fazer, os princípios e os propósitos se modificam. A ação de ensinar e de aprender, de mobilizar conhecimentos para conhecer, fazer, conviver e se constituir como sujeito – ou seja, a formação – é a grande questão requerida hoje e amanhã na universidade e em suas relações com o trabalho e as profissões. A potencialização do humanismo é uma tendência nas grandes instituições de ensino superior pelo mundo.
Vivemos um apagão de empregos que, alguns dizem, pode se acentuar em tempos de “uberização” do trabalho. Mas ainda temos muito a fazer, quando pensamos em nossa reponsabilidade com o Planeta, com a batalha contra a fome, a miséria, a violência e a indignidade de milhares de pessoas, encontrando um caminho sustentável para seguir adiante no curso da vida. Ainda há e haverá muito trabalho, e continuamos formando para profissões existentes e ainda inexistentes. As universidades podem ser pensadas como lugar atento a essas modificações e responsável por pensá-las de forma mais colaborativa. A formação de futuros empreendedores deve funcionar dentro de um discurso que os construa para uma profunda responsabilidade social, econômica e ambiental, problematizando, inclusive, o consumismo e as desigualdades.

“A ação de ensinar e de aprender, de mobilizar conhecimentos para conhecer, fazer, conviver e se constituir como sujeito – ou seja, a formação – é a grande questão.”

Podemos afirmar que há escassez de empregos, que as profissões ganham novos contornos, que ainda há muito trabalho a ser feito, e que, mais do que formar profissionais que dominam técnicas, as universidades precisam formar gente.

 

 

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Representantes da mesa do Pacto Alegre na segunda reunião de macrodesafios / Foto: Eduardo Beleske / PMPA

Uma plataforma virtual para identificar ideias inovadoras para superar desafios da cidade, um sistema mais ágil e digital para licenciamentos e uma blitz de inovação para estimular o empreendedorismo entre os jovens. Estas foram as iniciativas que receberam maior apoio na manhã desta sexta-feira, dia 26 de abril, durante a segunda oficina de ideação de projetos do Pacto Alegre, que teve como foco o macrodesafio Ambiente de Negócio. A primeira oficina ocorreu no dia 12 de abril e explorou o macrodesafio Imagem da Cidade. Nas próximas semanas serão realizadas as oficinas relativas a Talentos, Transformação Urbana, Qualidade de Vida, e Modernização da Administração Pública. O evento, sediado no Campus da Unisinos, recebeu mais de 40 representantes de entidades que compõem a mesa do Pacto Alegre.

Por meio de uma metodologia que estimulou a interatividade, foram discutidas possibilidades e avaliadas iniciativas que pudessem impactar o ambiente de negócios na capital. As visões de empresários, associações de classe, políticos e representantes de instituições de ensino foram compartilhadas considerando os requisitos da metodologia elaborada em parceria com o consultor espanhol Josef Piqué. O método demanda que cada proposta identifique impacto, condição de execução e capacidade de entregas a curto prazo antes de ser submetida à mesa do Pacto.

Segundo o coordenador do Pacto Alegre, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, este encontro permitiu novos avanços em prol da cidade. “As propostas serão encaminhadas de forma conjunta à mesa do Pacto. Tivemos uma riqueza de ideias, além de ações complementares. Estamos conseguindo ativar e conectar de forma cada vez mais positiva o ecossistema de inovação de Porto Alegre. Foi uma amostra bem positiva de que todos se colocam à disposição para um bem coletivo. Na sequência teremos encontros para refinar essas ideias, bem como detalhar como serão os indicadores e as governanças de cada projeto. É um sinal de uma nova mentalidade de participação engajada”, celebra.

 

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Encontro proporciona as ideias mais relevantes para a cidade / Foto: Eduardo Beleske / PMPA

Projetos escolhidos

A iniciativa mais apoiada foi a plataforma virtual de conexão e ideias inovadoras, o Trinova, que teve como um dos criadores o diretor técnico do Hospital São Lucas da PUCRS, Saulo Bornhorst. “O nosso projeto está dividido em dois: o Trinova, que é a parte virtual, e o Open Space Porto Alegre, o ambiente físico. A ideia é facilitar de todas as formas a atuação de quem está querendo inovar. É um espaço virtual para que as pessoas e o poder público possam expressar suas demandas e transmitir suas propostas de soluções. É uma ferramenta de aproximação entre empreendedores, ou seja, entre quem quer investir e quem pode propiciar inovação”, destaca.

Outra ideia selecionada foi o licenciamento inverso, que garante maior agilidade aos processos. “Precisamos de uma inversão da responsabilidade de autonomia. O setor público possui uma velocidade limitada. A proposta visa que a sociedade e o governo acordem prazos máximos de liberação de licenciamento. Caso o Governo não consiga atender a demanda no tempo estabelecido, os empresários ou os cidadãos envolvidos nas ações ganham uma licença provisória”, comenta um dos envolvidos, Fernando Mattos, secretário adjunto da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (SICT).

A terceira escolha envolve uma iniciativa radical e lúdica, de estímulo à inovação para a área de ensino – as blitzes de inovação. “A ideia é criar startups weekends, com apoio de várias entidades, estimulando os jovens a pensarem em novas formas de resolver problemas antigos. Para isso, os professores das escolas seriam convidados a participarem destes eventos e, por consequência, transmitir aos seus alunos essa mentalidade empreendedora”, comenta Wagner Bergozza, vice-presidente da Associação Gaúcha de Startups (AGS).  Para o coordenador do Pacto Alegre, as blitzes poderão ser combinadas com outras ações, como o Mais Caminhos e o Farol da Inovação, além de plataformas coletivas de crowdfunding. “Isso gera um processo de estímulo para a emergência de novos talentos em toda a sociedade porto-alegrense”, comenta.

Além dos três projetos mais votados, outros estarão sendo avaliados pela mesa do Pacto Alegre: o Open Space Porto Alegre, o Start Gov e um projeto crowdfunding (plataformas online de captação de recursos).

 

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Participantes durante uma das dinâmicas / Foto: Eduardo Beleske / PMPA

Metodologia adotada

Os participantes foram estimulados a escrever o que acreditam ser relevante em um ambiente de negócios na capital. Após esse momento, receberam indicações de como os projetos precisavam ser apontados, como: impacto (que repercuta de forma significativa na realidade e ajuda a transformar positivamente a cidade), recursos e liderança (ativos necessários para que avance rapidamente e que existam pessoas dispostas a impulsionar a ação) e entregas (ações mensuráveis de curto prazo que indiquem que o projeto está progredindo).

Na sequência, foram divididos dois grupos: uma roda interna, onde os participantes recebiam três perguntas para debate, e uma roda externa de observação. Após a primeira rodada, os papéis foram invertidos. Posteriormente, formaram-se quatro times, cada um com um painel, em que foram inseridas as ideias pensadas para contemplar diferenciais relevantes de impacto, recursos e liderança e entrega. A partir de 12 ideias centrais, os representantes elegeram as três prioritárias.

Cronograma de reuniões dos macrodesafios

Sobre o Pacto Alegre

O Pacto Alegre é uma proposta de movimento de articulação e eficiência na realização de projetos transformadores e com amplo impacto para a cidade. O objetivo é criar condições para que a cidade se transforme em um polo de inovação, atração de investimentos e empreendedorismo. O convênio prevê o compartilhamento de recursos e parcerias com o poder público e a iniciativa privada. A ideia é unir forças da cidade, de todos os segmentos, em prol de uma agenda comum. A iniciativa tem a coordenação da Aliança para Inovação (constituída por UFRGS, PUCRS e Unisinos) e da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

ideação, banner notíciaUm evento com o objetivo de compartilhar e inspirar conhecimentos em busca da transformação. Este é o 3º Ideação, Encontro de Empreendedorismo e Inovação da PUCRS, uma uma proposta desenvolvida pelo Idear e pelo PUCRS Carreiras, que ocorre nos dias 14 e 15 de maio de 2019. Neste momento, os organizadores buscam pessoas disponíveis para inovar e empreender através da apresentação e exposição de oficinas. A seleção de oficineiros foi prorrogada até domingo, dia 14 de abril. Os candidatos interessados devem gravar um vídeo com duração máxima de 2 minutos informando a proposta da oficina, e, após, postá-lo no YouTube em modo privado. O link deve ser encaminhado junto à inscrição que pode ser feita através desse formulário. O regulamento completo está disponível aqui.

O processo de seleção

A oficina precisa obedecer às temáticas de empreendedorismo, inovação e transformação. Ela tem duração de 1 hora e deve trazer experiências aplicadas na prática. É preciso preparação para ministrar a apresentação, além de disponibilidade para participar no dia selecionado.

A curadoria irá avaliar a diversidade da iniciativa, essência e técnica, distinção de público atingido, criatividade do vídeo e da proposta, além da viabilidade da ideia. Mais informações pelo fone (51) 3353-7754

Idear

O Idear promove o empreendedorismo e atitude empreendedora de diferentes formas – para alunos e professores da PUCRS e para a comunidade em geral. Está localizado na sala 210 do Living 360°, no prédio 15 do Campus (Av. Ipiranga, 6681 – Porto Alegre).

PUCRS Carreiras

O PUCRS Carreiras tem como propósito fortalecer o elo entre a Universidade e o mundo do trabalho, desenvolvendo a empregabilidade dos alunos, alumni PUCRS e comunidade. Oferece estágios, vagas efetivas, capacitações e um sólido trabalho de consultoria e aconselhamento de carreira. Está localizado na sala 102 do Living 360°.

anúncio com o texto sua startup no tecnopucParque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) está com as inscrições abertas para o Programa de Desenvolvimento de Startups. O edital contempla negócios de base tecnológica e de impacto que estejam em fase de elaboração de MVP (Mínimo Produto Viável), realização de testes ou entrada no mercado. A chamada fica aberta até o dia 1º de julho.

A Área de Desenvolvimento de Startups do Parque (Tecnopuc Startups), que promove a iniciativa, oferece uma série de benefícios para fomentar a evolução dos negócios participantes. Conexão com investidores, apoio em editais de captação de recursos e mentorias com executivos de mercado são apenas algumas das vantagens de ter uma startup imersa no ecossistema do Tecnopuc. Tudo isso contribui para o principal objetivo do programa: conectar os empreendimentos a oportunidades que levem à concretização de negócios prósperos e inovadores.

Para participar, basta preencher o formulário, anexando o Lean Canvas da proposta de negócio e um vídeo-pitch (apresentação) de até 2 minutos. Caso o projeto seja selecionado, as pessoas contempladas serão convidadas a participar de banca de seleção online. Do contrária, é possível reestruturá-lo e submetê-lo para uma nova avaliação.

Para conferir o edital na íntegra, que inclui todos os benefícios, requisitos e critérios de avaliação, acesse o link. Dúvidas podem ser encaminhadas para o e-mail [email protected].