Jorge Audy faz oarte da nova diretoria da Associação Internacional dos Parques Científicos e Áreas de Inovação (Iasp). / Foto: Divulgação

O Brasil está representado pelo superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS e do Tecnopuc e membro do Conselho Editorial da RBS, Jorge Audy, na nova diretoria da Associação Internacional dos Parques Científicos e Áreas de Inovação (Iasp), que se reuniu pela primeira vez entre 12 e 14 de fevereiro em Málaga, na Espanha, onde fica a sede mundial da Iasp. 

Na ocasião, o grupo, composto por especialistas de diversos países, discutiu a estratégia futura da associação e delineou o caminho a seguir neste ano. Além dos diretores-executivos, estiveram presentes os presidentes das seis divisões da Iasp: América Latina, América do Norte, Europa, Oriente Médio, África e Ásia. 

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A associação planeja eventos regionais em Nairobi, Brasil, Canadá, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos em 2024, e o primeiro deles é no Tecnopuc, em Porto Alegre. Será a Conferência Iasp América Latina 2024, em março, que debaterá sobre o tema “Alianças para Inovação – Conectando a América Latina para Impacto” e será realizado pouco antes do South Summit Brasil. A importância desses encontros regionais é concentrar os membros nas questões mais relevantes em diferentes partes do mundo. 

Este ano, a associação também lançará a Pesquisa Global 2024 para identificar as últimas tendências e explorar dados sobre parques científicos, áreas de inovação, distritos de inovação e outros espaços de inovação. 

Diretoria Executiva da Iasp para os próximos três anos:

Presidente: Lena Miranda (Linköping Science Park, Suécia)
Diretora-geral: Ebba Lund (Dinamarca)
Vice-presidente: Salvatore Majorana (Kilometro Rosso, Itália)
Financeiro: Jorge Audy (Tecnopuc, Brasil) 

Sobre a Iasp

A associação lançará a Pesquisa Global 2024 para explorar dados sobre parques científicos, áreas de inovação, distritos de inovação e outros espaços de inovação. / Foto: Divulgação

A Iasp é a principal associação de espaços de inovação em todo o mundo. A sua missão é ser a rede global para parques científicos, distritos de inovação, áreas de inovação e outras comunidades de inovação, impulsionando o crescimento, a internacionalização e a eficácia dos seus membros. 

A associação coordena uma rede ativa de profissionais de inovação, apoiando a sua missão de promover o desenvolvimento econômico sustentável nas suas cidades e regiões. Também ajuda a melhorar as novas oportunidades de negócios para os membros e suas empresas, aumentando sua visibilidade e multiplicando suas conexões globais, além de representar parques e áreas de inovação em fóruns e instituições internacionais e auxiliar no desenvolvimento de novos STPs e AOIs. 

Sobre a Conferência Iasp no Tecnopuc  

Entre os dias 18 e 20 de março, representantes de parques científicos e tecnológicos e de áreas de inovação do mundo todo se encontrarão na capital gaúcha durante a Conferência Iasp América Latina 2024 (https://www.pucrs.br/iasp/). Com o tema “Aliança para Inovação – Conectando a América Latina para o Impacto”, a programação de três dias contempla painéis, day pass no South Summit Brazil 2024 e visitas técnicas a quatro ambientes de inovação do Rio Grande do Sul: Tecnopuc, Tecnosinos, Zenit e Instituto Caldeira.   

O encontro é organizado pela Iasp e pela Aliança para Inovação UFRGS, PUCRS e Unisinos, através de seus parques científicos e tecnológicos, com apoio da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul e do South Summit Brazil 2024. No evento, especialistas envolvidos na transformação de Porto Alegre e de outras cidades do mundo compartilharão experiências e desafios dos ecossistemas regionais, dividindo painéis com palestrantes de localidades diferentes para discutir como avançar na conexão da América Latina e gerar impacto local por meio da inovação. 

Sobre o Tecnopuc 

O Tecnopuc – Parque Científico e Tecnológico da PUCRS – é um ecossistema de inovação global cuja missão é ajudar a transformar a sociedade por meio do conhecimento aplicado em negócios inovadores e de impacto ambiental, social e econômico, desenvolvendo e conectando talentos e organizações anywhere a partir da ciência e da tecnologia. 

A atuação do Tecnopuc se baseia em quatro áreas: indústria criativa, tecnologia da informação e comunicação, ciências da vida e energia e meio ambiente. Esse ecossistema abriga 250 organizações e 6,5 mil pessoas, conectadas a mais de 150 ambientes de inovação espalhados pelo mundo. Em 10 anos, a meta é desenvolver mil negócios inovadores nesse ambiente. 

Algumas das organizações globais expoentes ligadas ao Tecnopuc são Apple Developer Academy, HP, Huawei, KPMG, Marcopolo e Junior Achievement, enquanto as nacionais e startups incluem Globo, Sebrae UOL Edtech, 4all, Getnet, entre muitas outras. 

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O workshop aconteceu entre os dias 16 e 18 de janeiro. / Foto: Giordano Toldo

Com o objetivo de entender os usos e as implicações da inteligência artificial (IA) na pesquisa ciêntifica, a Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PROPESQ) ofertou, nos dias 16, 17 e 18 de janeiro, o Workshop de Capacitação em Inteligência Artificial. O evento contou com a participação de mais de 100 pesquisadores de diferentes Escolas e áreas do conhecimento, contemplando a interdisciplinaridade das pesquisas desenvolvidas na PUCRS. Na cerimônia de abertura, o vice-reitor da Universidade, Ir. Manuir Mentges, ressaltou a importância latente das potencialidades de aprimoramento dos resultados encontrados na pesquisa por meio do uso da inteligência artificial.  

“A IA possui a capacidade de processar dados complexos, mas possui também uma perspectiva transformadora para aprimorar as práticas de pesquisa acadêmica. Ao explorar as vastas possibilidades que a inteligência artificial oferece, estamos abrindo as portas para um futuro onde a pesquisa pode ser mais ainda eficiente e impactar milhares de vidas, alinhadas com as demandas contemporâneas”, destaca.  

No primeiro dia, os pesquisadores participaram do módulo conceitual, com palestras sobre história, passado e futuro da IA, com os professores da Escola Politécnica e do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação, Lucas Silveira Kupssinsku e Rodrigo Barros. Ainda nesse mesmo dia, os membros do Centro de Pesquisa, Ensino e Inovação em Ciência de Dados, Carlos Falcão de Azevedo Gomes e Mauricio Magnaguagno, ministraram painel sobre boas práticas no uso de dados.  

O Grupo de Pesquisa em Teoria de Aprendizagem de Máquina e Aplicações foi o responsável por conduzir no segundo dia o módulo prático, interagindo com a inteligência artificial. Além disso, no último dia foram discutidos os dilemas éticos e legais. O professor da Escola de Humanidades e dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação, Filosofia e Teologia, Nythamar Hilario Fernandes de Oliveira Junior, ressaltou as perspectivas morais e civilizatórias que se conectam com os diferentes conceitos e atravessamentos da realidade contemporânea na inteligência artificial. Já o professor da Escola de Direito e do Programa de Pós-Graduação em Direito, Paulo Caliendo, destacou o processo de centralidade no ser humano que deve constituir os intermédios da formação regulatória da IA.  

Para o Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-graduação, Carlos Eduardo Lobo e Silva, é importante que a Universidade esteja sempre atenta no apoio aos seus pesquisadores.  

“O conhecimento que a própria universidade possui, especialmente naqueles temas mais transversais e próprios para as pesquisas multidisciplinares, deve ser disseminado entre pesquisadores de diferentes áreas. E a inteligência artificial talvez seja hoje o tema de disseminação mais urgente”.    

Além disso, o Pró-Reitor destaca ainda outras iniciativas da PROPESQ em apoio ao pesquisador: 

“Em 2023, promovemos workshops sobre temáticas mais específicas, como a utilização da ferramenta REDCap e, ainda, sobre estratégias para a elaboração de projetos de pesquisa para a captação de recursos financeiros. Cabe ressaltar que nossa comunidade científica sempre responde de forma muito positiva a essas iniciativas”.

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Para 2024, a expectativa é que a interação com a inteligência artificial não seja somente por texto, como já vemos com o ChatGPT. / Foto: Envato

As interações sociais são cada vez mais mediadas, incentivadas e criadas por meio de artifícios tecnológicos. Seja para a utilização de aplicativos bancários ou até mesmo na maneira como produzimos energia, a tecnologia se tornou um atributo primordial para o nosso dia a dia. Nesse contexto, pesquisadores e especialistas da PUCRS apontam quatro temáticas relacionadas à tecnologia que estarão em alta em 2024. Confira: 

Aprimoramento da Inteligência Artificial 

Em 2023, a inteligência artificial foi um grande eixo de debates sociais, sendo inclusive tópico de discussão na palestra de abertura do 24º Salão de Iniciação Científica da PUCRS. Todavia, no próximo ano as expectativas de avanço são ainda maiores. “2023 sem dúvida foi um ano extraordinário para a IA. Diversas ferramentas começaram a se difundir para o público, proporcionando significativos ganhos de produtividade”, afirma Lucas Silveira Kupssinskü, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação. 

Para este ano, há a expectativa de que se desenvolvam e se popularizem ferramentas em que a interação com a inteligência artificial não seja somente por texto, como já vemos com o ChatGPT.  

“Devemos ter acesso mais difundido a modelos que permitam receber não apenas texto, mas uma combinação de entradas nas mais diversas modalidades, como texto, áudio, imagens e vídeo. Com maior acesso a informações para fornecer contexto, os modelos de IA devem se tornar ainda mais precisos e efetivos em suas respostas, possibilitando a resolução de uma variedade ainda maior de tarefas”, destaca Kupssinskü. 

Aplicações mais frequentes de impressão 3D 

A utilização de impressão 3D vem se tornando cada vez mais rotineira na sociedade contemporânea e as suas aplicações estão em diferentes espaços. Desde o desenvolvimento de produtos para uso recreativo, como brinquedos e decorações, até mesmo na prática hospitalar como conector, possibilitando que pacientes em tratamento com Covid-19 recebam maior fluxo de oxigênio, as utilizações para o próximo ano serão mais ainda difundidas.

“Atualmente, com o desenvolvimento de polímeros biocompatíveis, bioabsorvíveis, e até mesmo impregnados com fármacos para a liberação controlada no corpo humano, um novo horizonte de possibilidades se apresentou para a impressão 3D”, elenca Carlos Alexandre dos Santos, professor do Programa do Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de Materiais. 

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Impressora 3D situada na Agência Experimental de Projetos de Engenharia da PUCRS. / Foto: Giordano Toldo

Em 2024, as práticas com impressão 3D estarão ainda mais presentes em diferentes contextos, atuando de maneira interseccional e agrupando diversas práticas de ensino, pesquisa e impacto nas necessidades mais urgentes da sociedade.  

“Diante deste cenário, vislumbra-se uma nova revolução na área de impressão 3D, com aplicações cada vez mais frequentes em hospitais e centro cirúrgicos, aproximando tecnologia e medicina, ou melhor, aproximando engenheiros, químicos, físicos, médicos, dentistas, entre outros profissionais”, adiciona Santos.  

Maior segurança financeira e transparência 

A utilização do Blockchain nos processos financeiros já é algo habitual, como explica Fabiano Hessel, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação. 

“Blockchain é um livro-razão distribuído, no qual todos os participantes estão no mesmo nível hierárquico e possuem uma cópia de todas as informações armazenadas no blockchain. As informações são armazenadas em blocos que contém um registro de tempo e data, onde cada bloco se conecta ao bloco anterior formando uma cadeia de blocos. Nela, as informações validadas na rede não podem ser alteradas, garantindo a imutabilidade dos dados, a transparência e a possibilidade de auditar o sistema a qualquer momento, sem a necessidade de uma entidade centralizadora ou coordenadora do processo, colocando as pessoas novamente no centro do processo”. 

Essa ferramenta é a tecnologia base para o desenvolvimento da Web3, uma nova fase da internet, mais descentralizada, livre e transparente com os usuários. “A Web3 representa um novo paradigma, que está transformando a internet em um ambiente cada vez mais focado no usuário, devolvendo às pessoas o poder sobre seus próprios dados, indo na contramão do cenário atual em que dados e plataformas ficam concentrados em grandes empresas”, aponta Hessel. 

Além do avanço da Web3, em 2024 as aplicações relacionadas a finanças descentralizadas continuarão a crescer, habilitando cada vez mais serviços financeiros sem a necessidade de intermediários.  

“Um número ainda maior de países irão explorar e desenvolver suas moedas digitais, a exemplo do DREX aqui no Brasil, fornecendo uma alternativa segura e eficiente ao dinheiro tradicional. A expansão do uso de NFTs e da tokenização de ativos do mundo real para além dos setores das artes e dos jogos, como os setores imobiliário e de propriedade intelectual, é outra tendência para 2024”, destaca o professor. 

Novas perspectivas para as energias renováveis 

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Em 2024, as aplicações relacionadas a finanças descentralizadas continuarão a crescer. / Foto: Envato

As energias renováveis estão passando por um momento crucial e estimulante, marcado por novas direções que apresentam desafios e possibilidades para a criatividade e avanço, agindo como respostas aos desafios climáticos. Odilon Pavón, coordenador do Curso de Engenharia de Energias Renováveis., aponta: 

“Os módulos fotovoltaicos bifaciais, que captam a radiação solar em ambos os lados, e os parques eólicos em alto-mar de grande escala são apenas a ponta do iceberg. Isso permitirá uma captura mais eficiente dos recursos renováveis, tornando as energias solar e eólica ainda mais viáveis e competitivas com as fontes de energia tradicionais”

Além disso, o cenário para a aplicabilidade também produção e armazenamento de hidrogênio verde alcançarão outro patamar. Adriano Moehlecke, professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de Materiais, relata que haverá avanços tecnológicos que irão melhorar significativamente a eficiência e reduzir o custo da produção de hidrogênio verde. Ele explica que estes desenvolvimentos são fundamentais, pois irão expandir a viabilidade deste energético em vários setores da sociedade, incluindo processos industriais e transportes.  

“Esta evolução marca um passo importante na diversificação das aplicações de energias renováveis e destaca o potencial do hidrogênio verde na transição mais ampla para sistemas energéticos sustentáveis”

Dentro das cidades, as mudanças também serão perceptíveis de maneira facilidade, com a ascensão dos carros elétricos. No Brasil, os últimos anos apresentaram um aumento expressivo da frota de carros elétricos, bem como a entrada de novas empresas internacionais no país. Todavia, outros empreendimentos também crescem em conjunto.  

“Além dos carros, diversos projetos vêm sendo desenvolvidos para veículos de maior porte, como ônibus e caminhões, tal qual na área de micromobilidade, que envolve bicicletas, motos e vans de entrega. Relacionado a este desenvolvimento, também surge a necessidade de infraestrutura de recarga, assim como novos modelos de negócio associados as estações de carregamento”, ressalta o professor da Escola Politécnica, Aquiles Rossoni. 

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Grupo irá pesquisar sobre o cenário atual de inovação na região. / Foto: Divulgação Tecnopuc

Antes de finalizar o ano, o Celeiro Agro Hub cumpriu mais uma missão. Representantes da PUCRS e do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) estiveram em Santa Rosa, município da região noroeste do Estado, para assinar o convênio que tem o objetivo de implantar na região uma extensão do Celeiro, hub de inovação no agronegócio do Tecnopuc. Na ocasião, Ir. Evilázio Teixeira, reitor da Universidade, falou sobre a PUCRS e o seu papel no desenvolvimento. Além do reitor, Jorge Audy, superintendente de inovação e desenvolvimento da PUCRS e do Tecnopuc, Luis Villwock, coordenador do Celeiro Agro Hub, Osmar Terra, deputado federal, Anderson Mantei, prefeito de Santa Rosa, e outros representantes do município estavam presente no momento da assinatura de contrato.  

O projeto, que tem início em fevereiro de 2024, se estrutura em três fases que serão desenvolvidas pelo grupo de trabalho liderado por Luis Villwock, coordenador do Celeiro Agro Hub, em conjunto com representantes do laboratório de criatividade do Tecnopuc (Crialab). Em um primeiro momento, o grupo irá pesquisar sobre o cenário atual de inovação na região. Essa fase tem o objetivo de identificar temas, desafios e oportunidades relevantes na cidade. Depois, será o momento de estruturar o modelo do hub de inovação da região e, por último, engajar e fomentar o ecossistema de inovação e empreendedorismo local, mobilizando stakeholders e mantenedores locais. 

Para Villwock, implementar um hub de inovação no agronegócio mostra a potência do setor. “É uma alegria poder aqui relatar um dia histórico para a nossa universidade, com o nosso reitor e o superintendente do Tecnopuc. Ffomos assinar o nosso acordo de cooperação com a prefeitura de Santa Rosa para a instalação do Celeiro Agro Hub em Santa Rosa.

O projeto se estrutura em três fases que serão desenvolvidas pelo grupo de trabalho liderado por Luis Villwock. / Foto: Tecnopuc

É a primeira iniciativa de instalação física de expansão, é o que chamamos de Tecnopuc Anywhere, isso ocorre justamente no agro, um dos maiores negócios do nosso país. Impressionante a receptividade, mais de 150 pessoas entre empresários e autoridades locais nos receberam calorosamente para uma palestra do nosso reitor que apresentou toda a história e toda a intenção da nossa Universidade em poder contribuir com aquela região que tem, no agronegócio e na industrialização de máquinas de implementos, a grande força do nosso Estado. Temos muito trabalho pela frente e vai ser uma satisfação poder colaborar com a região em prol da inovação do agronegócio do Rio Grande do Sul e do nosso país”, completa Villwock.  

Anderson Mantei, prefeito de Santa Rosa, ressalta a importância da aproximação da cidade com o Tecnopuc. “É incalculável os benefícios que a aproximação da PUCRS com o município de Santa Rosa trará para a nossa sociedade. Teremos incontáveis benefícios, mas sobretudo o desenvolvimento em tecnologia, a fixação de talentos, como pesquisadores e cientistas na nossa região. Isso vai engrandecer as pesquisas do agro, a nossa vocação, e é o que buscamos: mais conhecimentos para estarmos na vanguarda do desenvolvimento do agronegócio brasileiro”, afirma o prefeito.  

A parceria entre Tecnopuc e a prefeitura de Santa Rosa está alinhada ao novo posicionamento do Parque, o Tecnopuc Anywhere, que tem o propósito de expandir a atuação do Tecnopuc e conectar diferentes atores independentemente do lugar onde atuam.    

Sobre o Celeiro Agro Hub  

O hub tem o propósito de conectar produtores, fornecedores, cooperativas, startups, pesquisadores e investidores no setor do agronegócio, gerando oportunidades e conexões para diferentes atores da área e apoiando o crescimento do agronegócio no Brasil. Confira o relatório executivo 2023 do Celeiro Agro Hub acessando o link.  

Jorge Audy é o representante da PUCRS, COMUNG e da comunidade acadêmica nacional no Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. / Foto: Giordano Toldo

Em nenhum outro tempo na história das nações a Educação e a Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) foram tão importantes para as sociedades, atuando como fatores determinantes do desenvolvimento social, ambiental e econômico. Soberania nacional na contemporaneidade envolve o domínio do ciclo científico e tecnológico bem como sua aplicação nas empresas e na sociedade por meio da inovação. Assim a UNESCO entende o papel da Educação Superior no século XXI. 

Desde o mês de outubro ocorrem diversos encontros regionais preparatórios para a V Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (V CNCTI), lançada pela Presidência da República e sob responsabilidade do Ministério de Ciência e Tecnologia (criado como resultado da I CNCTI em 1985). O tema será a Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido, tendo como objetivo propor ações e recomendações para o Plano Decenal de Ação de CT&I 2025-2035. A Conferência é uma oportunidade única e necessária para aprofundar as questões relativas às áreas de CT&I e buscar os consensos possíveis entre os diversos níveis de governo, as empresas, as universidades e a sociedade civil organizada sobre a importância da inovação para nosso país concretizar seu futuro de protagonista no cenário social, ambiental e econômico mundial. 

Entre as temáticas centrais da Conferência estão as questões referentes aos eixos estruturantes que norteiam a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI 2024-2030):  recuperação, expansão e consolidação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, ao desenvolvimento social e ambiental, a inovação nas empresas e a priorização dos programas e projetos estratégicos nacionais. Quais serão nossos focos no futuro, seja nas áreas tecnológicas (Inteligência Artificial, Terapias Avançadas, Semicondutores…), seja nas áreas de aplicação (Saúde, Educação, Alimentação, Indústria, …)? A participação de representantes dos diversos segmentos da sociedade é da máxima importância em função da necessidade da geração de consensos, não só sobre a importância da CT&I para o futuro do país como uma nação autônoma e soberana, mas também as formas e modelos de financiamento e investimento nesta área, tanto nos setores públicos como privados. 

A Conferência foi lançada pelo Presidente da República quando da instalação do Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCT/PR) da Presidência da República em julho deste ano. As reuniões preparatórias começam a ocorrer em novembro deste ano nas diversas regiões do país, seguidas pelas reuniões estaduais e regionais sob responsabilidade do CONFAP (Confederação das Fundações de Apoio à Pesquisa) e do CONSECTI (Confederação das Secretarias de Ciência, Tecnologia e Inovação). Em junho de 2024 a V CNCTI ocorrerá em Brasília, tendo como Secretário Geral o Prof. Sérgio Rezende, ex Ministro de CT&I do Brasil.    

As grandes soluções para os graves problemas e desafios que vivemos estão na CT&I. Somente para usar um exemplo recente, a crise sanitária que vivemos mostrou isso com clareza. A identificação destes problemas e desafios nacionais futuros permitirão a priorização de projetos científicos transdisciplinares nacionais de longo alcance, que induza projetos em rede, interligando pesquisadores e centros de investigação nacionais e internacionais. Análise de cenários e planejamento são ferramentas fundamentais para a identificação dos consensos mínimos para a construção de um futuro melhor para nossa nação, conectando finalmente os planos de desenvolvimento nacional com a CT&I..   

Em tempos onde temas como a paz e as mudanças climáticas dominam os acontecimentos, emerge cada vez a educação e a CT&I como fatores centrais, talvez únicos, que possam nos ajudar a superar os desafios, disseminando uma cultura de respeito à valores globais necessários, como os direitos humanos, a justiça, a paz, sustentabilidade ambiental, o respeito à diversidade e a redução às desigualdades. 

Neste contexto, a V Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação deverá perseguir uma agenda focada na busca dos consensos mínimos necessários para a proposição de políticas e diretrizes que mostrem o caminho para a inserção do Brasil entre os grandes países do mundo, tendo a educação e CT&I como os pilares do processo de desenvolvimento social, ambiental e econômico no próximo decênio. Estaremos prontos para gerar entre consensos?   

Jorge Audy
Superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS e do Tecnopuc; Membro do CCT/PR

*Texto originalmente publicado em GZH

O IPR foi finalista do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2023. / Foto: Divulgação/IPR

A Plataforma GIS CCUS Brasil, desenvolvida pelo Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) da PUCRS, em parceria com a Petrobras, foi uma das três finalistas do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2023, na categoria IV – Projetos na área de Meio Ambiente, Transição Energética e Descarbonização (exceto biocombustíveis).   

O prêmio tem como objetivo reconhecer e premiar os resultados associados a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). Esses resultados devem representar inovação tecnológica para o setor de petróleo, gás natural e biocombustíveis, desenvolvidos no Brasil por instituições de pesquisa credenciadas pela Agência, empresas brasileiras e empresas petrolíferas, com recursos da Cláusula de PD&I presente nos contratos de Exploração e Produção (E&P). No total, 100 projetos foram inscritos, sendo 19 deles na categoria IV. 

A cerimônia de premiação ocorreu em 30 de novembro, no Rio de Janeiro, e o IPR foi representado no evento por Clarisa Melo, coordenadora de Pesquisa do projeto finalista, Daiane Cardoso, pesquisadora do projeto, e Moema Martins, interlocutora técnica da Petrobras. 

“Esse projeto representa o amadurecimento de nossas pesquisas e a compreensão da urgência em consolidar informações nacionais sobre os principais aspectos que envolvem o CCUS. A plataforma foi cuidadosamente planejada, com o intuito de criar uma ferramenta prática e acessível, que possa atender a um público diversificado. Com informações atualizadas, nossa meta é efetivamente impulsionar a implementação de projetos de CCUS no Brasil. Parabéns a toda a equipe por esse reconhecimento, celebra Clarissa. 

Desenvolvimento de plataforma inédita no país 

A pesquisa do IPR desenvolveu o primeiro webmap interativo exclusivo para Tecnologias de Captura, Utilização e Armazenamento de Carbono (CCUS) no Brasil, permitindo o mapeamento e a quantificação das emissões de CO₂. As CCUS se destacam como uma estratégia importante na transição para uma economia de baixo carbono. Nesse contexto, a Plataforma GIS CCUS Brasil surge como uma iniciativa inovadora e única no cenário nacional, buscando auxiliar os tomadores de decisão e a população em geral, ao permitir o acesso a dados e informações relevantes dessas tecnologias.  

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A plataforma integra o sistema de classificação SRMS e dados dos projetos Reate e Promar, disponibilizados pela CPRM e ANP, possibilitando uma análise mais abrangente dos recursos de armazenamento de CO₂ presentes nas áreas estudadas. Dessa forma, a plataforma consegue contribuir para a identificação de áreas promissoras ao desenvolvimento desse setor no Brasil. 

Em 2024, o Instituto de Petróleo e Recursos Naturais completa dez anos. / Foto: Giordano Toldo

Essa abordagem preenche uma lacuna existente de informações no país sobre o assunto, e democratiza o acesso a dados e ferramentas essenciais, possibilitando que empresas, instituições de pesquisa, governo e sociedade civil desenvolvam projetos sustentáveis e efetivos para a redução das emissões de CO₂.  A plataforma se destaca por apresentar a localização e quantificação dessas emissões de fontes estacionárias, identificar áreas estratégicas para a captura de dióxido de carbono. Além disso, a plataforma ajuda na implementação de projetos futuros, possibilitando a visualização geográfica da infraestrutura e dos possíveis locais para o armazenamento do CO₂ proveniente dessas fontes.  

A plataforma contribui diretamente para a redução dos riscos do desenvolvimento de projetos, auxilia no planejamento e desenvolvimento sustentável de diversos setores, promove a colaboração entre diferentes atores e dissemina informações, oportunizando o avanço da tecnologia e fortalecendo a governança ambiental. A GIS CCUS Brasil é uma iniciativa que utiliza a tecnologia geoespacial para impulsionar a transição para uma economia de baixo carbono, fornecendo informações precisas e facilitando a tomada de decisões estratégicas para a redução das emissões de gases de efeito estufa. 

Saiba mais sobre o impacto do IPR no Tecnopuc 

O IPR é membro do Tecnopuc desde sua criação em 2014, e o Instituto tem como objetivo fomentar, dar visibilidade e proporcionar um crescimento sustentado das ações da universidade em pesquisa, desenvolvimento e inovação na área de petróleo e derivados, recursos naturais, energia e meio ambiente. O IPR conta com uma equipe multidisciplinar composta por professores, pesquisadores, auxiliares de laboratório, profissionais administrativos e alunos de graduação e pós-graduação da PUCRS. O espaço faz com que os resultados de análises, produzidos com rigor e qualidade, sejam transformados em informações estratégicas e elementos de tomada de decisão para os parceiros do instituto. 

Leia também: Startups do Tecnopuc estão na lista de mais promissoras do ecossistema de inovação brasileiro 

“Os projetos desenvolvidos pelo IPR têm um grande potencial de colaboração com outros atores do ecossistema. A equipe IPR tem participado ativamente de construtivas discussões sobre novas fontes energéticas e o mercado de carbono com empresas e startups da comunidade Tecnopuc que também estão buscando ou oferecendo soluções inovadoras de eficiência energética e neutralização de emissões de carbono. Ter essa área estratégica e de extrema relevância para a Universidade e a sociedade tão próxima de outras organizações no Tecnopuc tem favorecido as trocas e identificação de sinergia que pode resultar em um impacto positivo ainda maior”, declara Daniela Carrion, líder de Comunidade do Tecnopuc. 

O IPR fica localizada no prédio 96 do Parque Tecnológico e conta com compreende 5000 m². O Instituto conta com o Laboratório de Análises Químicas (LAQ), o Laboratório de Caracterização de Rochas (LCR), o Laboratório de Geoquímica e Petrofísica (LGP), o Laboratório de Isótopos e Geocronologia (LIG), Laboratório de Monitoramento Ambiental (LMA) e o Laboratório de Materiais (LMT). ,

Conheça o Instituto de Petróleo e Recursos Naturais

A PUCRS é destaque no Ranking Universidades Empreendedoras 2023 (RUE), iniciativa da Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior). A Universidade conquistou o 1º lugar no ranking geral entre as universidades privadas sem fins lucrativos no Brasil, sendo a 5ª entre as 108 instituições participantes; 1º lugar entre as universidades públicas e privadas na Região Sul do Brasil; o 1º lugar na dimensão infraestrutura; e o 2º lugar na dimensão internacionalização entre as universidades privadas sem fins lucrativos, sendo a 6ª colocada na classificação geral. 

“O reconhecimento neste ranking é uma validação do nosso compromisso em formar profissionais que buscam impacto social e econômico. Para nós, empreendedorismo vai além da criação de empresas, sendo uma educação para gerar benefícios e impacto para a sociedade. Trabalhamos incansavelmente para desenvolver cidadãos propositivos, capazes de transformar ideias em projetos reais. Este resultado reflete o esforço curricular e transversal em diversos projetos na PUCRS”, destaca Ana Cecília Bisso Nunes, coordenadora do Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação da PUCRS (IDEAR) e professora da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos).  

A Universidade possui um conjunto de estruturas e mecanismos dedicados à promoção e apoio ao processo de inovação e empreendedorismo. Com um ecossistema voltado para a formação de novos negócios e profissionais interdisciplinares, busca constantemente soluções que atendam às demandas da sociedade. 

Tecnopuc em destaque  

O Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), que completou 20 anos em 2023, foi destaque na dimensão infraestrutura. 

“Muito nos orgulha posicionar a nossa Universidade como a referência número um, enquanto estrutura de parque tecnológico, nacionalmente nesse ranking. Essa posição está muito enraizada em uma sistematização da experiência empreendedora do Tecnopuc no currículo dos nossos alunos de graduação e pós-graduação. A expressão disso é o Track Startups, que leva a vivência empreendedora para os nossos alunos desde o dia um dentro da PUCRS”, declara Flavia Fiorin, gestora de operações e empreendedorismo do Tecnopuc.   

A Confederação Brasileira de Empresas (Brasil Júnior), instituição responsável pelo ranking, é uma organização sem fins lucrativos que representa estudantes inseridos em empresas juniores, chegou. Este ano, 34.646 jovens responderam à pesquisa de percepção que faz parte dos instrumentos de avaliação para a classificação das instituições.   

Outros reconhecimentos nacionais e internacionais   

No ano que completa 75 anos, a Universidade esteve presente em diversos rankings nacionais e internacionais de ensino. No Ranking Universitário da Folha (RUF), a PUCRS foi reconhecida como a melhor Universidade privada do Brasil. Além disso, foi considerada a segunda melhor Universidade privada do país pelo Ministério da Educação (MEC) e teve 11 cursos com nota máxima pelo Guia da Faculdade do Estadão. Nos rankings internacionais, a Universidade se destacou como melhor privada do Sul do país (Times Higher Education (THE) World University Rankings 2024); como uma das melhores universidades da América Latina (Times Higher Education (THE) Latin America 2023); melhor instituição privada de ensino superior da região Sul (QS World University Rankings 2024); se destacou internacionalmente no curso de Medicina, Filosofia, Ciência da Computação e Sistemas de Informação (QS World University Rankings by Subject 2023); e foi classificada como uma das melhores universidades privadas do mundo (Center For World University Rankings). 

A visita de membros da Instituto Nacional de Tecnologia, Normalização e Metrologia na PUCRS aconteceu no início de novembro. / Foto: Divulgação

O Instituto Nacional de Tecnologia, Normalização e Metrologia (INTN) do Paraguai visitou os Laboratórios Especializados em Eletroeletrônica da PUCRS (Labelo) no início de novembro para uma capacitação. O evento, liderado pelo coordenador do Laboratório de Equipamento de Uso Profissional e Infraestrutura, Gilvani Montenegro Santos, e sua equipe, teve como objetivo instruir a aplicação das normas técnicas brasileiras na área de eletroeletrônica para a equipe paraguaia. 

Durante os dias de capacitação, Gilvani e Felipe Suelo (Labelo) se dedicaram a mostrar como é feita a regulamentação eletroeletrônica, com destaque para as normas ABNT NBR NM 60884-1:2010 (para tomadas de uso doméstico e analógico) e ABNT NBR NM 60669-1:2004 (para interruptores com instalações elétricas fixas, domésticas e analógicas). Ambas têm um papel crucial na padronização de interruptores e tomadas no Brasil.  

Representantes do INTN, Maria Celestina Guillen, Raul Aristides Gonzalez e Ruben Ricardo Ramirez, participaram ativamente do treinamento e destacaram o papel significativo que o Labelo está desempenhando na regulamentação da norma no Paraguai.  Para o coordenador Gilvani Montenegro, a parcerira Brasil-Paraguai tem sido fundamental para o Labelo, visto que muitos resultados e conclusões são alcançados devido à colaboração com o INTN do Paraguai.  

“Estamos muito satisfeitos ao observar a dedicação e o interesse da equipe do INTN na busca pela certificação de materiais elétricos no Paraguai. Colaborar com eles nesse sentido é gratificante para nós e está totalmente alinhado com a missão do Labelo/PUCRS de preservar vidas, trabalhando para que a sociedade desfrute de produtos com maior segurança e eficiência”, destaca Gilvani. 

Saiba mais sobre o Labelo 

O Labelo é o complexo de Laboratórios Especializados em Eletroeletrônica da PUCRS que atua há mais de 50 anos na metrologia científica e industrial, sendo um dos mais importantes laboratórios do segmento no Brasil. O Labelo atua com a calibração de instrumentos de medição e ensaios da conformidade para certificação de produtos.  

A unidade também conta com parcerias nacionais e internacionais visando fortalecer e contribuir para a melhoria da qualidade e segurança de produtos elétricos, desempenhando um papel fundamental na padronização e certificação. 

Leia mais: Panorama das ações é apresentado na reunião do Pacto Alegre

A PUCRS recebeu uma homenagem pela colaboração da Universidade com a inovação. Foto: Giulian Serafim/PMPA

O Tecnopuc participou da 8ª Reunião de Mesa do Pacto Alegre, movimento que busca transformar Porto Alegre em um polo de inovação, atração de investimentos e empreendedorismo, que aconteceu na manhã de 23 de novembro, no Plaza São Rafael Hotel. Os trabalhos foram conduzidos por Jorge Audy, superintendente de inovação e desenvolvimento da PUCRS e do Tecnopuc e membro da Aliança pela Inovação – articulação entre UFRGS, PUCRS e UNISINOS para potencializar ações de alto impacto em prol do avanço do ecossistema de inovação e do desenvolvimento; e Luiz Carlos Pinto, secretário de inovação do município e coordenador do Pacto Alegre. 

Na pauta do dia, a apresentação do panorama dos três projetos em andamento: Destino Poa, Cidade Educadora e Territórios Inovadores, palestra do antropólogo colombiano Santiago Uribe, além de falas de autoridades presentes, homenagens a instituições que promovem a inovação na cidade e da submissão de um novo projeto à mesa. 

Homenagem à PUCRS 

No início da reunião, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) recebeu uma homenagem pela sua colaboração à inovação em Porto Alegre. O reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, recebeu a condecoração do vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes. O Badesul também foi homenageado. 

“No mês em que a PUCRS completa 75 anos, receber esse reconhecimento do Pacto Alegre, um movimento tão importante para a nossa cidade, é motivo de muita alegria. Faz parte da missão da nossa Universidade preparar pessoas para mudar o mundo para melhor e, nesse contexto, estamos comprometidos com promover e apoiar projetos de inovação e impacto”, declarou o reitor.

Ir. Evilázio, que também representou as três universidades da Aliança pela Inovação na fala de boas-vindas da mesa, levantou dois avanços fundamentais que aconteceram ao longo dos primeiros anos do Pacto Alegre: “[…] primeiro, compreendemos que com um mesmo propósito, podemos somar esforços, superar diferenças e atuar juntos, de maneira colaborativa.  Segundo: os projetos do Pacto Alegre evidenciam que assumimos de fato o compromisso por desenvolver ações concretas que estão transformando Porto Alegre e construindo um inédito ecossistema de inovação em todas as dimensões que irá gerar cada vez mais consequências em diversos âmbitos”. 

Projeto do Green Thinking é acolhido pelo Pacto 

Esta foi a última reunião do ano da mesa do Pacto Alegre, que volta a se encontrar em fevereiro de  2024. / Foto: Giulian Serafim/PMPA

Lucas Fontes e Paula Moletta, da startup Green Thinking, membro do Tecnopuc, apresentaram à mesa o projeto Porto Alegre Sem Lixo, que visa atuar em diferentes frentes para tornar a capital gaúcha uma cidade lixo zero, a partir de uma melhor gestão dos resíduos. A proposta foi aceita por unanimidade pela mesa e passa a integrar o Pacto Alegre. 

“Hoje todo mundo gera resíduo. Então, o nosso principal papel é levar informação de forma correta, melhorando a nossa gestão de resíduos, incentivando as boas práticas, desenvolvendo tecnologias sociais, como a compostagem e a agrofloresta, potencializando a própria reciclagem e as unidades de triagem […]. Nosso sonho é fazer Porto Alegre voltar a ser referência na gestão de resíduos e inspirar mais municípios e capitais a serem lixo zero”, afirmou Paula. 

A iniciativa começa no Tecnopuc, onde o Green Thinking está construindo o Laboratório Lixo Zero. A startup já adotou esse movimento em suas atividades e visa promover ações por todo o Parque, pela Universidade, pelo bairro e, por fim, por Porto Alegre.  

Palestra de Santiago Uribe 

Consultor do Pacto Alegre para o Projeto Territórios Inovadores, o antropólogo colombiano Santiago Uribe falou sobre a experiência de Medelín, que enfrentou um contexto de extrema violência e hoje é referência em inovação.  

“Juntar um número importante de pessoas, instituições e empresas diversas para olhar pra frente com uma visão coletiva de cidade é a semente da verdadeira transformação social”, explicou Uribe. Segundo ele, o Pacto Alegre representa essa visão para Porto Alegre.

O antropólogo fez, ainda, uma analogia entre inovação social e a feijoada brasileira: “A feijoada brasileira não é brasileira. O feijão é da África, a linguiça da Espanha, o arroz é chinês. Mas se tornou brasileira porque vocês, com amor, a transformaram para dar um melhor significado. Tragam o melhor de todos vocês para transformem Porto Alegre. Isso é inovação social, isso é inteligência coletiva”. 

Esta foi a última reunião do ano da mesa do Pacto Alegre, que volta a se encontrar em fevereiro de  2024. 

As empresas atuam no Tecnopuc de forma remota. / Foto: Giordano Toldo

A revista eletrônica Pequenas Empresas e Grandes Negócios, em parceria com as consultorias Elogroup e Innovc, compila, anualmente, uma lista das empresas mais promissoras do ecossistema de inovação brasileiro. Entre maio e julho deste ano, mais de 2 mil empresas se inscreveram para o 100 Startups to Watch 2023, e as organizações foram avaliadas em inovação, potencial de mercado, negócio e escalabilidade, equipe e maturidade da solução. Dentre as 100 selecionadas, três startups fazem parte do Parque Tecnológico e Científico da PUCRS (Tecnopuc): AIPER, Eduqhub e Agenda Edu. 

Com sede em São Paulo, as três empresas selecionadas integram remotamente o ecossistema do Parque Tecnológico da PUCRS, reforçando o conceito de Tecnopuc Anywhere. O projeto foi adotado no Plano Estratégico da Unidade, que busca expandir a atuação do Parque para além do seu espaço físico, possibilitando que outras empresas e strartups utilizem dos serviços oferecidos pelo Tecnopuc mesmo a distância. A AIPER está a participando do Tecnopuc Startup Garage, e a Eduqhub e Agenda Edu integram a Hub EduX 

O CEO e Founder da AIPER, Ailton Pereira, acredita que participar do Tecnopuc Startup Garage tem sido uma experiência incrível e enriquecedora para sua jornada empreendedora. Ele enfatiza que os conteúdos disponibilizados pelo projeto auxiliam na estruturação das partes essenciais do negócio, e que as mentorias, com discussões e ferramentas servem para apoiar na aplicação prática do aprendizado. Sobre integrar a lista ‘100 Startups to Watch em 2023’, Ailton e sua equipe ficaram muito felizes.  

Leia também: PUCRS amplia ecossistema de inovação e lança proposta imersiva de ensino conectada ao seu Parque Tecnológico

“O processo desde a inscrição até a divulgação da lista levou algum tempo, mas estamos extremamente felizes e honrados por estarmos ao lado de nomes renomados na categoria da indústria. Isso nos motiva ainda mais a seguir adiante e tornar o sonho da AIPER uma realidade!” completa o CEO da AIPER. 

Saiba mais sobre as três startups 

Foto: Divulgação/Editora Globo

A AIPER atua na indústria de cor por meio da biotecnologia. Ela produz biopigmentos microbianos utilizando processos fermentativos e resíduos agroindustriais como fonte nutritiva para os microrganismos, contribuindo para a economia circular por meio de produtos que atendem às demandas de diversas indústrias, desde a moda até a alimentação, em substituição dos corantes sintéticos. O uso dos biopigmentos contribuem para as indústrias e organizações que possuem compromisso com a sustentabilidade. 

A Agenda Edu oferece soluções para simplificar a jornada educacional, já tendo impactado mais de 2 milhões de pessoas. O aplicativo oferece para as escolas recursos para otimizar seu relacionamento com as famílias, incluindo rotina escolar, comunicação e cobranças. Outras soluções, que integram o portfólio da startup para facilitar a rotina educacional, é o App Equipe Escolas – que coloca na palma da mão do professor o controle do diário de classe e a possibilidade de compartilhar a rotina do aluno – e o EduPay – que auxilia na organização da rotina financeira da escola e garante a receita mensal prevista.   

A Eduqhub desenvolveu uma metodologia própria com foco no desenvolvimento de softskills e habilidades empreendedoras para crianças, explorando vivências reais. Ela é oferecida por meio de materiais didáticos e uma plataforma digital gameficada, abordando temas como finanças, liderança, autoconhecimento e relacionamento interpessoal e resolução de problemas. 

Confira a lista completa das 100 startups aqui