A revista Tição e a imprensa negra gaúcha

“Democracia Racial: lenta, gradual, relativa”. Por mais atual que pareça, esse é o título da segunda edição da revista Tição, publicada em agosto de 1979. O exemplar custava vinte cruzeiros. Hoje, a temática segue presente, e a pauta da consciência negra é destaque no Brasil de 2024. A Tição, fundada em março de 1978 por um grupo de jornalistas e comunicadores negros, possui três edições publicadas do projeto, sendo duas revistas, e uma terceira em formato de jornal impresso, em outubro de 1980. A revista tinha o objetivo de atingir a comunidade negra, evidenciando aspectos sociais e culturais no formato de notícias. Todas as edições da revista podem ser conferidas em uma exposição no saguão da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS (Famecos). 

“As pautas (da Tição) permanecem extremamente atuais. Trata-se de uma retomada da luta antirracista, que continua com a mesma estrutura hoje em dia”, comenta Emílio Chagas, 74 anos, jornalista e um dos fundadores da revista. O ativista negro revelou a intenção de produzir uma nova edição da revista. “Uma coletânea das três edições já postadas e comparar com as situações de hoje, problemas que pioraram e aqueles que estagnaram”, explicou. O jornalista também pretende produzir outras três edições em 2025, com temáticas como juventude negra e racismo estrutural. 

A exposição Revista Tição e a Imprensa Negra do RS é parte do projeto Semana Com Ciência Negra, organizado pela Escola de Comunicação, Artes e Design, em parceria da PUCRS Cultura. O evento tem como objetivo promover debates sobre a semana da Consicência Negra através de palestras, painéis e conversas com especialistas, pesquisadores e militantes do movimento negro.  O mostruário da Tição conta por painéis o processo de construção da revista, incluindo as capas das três edições e também de jornais que se inspiraram na Tição, como a Nação Z. Além disso, há QR Codes juntos aos documentos e arquivos na exposição que permitem ao visitante acessar o conteúdo completo das edições da Tição, além de materiais sobre a história das fontes entrevistadas pela revista.  

Uma das inspirações da Tição foi o pioneiro O Exemplo, jornal que circulou na capital gaúcha entre 1892 e 1930, servindo como base do arquivo e valorização da cultura afro-brasileira. Apesar da publicação de apenas três edições, os conteúdos da Tição foram reafirmados em movimentos de militância e temáticas negras no país.

Naiara Silveira, ativista do movimento negro e filha única do poeta e militante Oliveira Silveira, que também fez parte do projeto da Tição, defende e preserva a contribuição do pai para a revista e para a poesia brasileira. “Eu acompanhei todo o processo de criação da revista e toda essa caminhada do movimento negro do meu pai. Resgatar a Tição também é um resgate da história da imprensa negra no Rio Grande do Sul”.  

A Semana Com Ciência Negra terá conversas com diversos convidados até sexta (22). O mostruário da revista ficará no saguão da Famecos até dia 18 de dezembro.  

Por: David Ferreira e Pedro Pereira / Laboratório de Jornalismo

A Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS, em parceria com a PUCRS Cultura inicia na próxima segunda-feira, dia 18 de novembro, a Semana Com Ciência Negra realizando a abertura da exposição “Revis Tição e a Imprensa Negra do RS – 132 anos de história”. A cerimônia de abertura acontece às 18h, com pocket show de Negra Jaque e bate-papo sobre a exposição, no saguão da Famecos (Prédio 07, Campus PUCRS) e será seguida pelo evento “Afroempreendedorismo: da teoria à prática”, organizado pela Rede Communitas e o Grupo de Trabalho Negritudes. No evento, três mesas de debate reunirão convidados para abordar temas como o futuro da cidade, bem-estar e saberes ancestrais e a integração entre arte e negócios.

Na terça-feira, 19 de novembro, das 18h às 19h, o Saguão da Famecos sediará a palestra “Educação antirracista: reflexões sobre as práticas”, com a professora Cristiane Silveira dos Santos e mediação de Deivison Campos. O evento pretende fomentar discussões sobre práticas educacionais inclusivas e antirracistas, sendo aberto ao público e com entrada gratuita.

Encerrando a semana, a Famecos e a PUCRS Cultura promoverão, nos dias 21 e 22 de novembro, podcasts temáticos alusivos à Semana da Consciência Negra, aprofundando temas de relevância cultural e histórica.

Serviço:

O Senado Federal está promovendo o projeto De Modelo a Toda Terra, uma exposição que valoriza a resiliência gaúcha, especialmente frente aos desafios trazidos pelas enchentes. Entre as atividades do projeto, diferentes painéis foram realizados para debater o tema, incluindo o painel “Meio Ambiente, Sustentabilidade e Solidariedade — Enchentes no Rio Grande do Sul”, que contou com a participação de Rosângela Florczak, decana da Escola de Comunicação, Artes e Design — Famecos da PUCRS; do escritor Luís Ramires; da jornalista Iara Lemos; e do publicitário Luís Silva Zamorano, especialista em impacto ambiental e social no setor de entretenimento.

A professora Rosângela destacou que eventos como as enchentes não podem ser esquecidos, pois representam oportunidades importantes de reflexão. Segundo ela, é essencial estar preparado para lidar com situações de emergência extrema, enfatizando a necessidade de gerar conhecimento e promover debates que fortaleçam a prevenção e a resposta a crises de maneira mais eficiente. Exemplificou demostrando o exemplo da PUCRS, que durante as enchentes forneceu assistência imediata à comunidade, com abrigos que atenderam mais de 300 pessoas por 34 dias, mobilizando uma equipe multidisciplinar de profissionais para prestar suporte em saúde, alimentação e questões jurídicas. O centro de eventos da universidade foi transformado em um entreposto para triagem e distribuição de recursos essenciais.

Além disso, Rosângela explicou que a PUCRS implementou programas para apoiar a recuperação econômica das pessoas afetadas. Iniciativas como o “Empregar Tchê”, promovido pela PUCRS Carreiras, ajudaram a buscar oportunidades de emprego para os abrigados, enquanto consultorias foram oferecidas a pequenos negócios afetados. Também ressaltou a importância de aprimorar a comunicação de risco, desenvolvendo metodologias que facilitem a coordenação e a resposta da sociedade em crises. Complementando, a jornalista Iara Lemos relatou o sucesso de sua campanha de arrecadação de doações, que mobilizou milhares de pessoas. Ela enfatizou a importância da prestação de contas e do compromisso com as futuras gerações, apontando que o impacto de iniciativas de ajuda requer um esforço contínuo para que o mundo esteja mais preparado para enfrentar crises no futuras.

O painel completo pode ser assistido na íntegra neste link.

Professora, falecida na terça feira (12), deixou grandes contribuições para a pesquisa em comunicação

A comunidade acadêmica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) está de luto pelo falecimento de Beatriz Corrêa Pires Dornelles. Jornalista, professora e pesquisadora do curso de Jornalismo e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social (PPGCOM) da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, Beatriz tinha 64 anos e sofreu uma parada cardíaca. Bia, como era carinhosamente chamada pelos colegas e alunos, realizava tratamento oncológico e havia apresentado melhora nos dias que antecederam o falecimento.  

Natural de Alegrete, Bia concluiu o curso de Jornalismo na PUCRS no início da década de 1980 e iniciou a carreira como professora em 1984 no Centro de Ensino Universitário de Brasília (CEUB), em Brasília. Nesse período, em paralelo às funções docentes, trabalhou como repórter no Jornal Pioneiro, do Grupo RBS, com enfoque no cenário político da capital brasileira – função que exerceu até 1994. Fez mestrado em Jornalismo Científico pela Universidade de São Paulo (USP) em 1989 e tornou-se Doutora em Comunicação em 1999 pela mesma instituição. Desde este período, desenvolveu pesquisas na área de Jornalismo Comunitário, com enfoque nos periódicos do interior do Rio Grande do Sul e nos jornais de bairro. Apaixonada pela temática, Beatriz foi a primeira presidente da Associação dos Jornais de Bairro de Porto Alegre (Ajob/Poa), também na década de 90.  

Retornou à PUCRS como professora em 1993 e passou 31 anos trabalhando na instituição, contribuindo para a formação de gerações de alunos da Famecos. Juremir Machado, coordenador do PPGCOM, amigo pessoal de Bia e colega de profissão durante décadas, lamentou profundamente a morte da colega e destacou sua importância para o jornalismo, a pesquisa e a docência:  

“Bia era uma pessoa sempre motivada, apaixonada por jornalismo e por pesquisa e aula. Fazia tudo com gana. Era corajosa, perseverante e determinada. Tinha sempre um projeto, uma ideia, a vontade de fazer algo. Não desistia, não se desencantava”, disse Juremir.

Uma prova desse engajamento em múltiplos projetos são os 13 livros lançados pela jornalista. Em 2002, Beatriz organizou o livro “PUCRS: 50 anos Formando Jornalistas”, com capítulos escritos por professores da Famecos, buscando valorizar a relevância do curso e seu legado. O perfil determinado, mencionado por Juremir, se prova na incessante busca de Bia por qualificar-se ainda mais. Em 2009, realizou pós-doutorado na Universidade Fernando Pessoa, no Porto, em Portugal. 

O envolvimento de Bia com a edição e produção científica aumentou ainda mais a partir de 2014, quando assumiu a função de editora da Revista Famecos, periódico científico voltado para a Comunicação. O editor-assistente da revista, Otávio Daros, relembra o perfil da professora:  

“Era uma jornalista apaixonada pela profissão. Mais que isso, foi uma ativista do ofício de informar, preocupada sobretudo com a atividade nas comunidades e no interior. Ela trouxe a bagagem pragmática da redação e do jornalismo diário para sua vida na universidade. Com ela, o papo era reto e objetivo. Não era de meio termo: tinha o certo e tinha o errado”, afirmou Otávio. 

Otávio também comenta que, ainda na semana passada, Beatriz visitou a universidade: “Estava cheia de planos. Hoje me pergunto se não foi inconscientemente uma necessidade de se despedir do ofício e do lugar que tanto amava viver”, relembrou, com carinho. 
Além das contribuições científicas, Bia era colorada de carteirinha e fazia parte do InoveInter, grupo político de torcedores apaixonados pelo Sport Club Internacional. Também possuía paixão por artes manuais e aventurou-se como artesã, presenteando amigos e colegas com seus projetos.  


Entidades de pesquisadores e classe como a Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Compós), a Associação Rio-Grandense de Imprensa (ARI), o Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul (SindJor), Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (Abej), Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) emitiram notas de pesar pelo falecimento de Bia. Representantes de programas de graduação e faculdades da área da comunicação também enviaram notas manifestando a importância da pesquisadora para o campo. Beatriz deixa um filho, o jornalista Alexandre Dornelles.

Por: Pedro Pereira / Sob a supervisão de Fernanda Nascimento

Diretor e roteirista gaúcho participou do Festival Universitário de Cinema e Audiovisual na Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos)

Na quinta-feira (7), a primeira edição do Festival Universitário de Cinema e Audiovisual (FUCA) contou com a presença de Jorge Furtado, diretor e roteirista gaúcho. Autor de obras de sucesso como “Ilha das Flores” (1989) e “O Homem Que Copiava” (2003), Furtado participou de um bate-papo com universitários de diferentes instituições de ensino com mediação de Helena Stigger, coordenadora do curso de Produção Audiovisual da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Antes do bate-papo, os curtas “O Sanduíche” (2000) e “Até a Vista” (2011) foram exibidos para a plateia, que recebeu o cineasta com aplausos. Ao final do evento, Jorge recebeu uma placa de menção honrosa em sua homenagem. 

Momentos antes de sua participação no evento, Jorge Furtado concedeu uma entrevista exclusiva ao Laboratório de Jornalismo Integrado (Lab J) da Famecos, conduzida por Júlia Dorigon, estudante de Produção Audiovisual na PUCRS. Produzida pelos estudantes de jornalismo David Ferreira, Pedro Pereira e Rudá Portanova, a entrevista foi supervisionada pelo professor Andrei Rossetto. 

Abaixo estão alguns trechos da conversa. Você pode conferir a entrevista na íntegra no canal do Youtube do Lab J. 

Quais as tuas perspectivas para o audiovisual gaúcho e brasileiro? 

Eu acho que a gente tá num momento bem difícil, bem complexo. Eu tenho medo que a ideia, quer dizer, medo não, mas uma sensação assim que a ideia que a gente tinha de cinema, como se eu vou fazer um filme, contar uma história para ser visto numa tela grande, numa sala escura, em silêncio. Eu não sei se essa coisa vai sobreviver por muito tempo ainda. Eu espero que sim, porque a experiência do cinema é muito transformadora. […] O mundo do audiovisual mudou bastante. E a economia também mudou bastante. Sempre vamos precisar de contadores de histórias, gente que goste de contar histórias. E sempre vai ter gente querendo contar histórias com audiovisual, porque é tão poderoso o cinema. O negócio, essa junção da imagem, da palavra, da música, de tudo junto que o cinema é. É tão poderosa que sempre vai ter gente que vai ser motivada por isso e vai querer fazer também, né? 

A gente consegue perceber dentro das suas obras fragmentos de ti. Por exemplo, “Até a Vista” é uma história que aconteceu contigo, de certa forma. A gente escutou isso em uma entrevista tua. E o “Homem que Copiava” também, tu relataste que foi uma história inspirada em um colega de trabalho. Como tu vês essas fronteiras entre imaginário e realidade e como que tu nutres as histórias que tu contas? 

Eu acho que a gente conta histórias por três motivos. As histórias podem fazer três coisas. Elas podem nos ensinar sobre as pessoas, sobre os outros, sobre o mundo e a vida. Elas podem nos ensinar sobre nós mesmos. E elas podem nos ensinar sobre as histórias, sobre o ato de contar histórias. São três coisas que as histórias fazem. Eu gosto quando elas fazem as três coisas ao mesmo tempo. Quando ela me ensina alguma coisa sobre mim mesmo, ela fala de uma coisa minha, que ela parte de uma coisa minha. […] Mas, ao mesmo tempo, ele fala de outras pessoas, que não têm nada a ver comigo. Então é essa mistura que a gente tem que fazer sempre. Eu acho que a criação é sempre uma mistura de observação, de invenção e de memória. São as três coisas. São coisas que você lembra que aconteceram. Em todos os meus filmes tem coisas que eu identifico muito, isso aconteceu comigo essa cena. O resto, não. Mas essa cena, sim. Então é essa mistura. No fim, quando a gente termina, a gente não sabe mais bem o que era uma coisa, o que era outra, o que eu inventei, o que eu me lembrei. 

Confira a entrevista na íntegra abaixo:

Grupo de rock se apresenta na próxima segunda-feira, 11, no saguão da Famecos

O projeto Ressoa Música encerra sua primeira edição em grande estilo: um show da banda Toró vai agitar o saguão da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS, na próxima segunda-feira (11). A apresentação do grupo que mistura rock alternativo com música tradicional brasileira será às 18h30 e tem entrada franca. 

A banda encara a participação no Ressoa como uma grande oportunidade e classifica o projeto como uma “baita iniciativa”. Com um repertório eclético, o grupo espera transmitir a energia do Toró. “É importante a nossa participação em eventos como esse, pois a nossa música atinge pessoas que talvez nunca tenham ouvido falar da Toró”, disse Lucas Lacerda, guitarrista e saxofonista da banda. 

Foto: Lucas Lacerda/ Banda Toró

Apresentações do Ressoa acontecem desde agosto

O Ressoa é um projeto musical encabeçado pelo professor da Famecos Raul Krebs e criado com a participação de estudantes, técnicos administrativos e professores da universidade. O projeto tem integrantes do RS Música, Hub da Indústria Criativa da Famecos e do Instituto de Cultura da PUCRS. “O Ressoa surgiu porque queríamos ter um projeto musical na Famecos. A escola precisava de algo envolvendo arte e o Ressoa está ligado exatamente na prática de fazer arte”, conta Raul. 

 Inicialmente, a ideia era envolver apenas estudantes da PUCRS no projeto. Mas com as divulgações do Instituto de Cultura e RS Música, a iniciativa se expandiu para artistas de Porto Alegre e Região Metropolitana. Raul relembra que em duas semanas o edital contou com 156 artistas inscritos.   

Ao longo do evento, três apresentações foram realizadas nos palcos do Ressoa. Cantando músicas da consagrada Rita Lee e clássicos da MPB, quem realizou o show de abertura foi a artista Izmália. O segundo a enriquecer os ouvidos das mais de 80 pessoas que presenciaram o show, foi o rapper e rei do slam, DKG Dequilograma. A dupla Belle Montini e Gustavo Virissmo também se apresentou nos palcos da Famecos. Para o rapper DKG Dequilograma, participar do festival foi uma experiência muito agradável, podendo abrir novas possibilidades em um futuro próximo na sua carreira. “Realizar meu trabalho com equipamentos de qualidade, com repercussão em podcast que fiz com os guris e fotos que divulgam a minha música foi muito especial. É importante demais estar em um festival como o Ressoa Música”, afirmou DKG.  

Na análise de Raul, o evento também é importante em um momento no qual a escola lança um novo curso de graduação: Produção Artística e Cultural. “O Ressoa está ligado à arte e era isso que precisávamos, uma prática artística cultural que representasse o novo curso”, disse.

Por: Rudá Portanova e Amanda Steimetz, sob a supervisão de Fernanda Nascimento

A Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) é uma das apoiadoras da exposição “De Modelo a Toda Terra”, que está em cartaz até o dia 8 de novembro no Espaço Cultural Ivandro Cunha Lima, no Senado Federal, em Brasília.

Com curadoria de João Pedro Villela, egresso do curso de Jornalismo da PUCRS, a exposição reúne obras de artistas gaúchos que retratam a diversidade cultural do Rio Grande do Sul e os impactos das recentes enchentes que atingiram o estado. A mostra também reflete a força artística e cultural do nosso estado, representada pela criatividade de artistas como Urbano Vilella, Manoela Vasques, Érick dos Santos, Vinícius Agliardi e 48 crianças de escolas públicas que retrataram sua vida durante o período das enchentes.

”De Modelo a Toda Terra é um trecho do Hino do Rio Grande do Sul, o maior símbolo da cultura gaúcha. Essa frase reflete a força do nosso povo diante das adversidades.
Esta semana marca seis meses após as enchentes que devastaram o estado, e também evidenciou o amor de todos os brasileiros e brasileiras que ajudaram a reerguer o Rio Grande do Sul. Em nome de milhões de gaúchos, agradecemos a ajuda de todos vocês”, afirma Villela.

Foto: João Pedro Villela e Denise Pagnussatt/PUCRS

O lançamento da exposição, realizado esta semana, contou com a presença de parlamentares, artistas, embaixadores, ministros e membros da sociedade civil. A PUCRS foi representada pela professora Denise Pagnussatt, coordenadora do Hub da Indústria Criativa da Famecos, que destacou a importância de fortalecer as conexões da universidade com o setor criativo nacional.

Na foto: senador Luis Carlos Heinze, secretário-executivo do Escritório de Representação do Rio Grande do Sul em Brasília, Henrique Pires, Franciane Bayer/Deputada, Liziane Bayer/Senadora Suplente, Denise Pagnussatt/PUCRS, Atanasio Lucero/DPU, artista plástico Urbano Vilella e o curador João Pedro Villela. 

”A arte tem o poder de valorizar a nossa memória, cultura e identidade. A arte tem o poder de emocionar e conectar quem não estava conosco naquele mês de maio. Foram dias difíceis e que agora são de recomeço para mais de 800 mil pessoas impactadas direta e indiretamente pelas enchentes no RS. Os gaúchos mostraram-se fortes, unidos, solidários e ativos com muita compaixão,” comenta Denise.

Além disso, está sendo elaborada uma proposta, a ser encaminhada ao Senado, com solicitações em defesa da arte e da cultura, bem como de apoio ao Rio Grande do Sul. A PUCRS apoia essa iniciativa, que busca fortalecer políticas públicas em prol do setor cultural e de sua comunidade.

A Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) celebrou, na manhã da terça-feira (5/11), o Dia do Design Gráfico. O evento contou com a participação híbrida de Rafael Perez, professor de Design Thinking e Gestão de Equipes e Mudança no Instituto Europeu de Design (IED Barcelona) e líder de expansão da Nacar. Além da palestra, foram realizadas atividades de integração entre os alunos, sob a orientação do professor Fernando Bakos, coordenador do curso de Design da Famecos.

Durante a palestra, Perez destacou a importância da especialização dentro do Design, sem renunciar à possibilidade de trabalhar em diferentes segmentos. Ele enfatizou a necessidade de manter um olhar estratégico que agregue valor para os usuários, ressaltando a pesquisa como uma das etapas mais cruciais do processo. Para ele, a pesquisa deve buscar ouvir, conhecer e resolver problemas reais, desenvolvendo soluções baseadas em dados. Bakos complementou, explicando que o design deve ser pensado como um trabalho em grupo, em que uma equipe desenvolve soluções para outra, de forma funcional e estratégica.

Para além do contexto do design gráfico, Perez compartilhou um exemplo de sua experiência na Nacar, uma agência internacional com sedes na Espanha e no México. Ele falou sobre os desafios das conexões culturais e mencionou que um produto pode passar de um a dois anos de pesquisa multidisciplinar antes de ser lançado, envolvendo não apenas o Design, mas também outras áreas, como engenharia e tecnologia. Perez citou o exemplo de uma impressora 3D de uma marca global que, além do design, contou com estudos de diversas disciplinas para transformar o produto – que antes era visto como algo grande e escondido – em um móvel bonito e funcional. O projeto foi premiado internacionalmente, destacando o impacto da abordagem multidisciplinar e estratégica que, além da parte gráfica e de produto, considera pesquisa e interdisciplinariedade.

Sobre o futuro, Perez destacou a importância de pensar em projetos de impacto, enfatizando a conexão do design estratégico com áreas como antropologia e sociologia, além de ressaltar o papel do Design Estratégico e sua influência no mercado econômico global. Ele também mencionou parcerias futuras em desenvolvimento, envolvendo Porto Alegre, e demonstrou a amplitude de possibilidades que a área pode alcançar.

Participaram do evento mulheres do programa de empreendedorismo feminino social “Moda Alegre”.

Comunicação e criatividade são pilares muito importantes no mercado de trabalho. Em função disso, o programa de empreendedorismo feminino social “Moda Alegre” promove o desenvolvimento de habilidades cognitivas e psicossociais através de capacitações técnicas, educativas e vivências práticas no empreendedorismo e na valorização da personalidade feminina no varejo.

Patrocinado pelo Banrisul, o programa conta com 17 encontros mensais que englobam ações voltadas para as atividades de comunicação, gestão de carreira e renda, corte e costura industrial e outras focadas nas histórias de superação das participantes, visando o reconhecimento como empreendedoras e o glamour da profissão de costureira.

A professora Rosângela Florcazk, decana da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS, a Famecos, ministrou uma palestra na tarde de quinta-feira (10) para as integrantes do projeto. Rosângela abordou no encontro da segunda edição do projeto as performances de comunicação de lideranças sociais, tema fundamental para se destacar dentro e fora das organizações corporativas.

Ao longo da conversa, relembrou a percepção que as pessoas têm sobre a comunicação na hora de interagir com outros indivíduos, inclusive nos aspectos das emoções de medo e vergonha. A professora também mencionou a admiração que costumamos sentir ao vermos alguém desempenhar essa competência de forma clara nas situações cotidianas ou nas campanhas eleitorais, por exemplo.

Segundo a professora Florczak, para conseguirmos executar bem essa habilidade, precisamos trabalhar técnicas e metodologias focadas na melhoria da oratória. Além disso, mencionou a necessidade de relembrarmos e aprendermos sobre as fases do processo comunicacional, como a postura da fala do emissor, que influencia na percepção da mensagem. Desenvolvendo essas habilidades, as participantes do projeto vão estar mais preparadas para serem porta-vozes dos seus projetos sem perder o lugar da fala.

Por fim, a professora falou sobre a dificuldade de comunicação em momentos de crise. “Construir sentido na cabeça do outro não é fácil”, afirmou Rosângela. Segundo ela, a situação de conflito não passa mais a ser no presencial, e sim em outros locais como as redes sociais e no atendimento à imprensa. Portanto, a comunicação segue sendo a solução para esse problema.

Projeto de alunas de jornalismo da PUCRS ganha destaque como programa de televisão

O programa Liderança Rosa foi desenvolvido na aula de Gestão de Projetos na Indústria Criativa, ministrada pela professora Denise Pagnussatt. As alunas Ana Carolina Lorenzini, Maria Heloisa Pinzetta, Mariana Gomes e Raquel Bonini produziram e apresentaram a produção, que contou com a parceria da Band RS para gravação e exibição dos episódios.

Denise destaca que a ligação entre a sala de aula e o mercado de trabalho é incentivada cada vez mais na Escola de Comunicação, Artes e Design, a Famecos: “Eu acho fundamental que os estudantes tenham uma aproximação real com os desafios de mercado. Então aqui a gente aprende o processo todo de conceber um projeto, por exemplo, que foi o desafio que foi posto. Mas é interessante ver ele na prática depois”.

Band RS

No dia 18 de março, o Grupo Bandeirantes inaugurou sua nova sede no prédio 50, a Escola de Negócios da PUCRS, com o objetivo de potencializar a inovação e o empreendedorismo. Essa proximidade com os estudantes favorece o surgimento de oportunidades, principalmente na área da comunicação. Maria Fernanda Luchsinger trabalha há quase 2 anos na empresa como produtora, repórter e apresentadora do tempo. Maria participou da apresentação de um dos episódios e conta como o programa pode beneficiar tanto as alunas quanto a Band RS: “Para os alunos, é uma super experiência para colocar a mão na massa e ver como as coisas funcionam na prática. Para a Band, é uma oportunidade de ter novas mentes pensantes, digamos assim, pessoas com gás para criar coisas novas”.

Liderança Rosa

O programa foi desenvolvido em aula, em meio às enchentes de maio. Raquel Bonini considerou o projeto desafiador, “mas, ao mesmo tempo, fluiu de uma maneira onde a gente conseguia fazer cada etapa sequencial. E claro que isso é resultado de todo apoio que a gente teve, de todo aprendizado em sala de aula com a professora Denise”. Bonini também destaca a confiança e o suporte da Band ao programa. A experiência de estar na televisão foi novidade para as alunas. Mariana Gomes comenta que a sensação foi estranha, mas muito gratificante.

A proposta do Liderança Rosa é um bate-papo em alusão ao mês do Outubro Rosa, conscientizando as mulheres sobre a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama, além de incentivar a liderança feminina. Todas as entrevistadas têm alguma experiência de vida relacionada à doença e ocupam cargos de liderança e/ou são empreendedoras. A conversa acontece em torno das suas experiências, trabalhos e famílias. 

Os dois primeiros episódios já foram ao ar. Neste sábado (19/10) e no seguinte (26/10) vão ser publicadas mais duas entrevistas. Acompanhe o Liderança Rosa na Band RS, aos sábados, às 8h da manhã. Para quem não conseguir acompanhar pela TV aberta, ou deseja rever o programa, a produção está disponível no Youtube da emissora. 

Fonte: Laboratório de Jornalismo