Os professores da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS, Deivison Campos e Cristiano Max, participaram como painelistas de um ensaio para o Colóquio “Economia Criativa e o Samba Sul”, que ocorrerá em 2025. O painel aconteceu na terça-feira, 3 de dezembro, no Teatro Bruno Kiefer, com mesas-redondas sobre temas como “Universidade do Samba”.

A mesa-redonda Universidade do Samba, na qual os professores participaram, teve como objetivo estimular pesquisas sobre as diversas interações com o samba e suas relações com a economia da cultura. Também participaram do Pitch Científico: Ana Laura Freitas, coordenadora do projeto “Alô, Harmonia! Unimúsica” (2023/UFRGS); Gustavo Moraes, professor de Economia (PUCRS); Delma Gonçalves, pesquisadora e sambista gaúcha premiada; Bruna Paulin, curadora do evento “Samba do Quintana” (CCMQ/Sedac); e Sátira Machado, uma das curadoras da exposição “Corredor do Samba de Porto Alegre” (IOS/PUCRS Cultura/Unipampa), que também abordou o Candombe uruguaio e argentino como ritmos relacionados aos tambores. 

Deivison Campos, coordenador do projeto “Universidade do Samba”, explicou que o projeto busca debater os impactos do processo de periferização do Carnaval, a ausência de políticas públicas e de investimentos na cadeia produtiva e artística da cultura do carnaval, e os consequentes desdobramentos no universo do samba. 

Cristiano Max, professor de Economia Criativa da PUCRS, complementou que o evento propôs um desenvolvimento importante dentro do setor, promovendo a reflexão sobre percursos socioculturais atrelados às comunidades que vivem dessa cultura. 

O projeto, realizado pela Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ), pelo Instituto Oliveira Silveira (IOS) e outros parceiros, tem curadoria da jornalista e professora Sátira Machado, da Universidade Federal do Pampa (Unipampa). O evento também celebrou o Dia Nacional do Samba e o Dia do Suingue e do Samba Rock de Porto Alegre (Lei Municipal nº 12.945/2022). 

Hoje, 4 de dezembro, é o Dia Mundial da Propaganda, um momento para celebrar a criatividade e as histórias que transformam ideias em impacto. Para marcar a data, reunimos um #top5 com os cases publicitários mais inspiradores de 2024, que mostram como a publicidade continua emocionando, conectando e mudando o mundo.

Além disso, 2025 será um ano especial para a Famecos: o curso de Publicidade e Propaganda da PUCRS comemora 60 anos de história. Reconhecido como um dos melhores entre as universidades privadas da região Sul, segundo o Ranking Universitário da Folha (RUF), o curso reafirma sua excelência em formar profissionais de destaque.

A PUCRS, pelo quinto ano consecutivo, também foi apontada como a melhor universidade privada do Brasil, de acordo com o mesmo ranking. A análise considerou mais de 40 instituições de ensino superior, avaliando aspectos como ensino, mercado, pesquisa, inovação e internacionalização – uma conquista que reforça o impacto da universidade em diferentes áreas.

Agora, vamos aos cases que estão transformando a publicidade e deixando sua marca em 2024:

1️⃣ “Camisa Embarrada” – Internacional (da https://agenciahoc.com/ ):
Jogadores do Internacional usaram camisas manchadas de lama, simbolizando a tragédia das enchentes no RS. O leilão arrecadou R$ 300 mil para a reconstrução das áreas atingidas. Finalista do Effie Awards 2024, o case destaca o poder da publicidade para engajar e mobilizar causas sociais.
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2️⃣ “É por isso que eu chamo o Méqui de Méqui” – McDonald’s (https://galeria.ag/):
A campanha trouxe histórias reais de consumidores, mostrando momentos especiais nos restaurantes e reforçando a conexão emocional com a marca. Um verdadeiro sucesso que emocionou o público!
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3️⃣ “The Forbidden Gift Shop” – Mercado Livre (https://www.gut.agency/):
Uma loja online e um videoclipe interativo com Liniker arrecadaram fundos para reabrir o Museu da Diversidade Sexual. A campanha atingiu 5 milhões de visitantes, esgotou itens em 30 minutos e rendeu um Leão de Prata no Cannes 2024.
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4️⃣ “A Bolsa Antirracista” – Universidade Zumbi dos Palmares (https://www.grey.com/locations/brazil):
Unindo moda e ativismo, a campanha usou design e QR codes para incentivar denúncias de racismo. Premiada com o Leão de Prata no Cannes 2024, reforçou a relevância de ações contra a discriminação.
🎥 Confira aqui.

5️⃣ “Wonder Women Tech – e-Police Station” – AlmapBBDO para AzMina (https://www.almapbbdo.com.br/)
AzMina, organização que combate a violência contra mulheres, lançou o app “e-Police Station”, conectando vítimas à polícia. Premiado em Cannes, o case une tecnologia, inovação e impacto social.
🎥 Confira aqui.


E aí, qual foi seu favorito? Esses cases mostram como a publicidade pode transformar o mundo com criatividade e propósito. 

Confira todos os detalhes diretamente nos links e inspire-se! 🎯✨

Evento ocorre nesta sexta (6/12) na PUCRS, em Porto Alegre

Foto: Giordano Toldo

A PUCRS concederá o título de Doutor Honoris Causa ao sociólogo francês Dominique Wolton, em reconhecimento à sua notável contribuição para os estudos em comunicação, política e sociedade. Na ocasião, Wolton lançará no Brasil o livro Pensar a Incomunicação e a edição especial da revista Hermès sobre o país. O evento ocorrerá no dia 6 de dezembro, às 10h, no auditório do Prédio 9 da PUCRS. Interessados devem se inscrever gratuitamente neste link.

Nascido em Doula, Camarões, em 1947, Wolton conta com uma trajetória acadêmica e profissional de grande destaque. Com formação em Direito e Ciências Políticas, e doutorado em Sociologia, ele é pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS). Fundador da revista Hermès e da Casa da Informação e da Comunicação, publicou mais de 30 livros, traduzidos para diversas línguas, incluindo obras de referência como Informar não é comunicar e É preciso salvar a comunicação.

Wolton também entrevistou o Papa Francisco, resultando no livro O futuro da fé: entrevistas com o sociólogo Dominique Wolton.

O evento será uma oportunidade para celebrar a trajetória de um dos maiores pensadores contemporâneos sobre a comunicação no mundo globalizado. Também haverá a venda do novo livro no local.

Serviço:

O quê: Doutor Honoris Causa e Lançamento de Livro – Dominique Wolton

Data: 6 de dezembro, às 10h

Local: Auditório do Prédio 9

Entrada gratuita, inscrições

Estudantes do curso de Produção Audiovisual da PUCRS, sob a coordenação da professora Helena Stigger, estão participando do Ventana Sur 2024, um dos maiores mercados de conteúdo audiovisual da América Latina, que acontece pela primeira vez em Montevidéu, no Uruguai, de 2 a 6 de dezembro. O evento é uma importante plataforma para a indústria audiovisual e visa fomentar coproduções, atrair financiamentos e ampliar a distribuição internacional de conteúdos latino-americanos. 

Para a coordenadora do curso de Produção Audiovisual da PUCRS, Helena Stigger, a participação em eventos como o Ventana Sur é fundamental para que os futuros profissionais compreendam a dinâmica do mercado audiovisual. “O mercado é extremamente dinâmico e está em constante transformação. Estar presente em eventos como este permite que nossos alunos assistam a palestras, troquem experiências e acompanhem pitchings de projetos inovadores, o que é essencial para entender a lógica do setor e estar atualizado com as tendências da indústria”, afirmou a professora. 

O Ventana Sur é organizado pelo Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais da Argentina (INCAA), em parceria com o Marché du Film do Festival de Cinema de Cannes e a recém-criada Agência del Cine y el Audiovisual del Uruguay (ACAU). Com um foco no desenvolvimento e comercialização de projetos audiovisuais, o evento reúne produtores, distribuidores, financiadores e profissionais do setor de toda a América Latina e do mundo. 

A Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS realizou, de 26 a 28 de novembro, o XVI Seminário Internacional da Comunicação (SEICOM), que, neste ano, teve como tema Comunicação e Laços Sociais: Releituras e Possibilidades. O evento contou com palestras de importantes pesquisadores da área, como Michel Maffesoli, Sandra Massoni, Muniz Sodré, André Lemos, Moisés Lemos Martins e Margarida Kunsch. O Seminário marcou a celebração dos 30 anos do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUCRS (PPGCom). Entre as atrações comemorativas contou com o Prêmio Teses e Dissertações, que valoriza pesquisas na área, e uma homenagem à primeira coordenadora do PPGCom, a professora Dóris Fagundes Haussen.

30 anos de história

Para o coordenador do PPGCom, professor Juremir Machado da Silva, os 30 anos do programa foram marcados por muitas lutas, sonhos e metas. “Um programa se estrutura na medida em que conta com parceiros permanentes, que acompanham sua trajetória”, afirmou. Ele destacou que os convidados para o XVI SEICOM foram pesquisadores com uma longa história de colaboração com o programa. Como exemplo, mencionou Michel Maffesoli, parceiro desde 1987, ressaltando que essa continuidade contribui para a solidez do programa. “Contar com parceiros de grande reputação é algo realmente importante e nos enche de alegria”, completou o professor.

Sobre a consolidação e o futuro do programa, ele enfatizou: “Acreditamos que o PPGCom da PUCRS é um dos principais programas da área de comunicação no país. Em um estado periférico e em uma universidade privada, sabemos que as lutas são mais intensas, mas estamos felizes por alcançar todas essas conquistas nesses 30 anos. 

Moisés Lemos Martins, Juremir Machado, Michel Maffesoli, Muniz Sodré e André Lemos. Foto: Lab Foto

Um mundo em transformações

“O que move um pesquisador no campo das Ciências Sociais Aplicadas é, certamente, uma espécie de dor de mundo, uma inquietação profunda com o entorno e com os temas sociais que o impactam.” Essas foram as palavras da decana da Famecos, Rosângela Florczak, que também relembrou que, em 1994, quando o PPGCom iniciava sua jornada, o Brasil vivia o período pós-abertura política, recuperando o fôlego democrático e enfrentando desigualdades sociais em um ambiente midiático dominado pelos meios tradicionais de comunicação. Naquele período, de acordo com a decana, discutia-se a vida por meio do vídeo da televisão, a mercantilização da notícia, a sedução subliminar dos comerciais e a manipulação dos desejos do trabalhador que “vestia a camiseta” e começava a ser chamado de colaborador. Para ela, as mudanças ocorridas nos últimos 30 anos transformaram as relações, as mídias e os processos comunicacionais a ponto de tornarem o mundo irreconhecível para alguém que, vindo do passado, observasse o cenário atual com curiosidade.

O certo é que, no pano de fundo dessas transformações, continuam a se intensificar as ameaçadoras relações de concentração do poder. Segundo Florczak, assistimos ao agravamento dos efeitos das desigualdades sociais geradas por um sistema perverso, que opera não apenas nas diferenças objetivas, mas, sobretudo, em sua dimensão simbólica, sustentando um estado de coisas que provoca uma espécie de trauma. Esse trauma, de acordo com ela, impacta sobre o comportamento social e reduz a capacidade de reação. E é esse pano de fundo que segue mobilizando a cada pesquisadora, a cada pesquisador, que contribui para a construção da história desse programa e do campo da comunicação no Brasil.

Rosângela Florczak, decana da Famecos PUCRS. / Foto: Lab Foto

Presença de Michel Maffesoli 

E foi nesse contexto de transformações que Michel Maffesoli iniciou sua conferência. Ele remeteu à palavra ‘Seminário’, lembrando que ela tem conexão com o verbo ‘semear’, no sentido de proporcionar sementes, ou seja, lançar ideias e reflexões que podem germinar e crescer ao longo do tempo. Para o autor, ao longo de sua carreira, sempre trabalhou nessa perspectiva de transformações, muitas vezes utilizando a expressão ‘transmutação epocal’, o que, no fundo, reflete uma constatação de bom senso que precisamos. Maffesoli falou sobre uma ‘translação de império’, trazendo para o contexto dos estudos, quando uma civilização cede e, com isso, há sempre uma translação nos campos do conhecimento. Essa é a ideia central das teorias de Maffesoli, e é nesse sentido que ele se debruçou para tentar demonstrar essa translação.

Uma das contribuições de Michel Maffesoli é demonstrar que o termo pós-moderno não é um modismo, mas uma possibilidade de leitura capaz de nomear o mundo como ele é. Assim, seu estudo se constitui em uma significativa referência sociológica, tanto para aqueles que se alinham à sua perspectiva teórica, quanto para os que a contestam, argumentando que ainda estamos na modernidade. Além disso, influenciado por Gilbert Durand, Maffesoli se posiciona dentro da sociologia do imaginário, que não se limita a identificar os determinantes socioeconômicos dos comportamentos individuais, mas busca compreender a atmosfera de um tempo por meio das atividades simbólicas das sociedades humanas. Na perspectiva de uma fenomenologia compreensiva, seu interesse recai sobre o que cria o liame entre os seres humanos e o que os distingue.

Maffesoli comentou que se considera um reacionário, voltando à tradição imemorial da humanidade, aquilo que, de certa forma, constituiu a memória e que permite a permanência da existência humana. Ele relembra uma frase: ‘Aquilo que por toda parte e por todos sempre foi acreditado.’ Isso é a tradição. Do seu ponto de vista, precisamos saber pensar, o que não é uma tarefa fácil. Maffesoli também relembra as palavras de Hannah Arendt, que afirmou: ‘Não se trata de chorar nem de rir, mas de compreender.’ Para ele, compreender significa tomar inteira responsabilidade pela existência humana. E, para ele, essa deveria ser também a atitude universitária: o julgamento, os juízos e as normas devem ser dos políticos e juízes, e não dos universitários. Isso é um pensamento compreensivo, demonstrando que esse pensamento foi o fio condutor de seu trabalho, uma sociologia filosofante, como define Maffesoli.”

Muniz Sodré e Michel Maffesoli. / Foto: Lab Foto

Uma homenagem aos 80 anos de Michel Maffesoli

Como forma de homenagear os 80 anos do sociólogo francês, foi lançado o livro Dicionário Michel Maffesoli, organizado por pesquisadores de mais de 10 instituições, que escreveram verbetes sobre suas obras. Também foi lançado o Maffeso-filme, com o subtítulo Um Pequeno Ensaio sobre o Contemporâneo, um curta-metragem experimental criado com imagens e recursos de inteligência artificial, que interpreta visualmente ideias do sociólogo, e contou com o envolvimento de professores e pesquisadores.

Foto: Lab Foto

Prêmio de Teses e Dissertações e Homenagem à Primeira coordenadora do PPGCom 

Seguindo as celebrações, ainda no dia 26/11, ocorreu a entrega de prêmios de teses e dissertações. Na categoria de teses, foi entregue o Prêmio Jorge Pedro de Sousa, para trabalhos sobre Jornalismo, mídias, organização e poder, que foi concedido a Rafael Ferreira Medeiros (UFSM); o Prêmio Michel Maffesoli, para trabalhos sobre imaginário social, cultura e tecnologias do imaginário, que foi concedido a Luana Chinazzo Müller (PUCRS); o Prêmio Muniz Sodré, para trabalhos sobre diversidade, políticas dos corpos e interseccionalidades, que foi concedido a Ângelo Jorge de Souza Lima Neckel (Unisinos). Na categoria de dissertações, o Prêmio Beatriz Rahde, para trabalhos sobre imaginário social, cultura e tecnologias do imaginário, foi concedido a Anna Claudia Bueno Fernandes (PUCRS); e o Prêmio Oliveira Silveira, para trabalhos sobre diversidade, políticas dos corpos e interseccionalidades, foi concedido a Márcio Telles de Souza Malta (UFT).

Após a entrega dos prêmios, houve uma homenagem à primeira coordenadora do PPGCom, a professora Dóris Fagundes Haussen, que, emocionada, destacou que o PPGCom faz parte de sua vida. Ela lembrou que o programa foi construído por um grupo de aventureiros que, naquele período, não contavam com pós-graduação no Rio Grande do Sul e havia poucos doutores. Ela ressaltou que, em busca de formação, esse grupo foi atrás de titulações para construir um projeto no qual acreditavam, com o objetivo de abrir esse espaço de pesquisa e conhecimento. 

Dóris Fagundes Haussen, primeira coordenadora do PPGCom. / Foto: Lab Foto

Presença de Sandra Massoni 

A pesquisadora argentina Sandra Massoni, ao discutir a Teoria da Comunicação Estratégica Enactiva (CEE), propôs uma abordagem que busca transformar a comunicação em um processo dinâmico e adaptativo a um mundo fluído. Ao destacar a necessidade de interação ativa, Massoni sugere que a comunicação não se resume a uma simples troca de informações, mas é um meio estratégico para influenciar e alcançar objetivos, com base em uma constante adaptação ao contexto. Em uma reflexão mais ampla, ela faz uma analogia entre a comunicação e a água, um elemento fluido que percorre diferentes trajetórias, assim como as interações comunicativas se moldam e se adaptam continuamente a novos desafios.

A CEE é uma teoria da intersubjetividade não dualista que enfatiza o aspecto relacional, considerando o comunicacional em termos de tipos de encontro na diversidade. Trata-se de uma teoria geral, aplicável a diversos contextos, que propõe o encontro na diversidade como um objeto de estudo especificamente comunicacional. A Investigação Enactiva em Comunicação (IEC), por sua vez, é um novo tipo de pesquisa, inter e transdisciplinar, que pode ser aplicada a qualquer área ou tema. Massoni argumenta que as abordagens tradicionais de pesquisa descritiva, explicativa e exploratória, comumente usadas nas ciências sociais, não atendem aos requisitos da comunicação como disciplina científica, e por isso propõe a IEC como um modelo de pesquisa epistemologicamente mais pertinente ao objeto de estudo da comunicação.

Sandra Massoni. / Foto: Lab Foto

Grupos de Trabalho (GTs)

Cerca de 400 resumos de artigos científicos foram inscritos no Seicom. A apresentação dos trabalhos aceitos ocorreu em 12 GTs, nos dias 27 e 28 de novembro. Entre os temas dos GTs, estão: Comunicação Política; Comunicação Organizacional, Cultura do Cuidado, Gestão de Riscos e Crises; Comunicação, Jornalismo e Desinformação; Estudos da Imagem na TV e outras telas; Manifestações Visuais Contemporâneas; Publicidade e Propaganda; Sociologia da Imagem e Imaginários; Diversidade, Raça e Gênero na Comunicação; Comunicação e Emergências Climáticas; Comunicação Digital; Estudos Interdisciplinares em Indústria Criativa e Manifestações Visuais Contemporâneas.

Também ocorreu um painel sobre emergências climáticas organizado por pesquisadores discentes do PPGCom.

O evento foi coordenado pela professora Drª Cleusa Maria Andrade Scroferneker, com a colaboração da comissão organizadora composta pelos professores Juremir Machado da Silva, André Pase, Roberto Tiezmann e pela pós-doutoranda Larissa Fraga. O XVI Seminário Internacional da Comunicação de 2024, que celebra as homenagens, comemorações, coletividade e afeto, além de promover ciência e pesquisa, foi encerrado com uma fala de Cleusa, que expressou sua gratidão a todos os participantes que tornaram o evento possível, ressaltando o trabalho coletivo.

“O evento não está sozinho, o evento é um fruto coletivo. O principal laço que nos uniu foi o afeto.” – Cleusa Scroferneker

Momento de encerramento do evento, de forma online.

Cristiano Max, professor da Escola de Comunicação, Artes e Design/Famecos da PUCRS

Neste mês de novembro, Belém (PA) foi palco da 2ª Conferência Internacional de Economia Criativa e Políticas Públicas (ICCEPP-UNESCO), realizada na Universidade da Amazônia (UNAMA). Durante o evento, a PUCRS foi oficialmente integrada à Cátedra UNESCO de Economia Criativa e Políticas Públicas, com a entrega do certificado de membro ao professor Cristiano Max, em reconhecimento à contribuição da universidade para a pesquisa e o desenvolvimento do setor.

Além disso, o professor Cristiano Max participou de uma mesa-redonda sobre o tema “Internacionalização e Economia Criativa”, na qual discutiu os desafios e as oportunidades da economia criativa no cenário global.

A conferência também contou com a presença das bolsistas do projeto Cluster GameRS da PUCRS. Milena Cherutti apresentou sua pesquisa sobre “O Impacto das Políticas Públicas no Desenvolvimento do Mercado de Jogos Digitais no Rio Grande do Sul”, analisando as políticas públicas e seus efeitos na indústria local. Fernanda Klauck, por sua vez, discutiu os desafios do empreendedorismo no setor de fotografia em seu artigo “Talento Sem Gestão é Apenas Diversão: Os desafios do ato de empreender na fotografia”, ressaltando a importância da gestão para transformar talento em negócios sustentáveis.

A participação da PUCRS na ICCEPP-UNESCO reafirma o compromisso da universidade com o avanço da economia criativa e com o desenvolvimento de políticas públicas inovadoras, tanto no Brasil quanto em nível global.

XVI Seminário Internacional de Comunicação marca os 30 anos do PPGCOM

Pesquisas e debates sobre imaginário, cinema, desinformação, marcas, posicionamentos de empresas, futuro do jornalismo, gênero e outros temas que perpassam o universo da Comunicação Social movimentam o XVI Seminário Internacional de Comunicação (SEICOM) promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCom) da PUCRS. Com o tema Comunicação e Laços Sociais: (re)leituras e possibilidades, o evento ocorre entre os dias 26, 27 e 28 de novembro. A abertura do evento teve a palestra e homenagem aos 80 anos do sociólogo francês Michel Maffesoli. No turno da tarde ocorreu ainda o lançamento do Maffeso-Filme  em homenagem ao sociólogo, além de um dicionário de conceitos da obra de Maffesoli.  

Durante o período do evento acontecem mesas de debate, palestras e até premiação. Como o prêmio “Teses e Dissertações/ PPG30 anos” que teve seu lançamento nesse ano e premiou em cinco modalidades os melhores trabalhos inscritos. De forma online pela plataforma zoom, nos dias 27 e 28 nos turnos de manhã e tarde acontecem as apresentações dos 12 Grupos de Trabalhos (GT’s) que juntos tiveram mais de 400 inscritos de todo o país.  

No GT “Publicidade e Propaganda”, por exemplo, a doutoranda Dalila Maria Musa Belmiro e a bolsista de Iniciação Cientifica Vitória Elena Alves Moreira, da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), apresentaram o artigo “Rituais de consumo e identidade periférica: uma análise do lançamento da linha Kenner e Anitta”. O artigo analisa a conexão dada pela figura da Anitta com os sentidos atribuídos a Kenner e seus consumidores. Ao tornar a cantora embaixadora da marca, os valores dela passam a ser considerados valores da Kenner também. “Esses valores vão ser acionados pela Kenner na hora dessa associação para também serem absorvidos pela própria marca pós passada” analisou a autora.  

Já no GT “Comunicação, Jornalismo e Desinformação”, a jornalista e doutora em Letras,  Taiane de Oliveira Volcan, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel),  apresentou um artigo sobre desinformação online e hesitação vacinal no Brasil. A autora  destacou como a divulgação de fake news aumentou durante a pandemia de COVID-19, especialmente em discursos antivacina, que têm efeitos negativos sobre crianças e adolescentes. Como a vacinação nessa faixa etária depende da decisão dos pais, muitos responsáveis, influenciados por informações falsas, optaram por não levar seus filhos para serem imunizados. Taiane ressaltou que “o consumo de desinformação leva as pessoas a se questionarem sobre temas como a vacinação, que, no consenso da população, era algo muito importante”. 

Além de Maffesoli, outros pesquisadores importantes da área também palestraram no evento. Entre eles, o pesquisador Muniz Sodré. O sociólogo deu uma entrevista ao Lab J e falou sobre comunicação, racismo e o cenário político nacional. “A questão da transformação social passa pela assimilação educacional da razão sensível, da sensibilidade, do afeto, isso é uma revolução”, declarou sobre a questão racial.  

Por: Gabrielly Camargo / Lab J

Durante o Seminário Internacional da Comunicação da PUCRS, o painel Comunicação e Emergências Climáticas: desafios e transformações reuniu Dakir Larara Machado da Silva, doutor em Geografia pela UFRGS e professor adjunto da mesma instituição; Diego Wander, relações-públicas, professor e pesquisador da Fabico/UFRGS; Márcia Soares, fundadora e diretora-executiva da Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos; Rosângela Florczak, doutora em Comunicação e decana da Escola de Comunicação da PUCRS; e Roberto Vilar, jornalista, professor da UniRitter, especialista em Jornalismo Ambiental e doutor em Comunicação. Entre os temas abordados, destacaram-se o racismo ambiental e a crise climática; a comunicação pública e organizacional em desastres; a comunicação e a cultura do cuidado na gestão de riscos e crises; e a formação de comunicadores na área socioambiental. A partir das discussões, destacamos reflexões temáticas sobre o lugar da comunicação no contexto das emergências climáticas.  

Uma sociedade de risco  

Sociedade de Risco: Rumo a uma Outra Modernidade é um livro do sociólogo alemão Ulrich Beck, publicado em 1986, que apresenta a teoria da sociedade de risco. A teoria sugere que a sociedade se organiza em resposta a novos riscos, gerados por ela mesma, e que desafiam a humanidade. Sob essa perspectiva, a decana da Escola de Comunicação da PUCRS, professora Rosângela Florczak, destacou em sua fala que, embora o tema seja debatido há décadas, os últimos meses trouxeram maior conscientização, especialmente após as enchentes no Rio Grande do Sul. Como exemplo adicional, Florczak mencionou as enchentes recentes na Espanha, que evidenciam cenas semelhantes às vividas no Brasil – mesmo sendo um país europeu, com recursos e estruturas organizacionais mais avançadas. Para ela, esses eventos reforçam a urgência de (re)pensar o cenário atual. Este, segundo Florczak, é o ano em que tomamos consciência e situamos a responsabilidade. 

Reorganizando pressupostos: a co-criação com a comunidade  

Florczak enfatizou que a responsabilidade no contexto das emergências climáticas não é apenas um campo de pesquisa, mas uma exigência prática. Ela questionou: O que mudou no nosso jeito de pesquisar? A professora argumentou que, diante de eventos extremos, as pesquisas precisam incidir diretamente na vida das pessoas e influenciar políticas públicas, integrando a comunicação em toda a sua complexidade. 

Ela destacou que a dimensão informativa isolada já não é suficiente para organizar a racionalidade do mundo contemporâneo. É necessário repensar os pressupostos comunicacionais e reconhecer o poder das emoções compartilhadas e midiatizadas, que frequentemente têm mais impacto na sociedade do que informações racionais. Para isso, Florczak defende uma comunicação co-criada com as comunidades vulneráveis, baseada no diálogo e no cuidado. Essa abordagem requer estratégias planejadas antes dos desastres, em vez de respostas reativas durante os eventos críticos. 

A co-criação com a comunidade, para Florczak, é essencial para desenvolver metodologias que integrem a comunicação de risco e considerem os sentidos compartilhados, dialogando com os contextos e emoções que marcam as situações de vulnerabilidade. 

Rosângela Florczak, decana da Famecos PUCRS / Foto: Lab Foto

Como ajudar quem ajuda? A comunicação na prática  

A comunicação pública e organizacional em desastres foi abordada pelo professor e pesquisador da Fabico/UFRGS, Diego Wander, que compartilhou uma experiência prática desenvolvida em colaboração com outros comunicadores. Eles criaram os Guias Rápidos para Ajudar quem Ajuda, um projeto colaborativo voltado para facilitar o trabalho de agentes de impacto atuantes no voluntariado. O objetivo foi produzir e disseminar conteúdos de qualidade baseados em fontes confiáveis, utilizando uma metodologia que combinava a percepção de quem está na linha de frente com o olhar técnico de especialistas. Dessa forma, os conteúdos foram validados e orientados para qualificar a atuação dos voluntários. 

Entre os guias produzidos, destacam-se: 

Wander explicou que o processo envolveu mapear os pontos frágeis nos abrigos, formular questões relevantes com os agentes de impacto e fortalecer um olhar plural. Os dados coletados embasaram os guias, que foram divulgados para a sociedade como um serviço para fortalecer ações voluntárias. 

Outro exemplo de atuação destacado foi a pesquisa realizada sobre as maiores empresas brasileiras e gaúchas em resposta às enchentes no Rio Grande do Sul. Wander relatou que a iniciativa surgiu nos primeiros dias da emergência, com o objetivo de mapear esforços de ajuda, mobilizar agentes sociais e enriquecer o debate público sobre o papel das organizações nesses contextos. 

A pesquisa incluiu as 50 maiores empresas brasileiras, conforme a premiação Maiores e Melhores da Revista Exame (2023), e posteriormente foi ampliada para considerar também as 15 maiores empresas gaúchas. O estudo abordou tanto os impactos sofridos pelas empresas quanto suas iniciativas de enfrentamento, resultando em dois relatórios divulgados ao longo do mês de maio. A coleta de dados e a elaboração dos relatórios foram realizadas por um grupo de estudantes de Relações Públicas, sob a orientação de Wander. O relatório mostrou que, das 50 maiores empresas brasileiras, 39 adotaram e visibilizaram iniciativas para mitigar os impactos das enchentes no RS; a atuação predominante das empresas focou no apoio inicial aos desabrigados e na participação em campanhas de arrecadação de recursos financeiros promovidas por outras entidades. Campanhas promovidas por ONGs se destacaram como referência no incentivo à doação de recursos financeiros pelas empresas. Das 15 empresas gaúchas analisadas, 11 detalharam os impactos das enchentes em suas operações e na vida dos funcionários, e apenas uma não divulgou iniciativas de enfrentamento. 

Para finalizar, Wander evidenciou alguns aprendizados: 

Diego Wander, professor na Fabico UFRGS/ Foto: Lab Foto

A vulnerabilidade feminina nas emergências climáticas 

Márcia Soares, fundadora e diretora-executiva da Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos, iniciou sua fala destacando que as emergências climáticas não apenas reproduzem, mas ampliam todas as desigualdades sociais, afetando de maneira específica as questões de gênero e raça. Segundo ela, não é possível pensar em respostas a emergências climáticas sem considerar esses marcadores, pois os eventos climáticos afetam desproporcionalmente as mulheres. Esse impacto desigual, de acordo com Soares, exige uma atenção especial à violação dos corpos femininos e ao trabalho histórico de cuidado. 

Soares enfatizou que a possibilidade de estupros como armas de guerra é uma realidade histórica, presente desde os tempos de conflitos bélicos, e que esses desastres e crises têm, na violação dos corpos femininos, um elemento central. Ela afirmou que, em contextos como os de abrigos provisórios, onde as comunidades deslocadas se encontram em situações de caos, a vulnerabilidade das mulheres é amplificada. Quando as pessoas são deslocadas para esses espaços, elas levam consigo tanto os aspectos positivos quanto negativos de suas realidades. Dentro desses abrigos, há mulheres em situações de proteção, mas também agressores. A falta de redes de proteção comunitária, a ausência de paredes físicas e a quebra dos códigos sociais existentes nas comunidades geram um cenário em que as mulheres ficam ainda mais vulneráveis a essas formas de violência. 

O trabalho de cuidado  

Além disso, Soares ressaltou o trabalho das mulheres no cuidado dos enfermos, idosos, crianças e animais. Esse trabalho também se desloca para os abrigos provisórios, mas sem as redes de proteção adequadas, sem serviços de saúde, pois esses espaços estavam alagados, sem apoio, sem medicamentos, sem acessibilidade. As mulheres, em situações de grande aflição, precisam continuar desempenhando o lugar de cuidadoras, mesmo sem as ferramentas necessárias para isso. Segundo ela, essas mulheres seguem nesse papel porque as crianças estão ali e os pais não têm acesso a seus remédios. Soares destacou a fragilidade do estado em responder a essas questões de forma rápida e eficaz.  

Sobre informação e comunicação, Soares destacou como algo essencial, ressaltando que a informação que chega aos ambientes vulneráveis costuma ser incompleta. Ela demonstrou o lugar central dos líderes comunitários nesse contexto, exemplificando a comunicação sobre serviços básicos, como: “Como refazer documentos? Como fica a situação dos imigrantes, também afetados? Qual a estratégia de comunicação dos poderes públicos?” Segundo ela, a informação, na maior parte das vezes, era transmitida por meio do Instagram e do WhatsApp, mas apontou que a população que mais precisa dessa informação, muitas vezes, fica sem celular, sem bateria, sem condições e sem acesso à luz. Portanto, é necessário repensar estratégias de comunicação adequadas para essas situações. 

Márcia Soares, fundadora e diretora-executiva da Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humano / Foto: Lab Foto

A formação de comunicadores na área socioambiental 

O jornalista e professor Roberto Villar Belmonte trouxe a perspectiva da formação de comunicadores na área socioambiental, destacando três pilares essenciais. O primeiro pilar, Sociologia Ambiental, aborda a análise das interações entre a sociedade e o meio ambiente, enfocando as questões sociais e culturais que envolvem o uso e a preservação dos recursos naturais. Esse pilar destaca a importância de compreender as dinâmicas sociais que influenciam a relação com o ambiente. O segundo pilar, Economia do Meio Ambiente, foi destacado por Belmonte ao analisar a lógica do processo de acumulação de capital, caracterizado pela criação incessante de novas necessidades de consumo. A crescente percepção do risco global tem colocado o meio ambiente na agenda pública mundial, exigindo uma reflexão crítica sobre as interações entre economia e meio ambiente. O terceiro pilar, Gestão Ambiental, envolve a prática de gestão ambiental, com ênfase nas diretrizes da ABNT PR 2030, uma prática recomendada de ESG (Environmental, Social, and Governance) da Associação Brasileira de Normas Técnicas, que orienta as empresas sobre como integrar questões ambientais, sociais e de governança em suas estratégias. 

O professor também ressaltou a noção de risco, destacando que, ao longo do tempo, a percepção sobre ele mudou. Ele enfatizou a importância de reunir todas as esferas da justiça climática para ampliar continuamente esse debate. Segundo ele, o risco não foi inicialmente construído na sociedade, o que pode ser um problema de comunicação. No entanto, essa mudança na percepção do risco representa uma oportunidade para novas abordagens. Quanto à formação de repórteres e comunicadores socioambientais, ele destacou que deve ocorrer diretamente nos locais afetados, sempre que possível, para uma compreensão mais profunda e realista das questões. 

Roberto Villar Belmonte, professor na UniRitter / Foto: Lab Foto

O racismo ambiental e a crise climática 

Dakir Larara Machado da Silva, Doutor em Geografia pela UFRGS e professor adjunto na mesma instituição, explicou que as mudanças climáticas alteram a composição química da atmosfera, fazendo com que o planeta — a atmosfera do planeta — absorva mais calor. Como consequência, a maior quantidade de energia no sistema climático desequilibra a dinâmica das chuvas, dos eventos e de outros aspectos da dimensão climática. Tudo isso se ajusta a um planeta mais quente. Um exemplo disso são a região Norte e o Pantanal, áreas com grandes volumes de água, que, nos últimos dois anos, enfrentam escassez hídrica. Com mais calor, essas áreas, que antes funcionavam como grandes reservatórios, começam a mudar suas características em condições meteorológicas e climatológicas específicas. A mudança climática tem causas naturais, relacionadas à variabilidade natural dos fatores que influenciam as dinâmicas climáticas, mas também resulta da ação humana, que, por meio da estruturação social e do uso de recursos naturais, altera a química da atmosfera e, consequentemente, aumenta a temperatura média do planeta. Isso reordena e intensifica os fenômenos climáticos, como é o caso deste ano. 

Sobre racismo ambiental, o professor explica que o termo foi inicialmente usado durante um conjunto de protestos nos Estados Unidos, em 1982. Na ocasião, o ativista Benjamin Chavis reuniu pessoas para se oporem à instalação de um aterro sanitário destinado a resíduos tóxicos em uma área habitada majoritariamente por população negra. Dessa forma, o professor reforça a necessidade de discutir como os impactos das mudanças climáticas e dos eventos extremos não ocorrerão de maneira uniforme em todas as áreas. Territórios periféricos, com baixa infraestrutura, serão mais afetados por ondas de calor, períodos de frio e enchentes, devido à sua estrutura defasada. Assim, o racismo estrutural se manifesta de forma desproporcional nos passivos ambientais negativos. 

Dakir Larara Machado da Silva, professor na UFRGS / Foto: Lab Foto

Janis Linda, Lara Ely, Rafaela Redin Rubert, Silvia Marcuzzo, Tiara Vaz, Cláudia Campos, Ana Carolina Oliveira Pinheiro, Filipe Speck e Julia Machado organizaram o evento discente realizado como parte do Seminário Internacional da Comunicação da PUCRS. A partir de uma iniciativa dos estudantes e em sintonia com essa temática, ocorreu o Grupo de Trabalho “Comunicação e Emergências Climáticas”, que contou com pesquisas abordando temas como incêndios florestais, direitos humanos, comunicação pública, desastres, enchentes e impacto socioambiental. 

Organizadores e painelistas / Foto: Lab Foto

O pesquisador do Programa de Pós-graduação em Comunicação da PUCRS, Maurício Vassali, conquistou uma Menção Honrosa na categoria Doutorado do Prêmio Socine de Teses, Dissertações e Trabalhos de Conclusão de Mestrado e Doutorado – 2024. A premiação, concedida pela Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (Socine), é um dos maiores reconhecimentos acadêmicos no Brasil para pesquisas sobre cinema e audiovisual. A tese premiada, intitulada “Imagens Recorrentes do Operário Brasileiro: Montagens em Dois Tempos de Cinema”, foi orientada pela professora Cristiane Freitas Gutfreind

De acordo com o pesquisador, a tese explora as representações dos operários urbanos no cinema brasileiro, com ênfase em dois momentos históricos de grande impacto para a classe trabalhadora: a transição das décadas de 1970 para 1980, período marcado pela retomada das reivindicações operárias durante a ditadura militar, e os anos de 2015 a 2020, que englobam as reformas trabalhistas e um cenário de crescente individualização e precarização do trabalho, influenciado pelo avanço do neoliberalismo. 

O autor acrescenta que o impacto da pesquisa se insere no âmbito da reflexão sobre as representações sociais no cinema, contribuindo para uma compreensão mais aprofundada das transformações nas imagens do trabalho e da classe operária ao longo do tempo. 

“O trabalho de pesquisa é, muitas vezes, um processo solitário. Mesmo com todo o planejamento, ajustes e controle sobre as variáveis, só conhecemos a total dimensão do trabalho depois do último ponto final. Ter essa dedicação reconhecida com um prêmio tão importante é uma validação que enche de orgulho e reforça a satisfação com o percurso que trilhamos durante a pesquisa”, conclui Maurício.  

Curta-metragem será lançado na próxima semana e foi classificado por Maffesoli como “très bon”

Resultado de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCom) da PUCRS, o curta-metragem experimental “Maffeso-filme” conta a história do sociólogo francês Michel Maffesoli através de vídeo criado com ajuda da inteligência artificial. A estreia da obra acompanha a comemoração de 80 anos do sociólogo, junto com o 16° Seminário Internacional de Comunicação (SEICOM) em que  Maffesoli é homenageado e quando acontece também o lançamento de um dicionário em sua homenagem.  

Maffesoli assistiu o curta-metragem em primeira mão na sua comemoração de 80 anos, na Universidade da Sorbonne, em Paris, na França. Em e-mail a professora do PPGCom e ex-orientanda do sociólogo, Cristiane Freitas Gutfreind, ele classificou o filme como “très bon”. 

Depois que a ideia saiu do papel, o projeto foi produzido em dois meses de muito trabalho. O filme interpreta visualmente ideias de obras do sociólogo e conta com muitas referências e charadas do mesmo. “Por passar em um seminário de homenagem aos 80 anos, que reúne muitos dos ex-orientandos dele, não poderiam ser literais, ficaria chato, aí fizemos as charadas” explica o professor diretor do projeto, Roberto Tietzmann. Um exemplo das charadas, é que o sociólogo gosta da imagem de caveiras, elas não têm para ele algo de assustador. Esta ideia foi utilizada no filme com a geração de várias caveiras estéticas representando o conceito “Tempo das tribos” e com o som de um surdo e uma cuíca tocando na trilha. “Pra marcar esse diálogo entre culturas, misturar os símbolos, afinal os realizadores são brasileiros” completa o professor.  

O filme experimental conta com a criação conceitual dos professores Cristiane e Tietzmann. A equipe foi composta por alunos, desde o ensino médio até a pós-graduação, além dos professores e pesquisadores. A gravata borboleta foi o símbolo escolhido para ser o fio condutor da história e ilustra o estilo sempre elegante de Maffesoli. “Tem uns desenhos da Disney que a sininho passa voando e as coisas se animam, a gravata vai percorrer Paris, percorrer as ideias dele e passando por quase todas as cenas criando a animação” descreve Tietzmann ao falar de suas inspirações. 

A participação dos alunos no filme aparece também em conteúdo visual. A trilha sonora tem em sua composição criações do aluno do curso de Produção Audiovisual da Famecos Matheus Campos, articuladas com a trilha gerada a partir da inteligência artificial. Tietzmann pontua que “a IA cria muito bem música de clima, mas quando quer algo mais pontual, algo exato, ela não consegue chegar no resultado”. Os alunos do curso de Design da Famecos participaram na criação das ilustrações que representam o sociólogo.  

Com duração de aproximadamente 7 minutos, o curta-metragem conta com 12 cenas que mesclam imagens geradas por IA, vídeos, fotografias e ilustrações, cada uma com uma solução estética própria. No total foram usadas mais de dez plataformas de inteligência artificial “às vezes tem a ideia de que uma IA resolve tudo, mas a gente viu que precisa ligar uma na outra, fazer imagem em uma, animação em outra, um pedaço em cada, juntando elas pro melhor resultado” encerra Tietzmann.  

Reprodução/ Maffeso Filme

Quem é Michel Maffesoli?

Maffesoli tem 80 anos, é doutor em Ciências Humanas e Sociais e em Sociologia na Universidade de Grenoble, na França. E, também doutor honoris causa da PUCRS. Sociólogo francês e um dos maiores especialistas mundiais em pós-modernidade, Maffesoli tem estudos dedicados à compreensão do imaginário contemporâneo a partir da filosofia fenomenológica e da sociologia compreensiva. O francês produziu mais de 30 livros voltados para a definição dos paradigmas da pós-modernidade.  O tempo das tribos é uma de suas obras mais conhecidas.  

Reprodução: Giordano Toldo/PUCRS

Por: Gabrielly Camargo, Laboratório de Jornalismo / Supervisão: Fábio Canatta e Fernanda Nascimento