Hermílio Santos utiliza a sétima arte para divulgar resultados de suas pesquisas/ Foto: Arquivo pessoal
Herdeiras Negras, documentário apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), é um dos trabalhos mais recentes do sociólogo Hermílio Santos, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e coordenador do Centro de Análises Econômicas e Sociais (CAES) da PUCRS. O professor da Escola de Humanidades utiliza o cinema como meio de divulgação dos resultados de suas pesquisas científicas.
O filme, realizando tanto com os recursos da bolsa de Produtividade em Pesquisa do CNPq concedida ao professor Santos e por meio do edital nº 31/2022, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), ainda em realização, trata da narrativa biográfica de três gerações de mulheres negras, habitantes de locais que foram marcados pela exploração da mão-de-obra escrava, em períodos distintos: no ciclo do açúcar, em Pernambuco; no do ouro e diamante, em Minas Gerais; e no do charque, no extremo sul do Rio Grande do Sul. A pesquisa foi desenvolvida a partir de entrevistas atuais. Como em todos os outros documentários já realizados pelo professor, a utilização do componente biográfico se relaciona à teoria criada pelo sociólogo austríaco, Alfred Schütz, com que o professor Santos trabalha.
Embora utilize o cinema como forma de divulgar seu trabalho científico, o professor Santos ressalta que o documentário não é a pesquisa, mas tem papel importante na difusão dos estudos. “Nunca vi [o documentário] como um substituto da divulgação escrita dos resultados, mas como um instrumento adicional e muito possante, que acaba por atrair a atenção para a própria pesquisa. O documentário cria a oportunidade de diálogo com um público acadêmico e não acadêmico sobre atividades acadêmicas”, salienta ele.
“É uma forma de a universidade transbordar suas atividades de pesquisa para um público que não está sempre afeito às atividades acadêmicas, aos canais de divulgação tradicionais acadêmicos, como revistas, periódicos, congressos”, ressalta, lembrando da exibição de um documentário de sua autoria em dois cinemas alemães, como parte da atividade promovida por uma universidade da Alemanha. A mostra realizada para o público em geral, contudo, foi uma exceção. Os filmes ainda não se encontram disponíveis para o grande público. Na página do CAES da PUCRS no YouTube é possível encontrar os teasers de alguns documentários do professor. “Ainda estou montando estratégia para colocá-los todos disponíveis gratuitamente”, afirma o professor Santos.
Hermílio já realizou pesquisas com temáticas como adolescentes infratores, histórias negras e indígenas e iniciativas sociais na pandemia/ Foto: Bruno Todeschini
O primeiro documentário realizado pelo professor – Intimidade Vigiada (2010) – possuía apenas doze minutos de duração e tratava de uma pesquisa desenvolvida por Santos com adolescentes infratores, no Rio Grande do Sul. Seis anos depois, uma pesquisa do professor sobre violência contra crianças em quinze favelas localizadas em Recife, São Paulo e no Rio de Janeiro, resultou no documentário Infância Falada.
“Como desdobramento da pesquisa, que mostrou muita violência no cotidiano, as mães indicavam que bater nas crianças não resolvia, que o que resolveria seria o diálogo”, diz Santos. Dessa forma, ele resolveu documentar, nas mesmas cidades em que seu estudo se desenrolou, projetos sociais que apostavam no diálogo com crianças e adolescentes e na autonomia desses jovens. Em 2018, Santos desenvolveu o documentário Mundo da Vida – A Sociologia de Alfred Schütz, para apresentar a teoria do fundador do método empírico que envolve a abordagem da narrativa biográfica. O documentário apresenta depoimentos e reflexões de estudiosos de vários países, incluindo Japão, França, Itália, Alemanha e Argentina, país sul-americano onde Schütz é mais conhecido. Um novo filme sobre a obra de Schütz, Mundo da Vida II – Biografias e Narrativas, já se encontra em fase de edição. Na obra, Santos explica a forma de trabalhar de Schütz.
Durante a pandemia, o professor realizou a obra Desafios do Brasil contemporâneo, uma série de seis vídeos tratando de questões como a indígena, a do meio ambiente e a da mulher negra, além de iniciativas da sociedade civil nas periferias das metrópoles e iniciativas civis durante a pandemia. Os vídeos foram apresentados ao público participante do IV Fórum de Sociologia da Associação Internacional de Sociologia (ISA, em inglês), que ocorreu de modo virtual em fevereiro de 2021, reunindo especialistas de 125 países. As obras mais recentes do professor Santos são Espaços de fronteira, ainda em produção, e um documentário intitulado Embarcados, que ele fez a partir de uma pesquisa contratada pela Petrobrás e outras cinco empresas de petróleo do pré-sal. A pesquisa, multidisciplinar, envolveu várias equipes, que durante cinco anos estudaram as questões de trabalho e de acidentes nas plataformas de petróleo. O professor Santos foi o coordenador da pesquisa na área de sociologia.
As universidades têm papel substancial na formação de profissionais competentes e na potencialização da produção científica. Porém, sua atuação não deve parar por aí. É importante que esses espaços sejam fonte inesgotável de impacto e transformação na sociedade.
Para isso, muitas universidades do Brasil conectam a aprendizagem ao contexto social durante a formação – o que favorece a prática dos estudantes e o acesso da comunidade a serviços essenciais. Na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), por exemplo, os alunos e alunas das Escolas de Ciências da Saúde e da Vida e Medicina atuam diretamente com a população local.
“Um dos diferenciais dos cursos da saúde da PUCRS é a intensa carga horária de disciplinas teórico-práticas e práticas assistidas, que começa logo nos primeiros semestres e dá robustez à formação. Ela prepara o estudante para o estágio profissionalizante ou curricular e para os desafios do mercado de trabalho, sem deixar de lado o comprometimento com as demandas da sociedade”, conta a decana da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, Andrea Gonçalves Bandeira.
A Escola de Ciências da Saúde e da Vida foi criada para aproximar conhecimentos diferentes da área da saúde e resulta da união de 10 cursos: Biomedicina, Ciências Biológicas (Bacharelado e Licenciatura), Educação Física (Bacharelado e Licenciatura), Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Gastronomia, Nutrição, Odontologia e Psicologia – além dos programas de pós-graduação em Biologia Celular e Molecular, Ecologia e Evolução da Biodiversidade, Odontologia e Psicologia.
De acordo com Andrea, os diferenciais da Escola estão pautados em um ambiente voltado à interprofissionalidade e à intensa cooperação entre as áreas, com foco em excelência em ensino, pesquisa e extensão. Para isso, professores e estudantes têm acesso a uma estrutura completa de laboratórios, espaços diferenciados de aprendizagem e serviços escolares de atendimento à comunidade. Tudo isso possibilita o desenvolvimento de habilidades e competências em cada área de atuação – além de estimular pensamento crítico e raciocínio clínico.
Essas dinâmicas também se estendem ao dia a dia dos estudantes da Escola de Medicina da PUCRS. Principalmente nos campos de prática qualificados, como o Hospital São Lucas e a Unidade de Saúde Vila Fátima.
“Os alunos atendem famílias e, após a discussão dos casos com os professores, ambos dão atenção aos pacientes para definir as condutas e as recomendações a seguir. Isso garante um ambiente de aprendizado na prática ao mesmo tempo que oferece assistência mais qualificada para a comunidade local”, explica o decano da Escola de Medicina da PUCRS, Leonardo Pinto.
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A Unidade de Saúde Vila Fátima leva atendimento humanizado para a comunidade. / Foto: Giordano Toldo
A Unidade de Saúde Vila Fátima foi criada pela PUCRS como um Centro de Extensão e já existe há mais de 30 anos. Mais recentemente, um convênio foi firmado entre a universidade e a Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Além dos cursos da área da Saúde, outros também realizam atividades práticas lá, como os da Escola de Humanidades e da Escola de Direito. A atuação da PUCRS no Vila Fátima contempla aproximadamente 20 mil pessoas, número estimado de moradores que têm essa US como referência para atendimento.
“Os estudantes começam como observadores e vão se inserindo a rotinas, necessidades e demandas de serviço, por meio de disciplinas nas áreas de Medicina de Família e Comunidade, Pediatria, Gineco-obstetrícia, Psiquiatria e Fisiatria. Enquanto frequentam a US Vila Fátima, os acadêmicos conhecem o SUS, a Atenção Primária à Saúde (APS) e a realidade de famílias em vulnerabilidade social, bem como aprendem a trabalhar em equipe e desenvolvem expertise em doenças frequentes, casos complexos, multicomorbidades e pacientes acamados”, destaca a professora do Núcleo de Saúde Coletiva da Escola de Medicina da PUCRS, Lisiane Pérez.
Com essa atuação, a PUCRS visa formar profissionais que, além de qualificação técnica, tenham senso de responsabilidade social e acesso a experiências que os permitam humanizar a assistência à saúde. Andrea comenta que essa combinação é um dos fatores mais complexos em termos de treinamento, mas um ambiente como o da US Vila Fátima tem muito a contribuir.
“Esse tipo de atuação tem como objetivo a integração ensino-serviço-comunidade. É um olhar para os determinantes sociais de saúde e para a formação integral dos estudantes, que se manterão comprometidos com as necessidades da população não apenas como profissionais, mas também como cidadãos”, completa a professora.
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*Texto publicado originalmente em GZ08
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O professor Ângelo Brandelli coordena o grupo de pesquisa Preconceito, Vulnerabilidade e Processos Psicossociais na PUCRS. / Foto: Giordano Toldo
Na segunda feira, dia 4, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) realizou a primeira reunião da Comissão Assessora para Equidade, Diversidade e Inclusão (EDI), em formato híbrido. Na ocasião, foi assinado o Termo de Designação, dando posse aos integrantes. A reunião contou com a participação do professor da Graduação e Pós-graduação em Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS Ângelo Brandelli, que é um dos representantes da comunidade científica da comissão junto com Maria Luiza Saraiva Pereira (UFRGS) e Milena Freire de Oliveira-Cruz (UFSM).
A Comissão EDI é fruto de uma Chamada Pública, com mais de 50 indicações da comunidade científica, que buscou trazer perfis de pesquisadores envolvidos com a promoção de equidade, diversidade e inclusão na atividade científica, tecnológica e acadêmica. O objetivo do grupo é gerar iniciativas que contribuam para a erradicação de preconceitos de raça, gênero, orientação sexual, condição física, idade, religião e demais formas de discriminação, bem como para o aumento da representatividade na produção do conhecimento científico.
“A comissão é uma estratégia inovadora da Fundação de Amparo do Rio Grande do Sul uma vez que poderá pensar as formas de ampliar a representação de grupos historicamente excluídos da ciência tanto do ponto de vista de quem faz a ciência quanto das comunidades aos quais ela pode vir a promover mudanças”, comenta Brandelli.
O diretor técnico-científico Rafael Roesler elogiou a riqueza dos diferentes perfis da Comissão e o fato de não serem integrantes das assessorias de avaliação de projetos, onde o olhar não é focado para temáticas como essa. “Aqui temos cidadãos e acadêmicos, profissionais que levam essa causa adiante, com diferentes enfoques, diferentes perfis de formação, de especialidade”, disse ele. Após a assinatura do termo de posse, os integrantes da Comissão fizeram uma breve apresentação da sua atuação e das temáticas que estão mais envolvidos.
Professor do Programa de Pós-graduação em Psicologia, do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais, e do Programa de Pós-graduação em Medicina e Ciências da Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), onde coordena o grupo de pesquisa em Preconceito, Vulnerabilidade e Processos Psicossociais e desenvolve pesquisas na área de diversidade sexual e gênero.
A professora Maria Luiza Saraiva Pereira é pesquisadora e tem se destacado na UFRGS como conselheira da universidade em órgão superior, e em comissões que diretamente tratam da elaboração e implementação de políticas de equidade racial, apontando a necessidade e as virtudes da inclusão da diversidade de pesquisadores. Maria Luiza participou de comissões de avaliação de autodeclarações de ingressantes nas graduações da UFRGS.
Milena é professora do programa de Pós-Graduação em Comunicação, onde compõe o GT de Ações Afirmativas. Atualmente coordena o Curso de Especialização em Estudos de Gênero, é membro do Comitê de Igualdade de Gênero da UFSM e embaixadora do Movimento Parent in Science (PiS). Tem experiência em projetos de pesquisa, ensino e extensão que abordam a temática da equidade e diversidade de gênero e interseccionalidades (principalmente raça e classe social). Coordena o Grupo de Pesquisa Comunicação, Gênero e Desigualdades (UFSM/CNPq).
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Alunos do curso de Relações Públicas participaram do Congresso Acadêmico sobre Defesa Nacional (CADN)/ Foto: Divulgação
Os alunos Laura Toscan, Luana Câmera, Manuela Pezzi, Matheus Geiss e Vitor Colombo, do curso de Relações Internacionais da Escola de Humanidades da PUCRS, conquistaram a segunda colocação em premiação no Congresso Acadêmico sobre Defesa Nacional (CADN), realizado entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro. A equipe venceu apresentando o artigo intitulado: “Uma Multipolaridade Bipolar? Os desafios e as possibilidades do Brasil frente a uma nova arquitetura do sistema internacional”.
O evento, realizado na Academia da Força Aérea (AFA), no município de Pirassununga, em São Paulo, chegou à sua 18ª edição este ano, sendo um espaço de diálogo acadêmico e estratégico entre civis e militares sobre temas vinculados à segurança e defesa nacional. Para o Prof. João Jung, que acompanhou os estudantes, a premiação é passo importantíssimo para o curso de Relações Internacionais, tendo em visto que o mesmo tem apenas três anos.
“O CADN é um importante e já tradicional congresso para a área de Relações Internacionais, sendo frequentado pelas principais IES do Brasil. A participação nele se dá através de um concorrido processo seletivo, do qual temos o prazer de ter sido selecionados nas duas vezes em que concorremos. Ao se considerar que o nosso curso tem apenas três anos, apenas ser selecionado a participar já é uma grande vitória. Neste ano, ainda mais, fomos brindados com o prêmio de segundo melhor artigo, o que demonstra a capacidade do nosso curso, o qual, ainda que novo, já se projeta para ser um dos grandes cursos da área de Relações Internacionais no país”, afirma o professor.
O aluno Vitor Colombo, um dos participantes do evento, destaca a importância do Congresso para a formação relacionada à área de segurança nacional e também da vitória da equipe na premiação.
“A nossa conquista é motivo de profundo orgulho e demonstra a importância da estreita colaboração entre os setores civil e militar na promoção do progresso científico, pedagógico e social. Este reconhecimento reforça nossa dedicação em contribuir para o avanço do conhecimento e a construção de uma sociedade mais segura e preparada para os desafios que envolvem a defesa nacional. Agradecemos profundamente por esta distinção e reiteramos nosso compromisso em continuar contribuindo para o aprimoramento da cooperação entre as esferas acadêmica e militar em prol do progresso e da segurança de nossa nação”, explica ele.
O Congresso Acadêmico sobre Defesa Nacional (CADN) é uma atividade promovida anualmente pela Escola Superior de Defesa (ESD), em parceria com as Escolas de Formação de Oficiais das Forças Armadas: Escola Naval (EN), Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) e Academia da Força Aérea (AFA).
O evento tem como principais objetivos:
Clique aqui e saiba mais sobre o CADN 2023.
Universidade realiza internamente o tratamento de resíduos sólidos desde 2018. / Foto: Giordano Toldo
No dia 2 de agosto a Lei 12.305/10, que implementou a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), completou 13 anos. A coleta seletiva hoje ocorre em mais de 70% das cidades brasileiras, mas apenas 30% das pessoas separam o lixo seco do orgânico em casa – é o que mostra uma pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). O estudo identifica ainda que apenas 4% de todos os resíduos produzidos no Brasil são reciclados ou reaproveitados de alguma forma.
A PUCRS é uma das únicas instituições de Ensino Superior do Rio Grande do Sul que possui a licença de operação fornecida por órgãos ambientais para o gerenciamento dos resíduos gerados. Para realizar a operação, o Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) orienta e regulariza processos específicos para a cada tipo resíduo produzido, garantindo o descarte correto e a destinação final adequada para minimizar o impacto ambiental causado pelo lixo.
Para conscientizar não apenas o público da Universidade, mas também ofertar o recurso à população, a equipe responsável pelo projeto criou uma cartilha que já vem sendo utilizada por colaboradores, estudantes e, inclusive, em um condomínio na cidade. Sabrina Callegaro, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Administração da Escola de Negócios da PUCRS, conta que ao enfrentar algumas dificuldades em diálogos com o grupo de moradores de seu condomínio, buscou, de forma online, por referências de como fazer e encontrou a cartilha disponibilizada pela Universidade:
“Nós temos um grupo de moradoras do condomínio e sempre debatíamos sobre algumas dúvidas comuns, o que fazer com determinados resíduos, e para ajudá-las fui pesquisar na internet alguma cartilha orientativa. Como achei a cartilha da PUCRS bem educativa e fácil de compreender, compartilhei com todos os moradores do condomínio em que moro. A partilha gerou várias discussões sobre como fazíamos algumas coisas de maneira precipitada e muitos reviram alguns de seus hábitos. Foi um instrumento bem importante para o nosso condomínio de educação ambiental e conscientização dos moradores”, compartilha.
Desde o início deste trabalho, em 2018, a Universidade já reciclou mais de 500 toneladas de resíduos, entre eles 7 toneladas de plástico, 156 toneladas de papel e 17 toneladas de vidro, além de 320 toneladas de ferro e alumínio. A cartilha está disponível para download em www.pucrs.br/descarte. Se você mora em Porto Alegre pode consultar os dias e horários da coleta seletiva em seu endereço neste link.
Com o descarte correto é possível dar aos resíduos um destino mais sustentável. / Foto: Giordano Toldo
“A separação adequada dos resíduos é fundamental para que os mesmos sejam reciclados e retornem para a cadeia produtiva. Ao colocar embalagens sujas ou papel engordurado no lixo seco, estamos enviando para uma unidade de triagem um resíduo que não poderá ser reciclado. A central de triagem, composta por trabalhadores de renda muito baixa, terá que pagar para que este rejeito seja encaminhado ao aterro sanitário. Ou seja, misturar resíduos sujos no lixo seco não só cria um problema ambiental como retira renda de pessoas já muito carentes. É um prejuízo social e ambiental em um único ato”, salienta o professor Nelson Fontoura, Diretor do Instituto do Meio Ambiente da PUCRS.
A PUCRS reafirma constantemente seu compromisso com a casa comum. Cada vez mais comprometida com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), a Universidade agora conta com a atuação de um Comitê de Gestão Ambiental (CGA). Responsável por deliberar e acompanhar temas relacionados ao Programa de Gestão Ambiental da Universidade, o grupo atua com base em um documento que rege a macrogestão da sustentabilidade ambiental no Campus e seus impactos à sociedade.
A preocupação faz parte da missão há décadas. Prova disso é que desde 1993 a instituição mantém o Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza (Pró-Mata) e, até o momento, já neutralizou mais de 160 mil toneladas de carbono. A área, localizada em São Francisco de Paula, possui 2.362 hectares de área preservada e é reconhecida internacionalmente como um dos 25 hotspots de biodiversidade mundial. Além disso, também é considerada a maior Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Rio Grande do Sul. Mantido com muita dedicação, neste ano o Pró-Mata completa 30 anos consecutivos de acúmulo de biomassa vegetal em área protegida.
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Na última sexta-feira, 1º de setembro, o Rap in Cena invadiu a PUCRS. O evento foi uma parceria entre a Rede Atlântida, a PUCRS Cultura e o Rap in Cena Festival, e contou com a participação de vários artistas da cena Hip Hop gaúcha. Além de shows de artistas consagrados como Dj Saulit e Cristal, o Rap in Cena trouxe para o Campus da PUCRS um evento repleto de música, cultura, dança e poesia. O pocket show era uma das atrações da programação de Volta às Aulas 2023/2 da graduação presencial.
O Rap in Cena é um festival de shows que celebram o Hip Hop, gênero musical e movimento cultural que nasceu na década de 1970 no subúrbio de Nova York, disseminando-se pelo Brasil ao longo dos anos 90. O festival gaúcho, que terá mais uma edição em Porto Alegre no mês de outubro, traz diferentes maneiras de entrar em contato com a cultura do Hip Hop: com break dance, batalhas de rimas, pistas de skate, quadra de basquete e, principalmente, performances das personalidades que se destacam no cenário do rap brasileiro.
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Para começar o evento, o DJ Saulit aqueceu a Rua da Cultura, e dançarinos de Hip Hop deram um show com passos e improvisos admiráveis. Em seguida, foi a vez do artista porto-alegrense LC Advanced subir ao palco com músicas autorais que conquistaram a plateia. Depois, veio a Batalha do Olimpo, um duelo de improvisos em que os participantes criaram rimas a partir de temas escolhidos pela plateia: em um combate poderoso e muito bem-humorado, o duelo teve três fases e levou a plateia até a beira do palco.
Os vencedores do Expofavela RS vão representação o Estado na etapa nacional da competição. /Foto: Giordano Toldo
Entre as últimas atrações, Cristal, jovem cantora de rap de Porto Alegre, também levou a plateia a dançar e cantar. Logo após, o dançarino Samambaia, acompanhado de dois parceiros, apresentou diversos passos com um remix de hits do funk. Para finalizar a invasão da PUCRS pelo Rap in Cena Festival, Luka Pumes recitou poemas de sua autoria, fazendo denúncias ao preconceito e ao racismo e fechando a noite com uma performance de força e grandeza.
Enquanto o Rap in Cena acontecia na Rua da Cultura da PUCRS, o Centro de Eventos foi palco da ExpoFavela: uma feira nacional de negócios, cujos expositores são empreendedores e startups das favelas e periferias do Brasil. O evento aconteceu nos dias 1 e 2 de setembro e reuniu mais de 90 iniciativas empreendedoras gaúchas. Entre os presentes, 10 projetos foram selecionados para a etapa nacional onde irão representar o Rio Grande do Sul na ExpoFavela em São Paulo, que acontece no fim do ano. Essa foi a primeira edição do evento no Estado.
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Martinho da Vila atua há mais de 50 anos no fortalecimento da cultura nacional, abraçando causas e temáticas sociais e fazendo música para todo mundo cantar, dançar e sambar. O reconhecimento Mérito Cultural, honraria que simboliza o reconhecimento da instituição à uma personalidade do meio artístico, será entregue em um show especial realizado em meio às comemorações de 75 anos da PUCRS, no dia 22 de novembro (quarta-feira), às 21h, no Salão de Atos Ir. Norberto Rauch.
O Concerto Negra Ópera, inspirado no álbum que Martinho da Vila lançou em maio deste ano, promove a união de música popular e erudita, com referências da cultura afro-brasileira e tratamento orquestral ao repertório. É baseado no livro Ópera Negra, escrito pelo artista a partir da obra Pelléas et Mélisande, de Debussy. Em estrutura, o show se assemelha a uma ópera: apresenta abertura instrumental e divisão em três atos. As músicas abordam questões como a negritude, os conflitos da vida na favela, as rodas de capoeira e os pontos de umbanda e candomblé.
Os ingressos já podem ser adquiridos no site e aplicativo Guichê Web ou no Campus da PUCRS – Saguão do Living 360º, Prédio 15 – Av. Ipiranga, 6681 (de segunda a sexta-feira, das 9h às 13h e das 14h às 19h, em frente à PUCRS Store).
A cada ano, o Mérito Cultural PUCRS é atribuído a uma personalidade do meio artístico cuja carreira seja marcada pela defesa da cultura enquanto instrumento de humanização e educação. O Mérito já homenageou Fernanda Montenegro (2018), Maria Bethânia (2019), Lima Duarte (2020), Alcione (2021) e Alceu Valença (2022).
Martinho da Vila nasceu em Duas Barras, no Rio de Janeiro, em 12 de fevereiro de 1938. A partir de 1965, passou a se dedicar de corpo e alma à Escola de Samba Unidos de Vila Isabel: compôs grande parte dos sambas-enredo consagrados e colaborou para a criação de temas de inúmeros desfiles. Surgiu para o grande público no III Festival da Record, em 1967, quando apresentou o partido alto Menina Moça. No ano seguinte, na quarta edição do mesmo festival, lançou seu primeiro sucesso, o clássico Casa de Bamba, seguido de O Pequeno Burguês.
Nacionalmente conhecido como sambista, o artista é um legítimo representante da Música Popular Brasileira (MPB), com várias composições gravadas por cantores e cantoras de diversas vertentes musicais. Ao longo de sua trajetória, lançou mais de 20 livros, ultrapassou o marco de 50 álbuns e acumulou inúmeros prêmios e títulos, entre os quais figura agora o Mérito Cultural PUCRS 2023.
Foto: Giordano Toldo
Na última quinta-feira (31), a PUCRS realizou a entrega do tradicional reconhecimento em agradecimento a profissionais que há 25 anos atuam na Universidade e no Hospital São Lucas (HSL). A Medalha Irmão Afonso é um símbolo de gratidão a todas as pessoas que, mesmo se dedicando a áreas e contextos tão diferentes, por meio da união representam um mesmo propósito: o cuidado integral com a comunidade.
A celebração, que integra a programação dos 75 anos da Universidade, aconteceu no Salão de Atos da Universidade e contou com a presença do presidente da Rede Marista, Ir. Deivis Alexandre Fischer, do reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, de gestores e lideranças da PUCRS, do Hospital São Lucas e do Instituto do Cérebro, Irmãos Maristas, professores, técnicos administrativos, familiares e amigos. Durante o discurso, Ir. Evilázio destacou a importância do trabalho dedicado e da trajetória de cada um dos homenageados:
“Externalizo o meu sentimento de gratidão: gratidão pelo dom da vida de cada um, pela disposição com que atuam; gratidão aos seus familiares que certamente lhes dão um grande suporte; obrigado por estes 25 e 50 anos de vida dedicada a transformar outras vidas por meio da educação e da assistência à saúde. Não tenham dúvida de que estamos construindo uma sociedade mais humana e fraterna”, ressalta o reitor.
Filho de uma família profundamente cristã e religiosa, Irmão Afonso nasceu em 19 de agosto de 1887, próximo à cidade de Lille, ao norte da França. Foi registrado com o nome de Charles Désiré Joseph Herbaux e, aos 12 anos, ingressou em uma Escola de Formação de Jovens que pretendiam seguir a Vida Marista.
Em 1904, já no Rio Grande do Sul, começou a atuar como professor no Colégio Sant’Ana de Uruguaiana e, em 1907, foi transferido para Santa Maria, onde atuou como professor e diretor por 19 anos. Em Porto Alegre, foi responsável pela criação do Instituto Superior do Comércio, o primeiro do sul do País; e pelo curso de Administração e Finanças, a atual Escola de Negócios, dando assim início ao que seria a PUCRS.
A medalha hoje representa a fidelidade ao carisma de São Marcelino Champagnat, o comprometimento com o sonho do Irmão Afonso e a dedicação por mais de 25 anos a uma Obra de Educação e Formação para a sociedade contemporânea.
Escola Politécnica promove nova certificação internacional em parceria com universidades de cinco países/ Foto: Giordano Toldo
Estão abertas as inscrições para a primeira edição da certificação Prácticas y Perspectivas Sostenibles en Iberoamérica, certificação internacional ministrada em língua espanhola, desenvolvido pela Escola Politécnica em parceria com cinco universidades estrangeiras, três da América Latina e duas da Europa. Direcionado às áreas de Arquitetura, Engenharia e Design, o curso tem como público-alvo alunos de graduação e pós-graduação com interesse na temática de sustentabilidade, profissionais das áreas de gestão ambiental, arquitetura e urbanismo, engenharias e demais áreas afins. As aulas começam no dia 22 de setembro e vão até o dia 28 de outubro.
A certificação foi idealizada pela professora Cibele Figueira, do curso de Arquitetura e Urbanismo, e pelo professor Jacinto Almeida, do curso de Engenharia Civil. Além deles, o curso conta com a participação de professores das outras cinco instituições participantes: a professora Rocio Hidalgo, da Pontifícia Universidade Católica do Chile; o professor José Alayon, da Universidade Javeriana, na Colômbia; os professores Reina Loredo e Miguel Bartorila, da Universidade Autônoma de Querétaro, no México; o professor Antônio Antunes, da Universidade de Coimbra, em Portugal; e a professora Miriam Germeno, da Universidade Politécnica da Catalunha, na Espanha. Cada instituição tem a cota máxima de 15 inscrições, com o objetivo de garantir a presença de estudantes de diferentes nacionalidades.
A certificação será ministrada na modalidade online ao vivo, utilizando a metodologia Collaborative Online International Learning (COIL), “Aprendizagem Internacional Colaborativa Online” em português. Desenvolvido originalmente pela Universidade de Nova York, o COIL é adotado por instituições de ensino desde 2016. “Essa modalidade tem unido docentes de diferentes partes do mundo e conectado estudantes em uma proposta internacional em formato remoto”, comenta a professora Cibele.
Ela explica que o COIL já foi testado anteriormente pela Escola Politécnica, na área de Engenharia Química: o curso “Engineering the Future” foi coordenado do professor Allan Morcelli, juntamente com a Catholic University of America, nos Estados Unidos, durante o período da pandemia. A primeira edição teve enfoque em aplicações da biotecnologia na mitigação da fome no mundo, e a segunda edição abordou a bioengenharia na nova fase de exploração espacial, contando com participação de astrofísicos da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA).
Já o novo curso, “Prácticas y Perspectivas Sostenibles en Iberoamérica”, terá como foco principal a sustentabilidade. A proposta do curso se baseia nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), especificamente na meta número 11: cidades e comunidades sustentáveis.
Certificação se baseia principalmente na meta de número 11 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU/ Foto: Giordano Toldo
“Serão apresentadas soluções urbanas para reduzir os impactos ambientais causados pela atividade humana no mundo. Os participantes terão a oportunidade de conhecer inovações em projetos e ações sustentáveis aplicadas nas comunidades, com o objetivo de promover a harmonia entre os pilares ambiental, social, cultural e econômico. O curso reúne profissionais de diferentes países e formações que apresentarão e discutirão práticas e perspectivas sustentáveis nas cidades ibero-americanas”, explica Cibele.
A certificação será oferecida de forma online, por meio da plataforma Zoom, tendo um total de 12 encontros ao longo de seis semanas, totalizando uma carga horária de 30 horas. As aulas serão ministradas em espanhol com suporte de monitores brasileiros e cada encontro será realizado de forma simultânea, na hora local dos países de cada instituição.
A professora Cibele conta que a ideia de criar um curso com a temática da sustentabilidade em uma colaboração internacional veio de sua própria experiência no exterior. Ela viveu durante 12 anos na Espanha, onde, além de atuar profissionalmente, fez sua pós-graduação e participou ativamente da redIALA (Investigaciones Arquitetônicas para Latinoamérica). O professor Jacinto, também criador do curso, fez o caminho inverso: natural de Portugal, ele veio para o Brasil fazer pós-graduação e também atuou profissionalmente.
“Estas vivências nos conectaram a profissionais de distintas nacionalidades e o tema das cidades e da sustentabilidade, nos permitiu sonhar com uma maior integração entre nossas áreas de conhecimento em uma busca por vislumbrar soluções para demandas urbanas e socioambientais”, diz a professora.
Ela destaca o papel fundamental que o Brasil exerce no contexto global para atingir metas sustentáveis no futuro, devido às suas características físicas naturais, além da importância de formar profissionais que saibam agir de forma consciente e consequente no presente. Além disso, há um grande benefício na troca de conhecimentos entre os países envolvidos no projeto: os países latino-americanos de língua espanhola são parceiros fundamentais do Brasil nesse debate, em razão da similaridade de seus contextos ambientais e problemáticas urbanas. A ideia é trazer práticas e experiências a fim de aprender com casos implementados nas cidades latino-americanas.
“As perspectivas serão apresentadas no que se refere ao planejamento urbano e ao futuro da mobilidade almejados para o contexto ibero-americano. O curso buscará, além das aulas ministradas pelos professores, promover atividades que integrem os alunos das distintas nacionalidades. Uma das metas é aprender com experiências significativas e estabelecer conexões com profissionais e futuros profissionais interessados em projetos de impacto para o desenvolvimento sustentável”, finaliza.