Adriana Kampff, pró-reitora de Graduação e Educação Continuada, separou cinco opções para quem busca se qualificar antes de se formar

A graduação é o momento em que a curiosidade e busca por informação aparecem em meio aos conteúdos adquiridos dentro das salas de aula. Para sanar essas dúvidas, a PUCRS está em constante transformação para atender às demandas dos/as estudantes e agregar conhecimento além do protocolo. 

Para esclarecer e apresentar maneiras de expandir o conhecimento ainda durante o período no curso, Adriana Kampff, pró-reitora de Graduação e Educação Continuada da Universidade, separou cinco opções para quem busca qualificar sua formação e chegar nesse objetivo de forma efetiva. Confira:  

1. Aprofundar e conectar os temas trabalhados ao longo do curso

O Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação da PUCRS (Idear) e o PUCRS Carreiras oferecem diversas possibilidades para estudantes aplicarem o conhecimento da sala de aula no desenvolvimento de soluções para problemas locais e globais, estimulando o olhar inovador e empreendedor, além de explorar as possibilidades de trabalho em sua área de formação.  

Eventos como a Maratona de Inovação e o Torneio Empreendedor também favorecem a construção de networking com diferentes áreas e profissionais. Já as mentorias, consultorias e oficinais oferecidas pelo PUCRS Carreiras oportunizam desenvolver um olhar estratégico para a carreira e a aproximação com o mercado de trabalho desde o início da graduação, por meio de estágios. 

Leia também: 5 dicas: como desenvolver competências empreendedoras durante a graduação 

2. Ampliar o conhecimento em áreas de interesse

Em uma trajetória aberta, autoral e única, a PUCRS dá aos estudantes a opção de realizar, durante a graduação, disciplinas e Certificações de Estudos em áreas que complementam suas perspectivas de carreira, com diversas opções em todas as áreas do conhecimento. 

3. Participar de atividades de grupos de estudos e de pesquisa 

Projetos de Iniciação Científica, que também validam horas complementares, e a realização de disciplinas de mestrado e doutorado, por meio das iniciativas do IntegraPós, possibilitam que alunos e alunas tenham a aproximação com a pesquisa científica e com pesquisadores/as reconhecidos nacional e internacionalmente ao longo da graduação. 

Com excelência em diferentes áreas do conhecimento, a PUCRS possui a melhor pós-graduação do Brasil. Saiba mais. 

4. Envolver-se em atividades de voluntariado e ações extensionistas 

Participar de atividades junto à comunidade amplia o entendimento de diferentes realidades, desenvolve competências e habilidades para lidar com contextos diversos de forma prática. A Pastoral e a Pró-Reitoria de Identidade Institucional podem auxiliar nesse processo. 

5. Complementar a formação 

Outras boas opções são participar de eventos no Campus ou externos, aprender idiomas, realizar cursos de curta e média duração e participar da Mobilidade Acadêmica. Aproveite as dicas e realize sua rematrícula com todos os benefícios de uma das melhores universidades da América Latina! 

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As férias de verão são um período para descansar, relaxar e se divertir – e que tal fazer isso lendo um bom livro? Listamos cinco dicas de livros recentemente adicionados ao acervo da Biblioteca Central Ir. José Otão da PUCRS para você viajar nessas férias sem sair de casa: uma viagem literária. Confira: 

1) Ainda sou eu, de Jojo Moyes 

No último livro da trilogia Como Eu Era Antes de Você, acompanhamos a chegada de Lou Clark em Nova York. Em Ainda sou eu a personagem entra no mundo da alta-sociedade novaiorquina quando começa a trabalhar para a Leonard e a esposa bem mais nova. Enquanto está mergulhada no trabalho, Lou conhece Joshua Ryan, um homem que traz lembranças do seu passado. Todos os livros da série estão disponíveis na Biblioteca da PUCRS.  

2) É assim que começa, de Collen Hoover 

Continuação do sucesso É assim que acaba, o livro traz de volta os personagens Lily e Atlas, que se reencontram após dois anos. Parece o momento ideal para eles retomarem o antigo relacionamento de adolescência, já que ainda existem sentimentos entre os dois. No entanto, eles precisam lidar com Ryle, o ex-marido ciumento de Lily que culpa Atlas pelo fim de seu casamento. Alternando entre os pontos de vista de Atlas e Lily, a narrativa começa logo após o epílogo do livro anterior e revela mais sobre o passado de Atlas enquanto acompanha a jornada de Lily para abraçar sua segunda chance no amor. 

3) Eu sei por que o pássaro canta na gaiola, de Maya Angelou 

A vida de Marguerite Ann Johnson foi marcada por racismo, abuso e, por fim, libertação. Criada pela avó paterna, sempre buscou consolo para suas dificuldades nas palavras, por meio da literatura. Maya, como é carinhosamente chamada, então, encontra na escrita uma forma de se libertar das grades que lhe foram impostas na vida. Por meio de uma narrativa poderosa e tocante Angelou dá voz aos jovens que, assim como ela, enfrentaram uma vida de dificuldades e preconceitos. 

4) O Mapeador de Ausências, de Mia Couto 

A narrativa acompanha Diogo Santiago, um respeitado e prestigiado intelectual moçambicano que leva a vida como poeta e professor universitário na cidade de Maputo. De volta à Beira, sua cidade natal, ele regressa a um passado longínquo, época de sua infância e juventude, quando Moçambique ainda era colônia de Portugal. Entre memórias das viagens com o pai, massacres, prisões políticas e seu amor pela poesia, Diogo revisita sua história. 

5) Sobrevidas, de Abdulrazak Gurnah 

Tendo como pano de fundo a violenta colonização na África Oriental no início do século 20, Sobrevidas é protagonizado pelo casal Khalifa e Asha, que estão tentando ter seu primeiro filho, vivendo na cidade de Deutsch-Ostafrika. Eles logo conhecem Ilyas, trabalhador novo na cidade, que fora raptado ainda menino pelas tropas coloniais e anos depois descobre que os pais morreram e que sua irmã, Afiya, está vivendo em condições deploráveis. Ela acaba roubando o coração de Hamza, que também chega em busca de emprego e segurança e integrara a Schutztruppe, lutando contra o próprio povo ao lado dos colonizadores. Sobrevidas lança luz sobre as consequências devastadoras da opressão colonialista, ao acompanhar os personagens vivendo sob a sombra do fantasma da guerra. 

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Na foto o reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira, o uperintendente de inovação e desenvolvimento da PUCRS e do Tecnopuc, Jorge Audy, e Santiago Uribe. / Foto: Arquivo pessoal

Após as visitas às principais universidades colombianas em Bogotá, a missão da PUCRS e do Tecnopuc na Colômbia teve uma agenda em Medellín. O anfitrião dessa segunda parte da missão foi Santiago Uribe, antropólogo, professor da Universidade de Antioquia e consultor do projeto Territórios Inovadores do Pacto Alegre, promovido pela Aliança para Inovação UFRGS, PUCRS e UNISINOS.

O objetivo em Medellín foi conhecer a experiência de inovação social da cidade. Participaram da agenda o Ir. Evilázio Teixeira, reitor da PUCRS, Jorge Audy, superintendente de inovação e desenvolvimento da PUCRS e do Tecnopuc, e o Irmão Marista Donavan Farias Machado. A cidade de Medellín é a maior referência latino-americana em termos de transformação social e pelo papel da universidade nesse processo, em especial pela ação das universidades de Antioquia, Uniminuto e Bolivariana de Medellín.  

Confira como foram as visitas: 

Comuna 1 e distritos de Inovação e Criativo 

Nos dois primeiros dias foram visitadas a Comuna 1, o primeiro território da cidade, e os distritos de Inovação e Criativo. A cidade é dividida em 21 comunas, sendo que 13 delas já têm seu PUI (Plano Urbano Integral) implementado ou em implementação, e possui 7 distritos temáticos, sendo a cidade caracterizada em seu conjunto como Distrito de Ciência, Tecnologia e Inovação. 

A ação mais emblemática da Comuna 1 foi instalada em 2007 envolvendo o plano de mobilidade urbana e serviços públicos no alto na colina do território. Naquele ano, foi instalado o teleférico da Comuna 1, inspirando nas tele cabinas das estações de esqui, em especial da Suíça de onde foi importada a tecnologia para os teleféricos nas comunidades. Nas estações no alto do morro, foram instalados os primeiros serviços públicos qualificados, uma biblioteca, financiada pelo Governo Espanhol, e um Centro de Formação e Desenvolvimento de Software, financiado pelos empresários locais da área de tecnologia. Na primeira visita fomos acompanhados por Daniela Brauner, pesquisadora da Escola de Administração da UFRGS, e Everaldo Daronco, diretor da SCTI (Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul).  

No Distrito de Inovação também foi visitado o MOVA. / Foto: Arquivo pessoal

Na passagem pelo Distrito de Inovação – a mais específica com relação aos ambientes de inovação, foram realizadas visitas ao Parque Tecnológico RUTA N, o mais importante e reconhecido Parque Tecnológico da Colômbia – que já recebeu diversas reuniões da IASP LATAM e visitas técnicas. O local, que foi inaugurado em 2009 a partir de uma demanda do CUEE, é financiado e mantido pelo Governo da Cidade de Medellín, envolvendo a atuação cooperada com as 8 Universidade locais, em especial a Bolivariana e a de Antioquia.  

Ainda no Distrito de Inovação, próximo ao Parque Tecnológico RUTA N, foi visitado o Parque Explora, uma enorme e moderna estrutura interativa, que mescla características de um Museu Interativo, a exemplo do Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS, espaços de inovação e projetos de acesso público. No Parque, fomos recebidos por Andres Felipe Roldan, diretor, Alejandro Hincapié, gestor, e Rafael Aubad López, que era Reitor da Universidade de Antioquia o RUTA N foi criado.

O último ponto visitado no Distrito de Inovação foi o MOVA, que é estrutura de apoio e qualificação da educação (pública e privada) de Medellín. Projetada pelo Parque Explora, e construída com recursos da EPM (Empresa Pública de Medellin), quando da privatização de parte da empresa de telefonia da cidade, essa estrutura tem por missão atender e qualificar os professores da Educação Básica (escolas) da cidade, contratando serviços das áreas de educação e licenciaturas das universidades. A estrutura do MOVA chama a atenção pelo porte e pela quantidade de professores atendidos regulamente em programas de aperfeiçoamento profissional e qualificação em novas tecnologias, em ambientes modernos e diferenciados.

Comuna 12 

Na sequência, a missão foi à Comuna 12, a mais recente comunidade a receber as intervenções, exatamente no morro frontal, após o rio que divide a cidade no sentido norte e sul. A Comuna 12 apresenta o mesmo conjunto de mecanismos públicos de alto nível, como biblioteca, Casa da Música, creches e escolas públicas e parque, no mesmo ambiente físico e conceito. Esse espaço criado em cada Comuna no alto das comunidades, conectado com os mecanismos de mobilidade urbana, são articulados em uma UVA (Unidade de Vida Articulada). O projeto, hoje com mais de 17 anos, envolve uma ação articulada pela sociedade civil com forte atuação do governo local (da cidade) e estadual (chamado na Colômbia de Departamento), articulados com as Universidades. O Comitê CUEE, que envolve uma Mesa com representantes das universidades, empresas e governo, que se reúne mensalmente desde 2003, indica os rumos e prioridades a serem perseguidas no âmbito da cidade e seus mais relevantes atores públicos e privados.  A missão à Colômbia tem rendido inspirações para Porto Alegre.

O reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, com Santiago Uribe na Comuna 12. / Foto: Arquivo pessoal

“Acompanhado do antropólogo Santiago Uribe, um dos mentores do projeto, saio com convicção, que as três alianças que a população de Medellín fez servem também para Porto Alegre: uma aliança para a inovação, uma aliança para a educação e uma aliança pela vida, como valor supremo. Medellín colhe os frutos de uma aprendizagem de 20 anos”, enfatiza o Ir. Evilázio Teixeira. “Nas palavras de Santiago Uribe: ‘Nas zonas periféricas não se pode levar estruturas medíocres, porque trata-se de dignificar a vida das pessoas’”, conclui o Reitor da PUCRS. 

Próximos passos 

Após essas visitas e reuniões, encerrou-se a segunda fase da missão na Colômbia. Na sequência, o Reitor da PUCRS e o Irmão Donavan, conduzidos por Santiago Uribe, farão uma imersão pelas próximas quatro semanas na experiência de Medellín. Estão previstas participações em eventos, como palestra no dia 2 de fevereiro na reunião de abertura do ano do CUEE (no Parque Tecnológico RUTA N) e reuniões com os Reitores das Universidades de Antioquia e Bolivariana, além de com o Prefeito de Medellín. 

Histórico de cooperação 

A PUCRS possui cooperações com a Universidade de Antioquia desde 2019, a partir do desenvolvimento de projetos e compartilhamento de atividades acadêmicas com a participação de professores de ambas as instituições em pesquisas, aulas, seminários e bancas. Em 2022, ocorreu uma missão da PUCRS que visitou a Universidade de Antioquia com o objetivo de fortalecer as ações de internacionalização entre as duas instituições, em especial nas áreas de Medicina, Saúde Pública e Enfermagem. Ambas as universidades contam com um convênio de cooperação que proporcionou diversas experiências positivas e intercâmbio de alunos e professores. No caso do Tecnopuc, há convênio ativo desde o ano de 2023, envolvendo a atuação de Santiago Uribe como consultor do Pacto Alegre. No segundo semestre deste ano, o antropólogo passará seis meses em Porto Alegre, em projeto já assinado com o Tecnopuc, no âmbito do Pacto Alegre e Aliança para Inovação, realizando atividades na área de inovação social e desenvolvimento de territórios inovadores. 

André Salata/ Foto: Giordano Toldo

Em 2022, a população com seis anos ou mais no Rio Grande do Sul enfrentava uma taxa de pobreza de 15,9%. Para as crianças de até seis anos, no entanto, esta taxa era praticamente o dobro, alcançando 30,2%. No caso da pobreza extrema, para aqueles acima de seis anos a taxa era de 2,5%, enquanto para as crianças até essa idade o patamar ficava em 4,7%. Em termos absolutos, em 2022, havia 244 mil crianças pobres e 37,9 mil em extrema pobreza. Segundo André Salata, professor da Escola de Humanidades da PUCRS, “as taxas de pobreza maiores para as crianças até seis anos, em comparação com a população total acima desta faixa etária, se explicam, em grande parte, pela maior concentração de crianças em domicílios com renda mais baixa.” 

Estes números fazem parte do relatório Pobreza infantil no Rio Grande do Sul entre 2012 e 2022”, lançado pelo PUCRS Data Social: Laboratório de desigualdades, pobreza e mercado de trabalho. Os dados são provenientes da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (PNADc), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo trabalha com as linhas de US$6,85 PPC para pobreza e US$2,15 PPC para a extrema pobreza, assim como definidas pelo Banco Mundial. Em valores mensais de 2022, a linha de pobreza é de aproximadamente R$6,36 per capita e a linha de extrema pobreza é de aproximadamente R$ 199 per capita. Crianças que vivem em domicílios com renda per capita abaixo desses valores estão em situação de pobreza e/ou de pobreza extrema.  

O professor Ely Jose de Mattos, pesquisador do laboratório, afirma que “a pobreza infantil é particularmente preocupante, pois sabe-se que privações de condições básicas nesta fase da vida tem repercussões permanentes na fase adulta”. Já a pesquisadora Izete Pengo Bagolin destaca que “crianças que vivem em famílias em situação de pobreza monetária, em geral também estão expostas a outros tipos de privações tais como moradias precárias, nutrição inadequada e condições educacionais insuficientes.” 

Ainda que as taxas de pobreza e pobreza extrema sejam preocupantes de um modo geral, a situação é ainda pior para determinados segmentos demográficos. Entre as crianças negras, por exemplo, a taxa de pobreza é o dobro daquela entre as crianças brancas – 50,5% contra 25,6%. Já sobre localização de moradia, a pobreza infantil em áreas rurais é maior (35%) contra 29,5% no ambiente urbano. 

Estrutura familiar e escolaridade dos pais ou responsáveis são fatores determinantes na situação socioeconômica das crianças/ Foto: Envato

Os programas de transferência de renda, neste contexto, desempenham importante papel na minimização desta situação. Em 2020, ano crítico da pandemia, a taxa de pobreza entre crianças no RS foi de 31,6%; sem os auxílios, poderia ter chegado a 38,3%. No caso da pobreza extrema, para o mesmo ano, registrou-se a marca de 5,4%; sem os auxílios poderia ter sido quase o dobro (10,6%). Além das taxas de incidência, os auxílios também se mostraram relevantes para amenizar a profundidade da pobreza – entendida como a distância entre a renda dos indivíduos e a linha de pobreza utilizada. 

O estudo também mostra que as crianças em situação de pobreza sofrem desvantagens em outras dimensões além da monetária. Em termos de estrutura familiar, por exemplo, as crianças pobres apresentam maior tendência a viver em famílias monoparentais: 29,3% entre as crianças pobres, contra 16,7% para o total de crianças no estado. Quanto à escolaridade dos pais ou responsáveis, fica evidente seu menor nível educacional no caso das crianças pobres. Entre as crianças abaixo da linha de pobreza, 48,9% dos responsáveis tinham apenas ensino fundamental, enquanto para o total de crianças do Rio Grande do Sul esse número era de 32,7%. O estudo identifica, ainda, que as crianças pobres tendem a frequentar menos a creche/escola: 45,7% o faziam, contra 57,7% para o total de crianças do estado. Finalmente, do ponto de vista de moradia, o estudo mostra que crianças em situação de pobreza tendem a morar em domicílios com adensamento excessivo: 48,9% entre as crianças pobres, contra 33,2% no total das crianças do RS. 

Segundo os pesquisadores, estes são fatores que afetam não somente a qualidade de vida destas crianças no presente, mas também suas oportunidades no futuro. André Salata, que também coordena o PUCRS Data Social, pontua: 

“É importante compreender que a pobreza não indica somente uma privação monetária. Em função das condições de vida mais duras, famílias pobres têm dificuldades para garantir os estímulos necessários ao bom desenvolvimento de capacidades cognitivas e não cognitivas para seus filhos, com prejuízos que se dão no presente, mas que também serão sentidos no futuro dessas crianças”.  

Tomás Fiori, professor da Escola de Negócios da PUCRS e um dos autores do estudo, destaca o papel do governo estadual no combate à pobreza infantil: 

O Rio Grande do Sul já foi pioneiro quando lançou o Programa Primeira Infância Melhor (PIM) há 21 anos e hoje está construindo o Plano Estadual que norteará o cuidado integral das crianças até 2034. A compreensão da incidência e profundidade da pobreza nessa fase da vida é crucial, assim como a contribuição da comunidade acadêmica em estudos como o que o PUCRS Data Social está oferecendo à sociedade.” 

Para pessoas apaixonadas por livros, uma estante bonita é aquela que contém muitas histórias. O Library Shelfie Day (Dia da selfie na estante em tradução livre), um movimento criado pela Biblioteca Pública de Nova York em 2014, busca aproximar o público mais jovem das bibliotecas e também incentivar a leitura. A ação tem um dia marcado para acontecer: na quarta quarta-feira de janeiro, as pessoas são convidadas a tirar uma selfie com a sua estante.  

O movimento tem sido cada vez mais adotado por quem gosta de livros, livrarias e principalmente bibliotecas, e a hashtag nas redes sociais já alcançou mais de 15 mil publicações. A iniciativa é importante principalmente para as bibliotecas que, além de contribuírem para a conservação de documentos, oferecem um espaço seguro para estudos, leitura e lazer para pessoas de todas as idades.  

Para deixar a sua estante sempre limpa, a bibliotecária responsável pela Biblioteca Central Irmão José Otão da PUCRS, Clarissa Selbach, separou cinco dicas para os/as apaixonados/as por livros deixarem o seu cantinho de leitura sempre organizado. Confira:  

1) Limpeza dos livros 

Limpe-os com frequência, passando um pano seco nas páginas e lombadas dos livros pelo menos a cada seis meses. Remova o pó da capa e das páginas, evitando acúmulo de sujeira no interior. Pode ser utilizado um pincel de cerdas grossas para essa higienização. 

2) Limpeza da estante 

Limpe a estante periodicamente usando um pano seco. Se for necessário utilizar pano úmido, certifique-se que a prateleira está completamente seca antes de recolocar os livros. Ao realizar a limpeza, retire uma prateleira por vez para manter a ordem dos livros. 

3) Local arejado 

Mantenha a estante em um local arejado e evite encostar os livros na parede para prevenir mofo e mantê-los seguros. Assim também os protege da umidade, especialmente em dias chuvosos. 

4) Distância das janelas 

Coloque a estante afastada de janelas para evitar danos causados pela exposição direta ao sol. Os raios solares podem desbotar e entortar as capas. Além disso, evita o risco de acúmulo de poeira e infestação por insetos. 

5) Organização 

Organize os livros em uma ordem que facilite a busca, seja por gênero ou autor. É importante que eles fiquem na vertical, sem pressioná-los uns com os outros, para manter a integridade das obras. 

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Morgana Weber foi a primeira da família a se formar no Ensino Superior. / Foto: Arquivo pessoal

Aos 14 anos, Morgana Weber começou a trabalhar em um salão de beleza e, em seguida, se formou no ensino fundamental. Iniciou, então, o ensino médio no Instituto Federal (IF) de Campus Feliz e ingressou também em um curso técnico em informática, o que fez com que ela tivesse que abandonar o emprego no salão.  

“Comecei a fazer algumas bolsas de extensão, de ensino e pesquisa. Depois disso, tudo paralelamente ao ensino médio, fiz um estágio no setor de administração ali do IF mesmo”, conta Morgana.  

Já no terceiro ano do ensino médio, ela fez seu estágio obrigatório trabalhando com manutenção de computadores. Além disso, atuou em uma empresa de desenvolvimento de software em sua cidade natal, além de ter se dedicado como monitora de matemática antes de concluir o ensino médio. Foi por meio da empresa de software em que trabalhava que teve contato com o Projeto Ada, financiado pela Universidade em parceria com a empresa de tecnologia Poatek, que concede bolsas de estudo para o curso de Ciência da Computação a mulheres de baixa renda 

Um colega de trabalho ficou sabendo sobre o programa e o indicou para Morgana – para o qual ela prontamente se inscreveu. Além disso, pouco tempo depois, sua professora do ensino médio também contou a ela sobre o projeto, e ela disse que já havia feito sua inscrição. A jovem comenta que, desde seu ingresso, o projeto passou por diversas reestruturações e melhorias. 

“Hoje, já temos toda uma estrutura. De modo geral, o programa sempre constituiu essa ideia de trazer mais mulheres de baixa renda, especialmente para dentro da área da computação. E agora, como já está mais estruturado, estamos vendo a questão de inglês, a questão das dificuldades, estamos tentando realocar algumas coisas que foram alguns pontos de dificuldade para mim ao longo do curso. Mas está sendo tudo reajustado agora, conforme as coisas estão andando”, explica. 

Mesmo em pleno século 21, ainda existem estigmas relacionando determinadas profissões a gêneros. A PUCRS, no entanto, vem trabalhando para mudar essa realidade. Além do abatimento da mensalidade para todo o curso, as estudantes recebem bolsa-estágio para os primeiros três semestres do curso, além de outros apoios, como ajuda financeira para residir próximo à Universidade. Nos primeiros semestres de curso, elas também são acolhidas no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação (PPGCC), onde têm o primeiro contato com a pesquisa científica na área. Soraia Musse, professora do curso e coordenadora do Projeto Ada, afirma ser gratificante ver as mulheres ocupando cada vez mais espaços no ramo da tecnologia. 

“É ótimo entrar em aula e ver mais diversidade, mais mulheres, mais pessoas diferentes com ideias diferentes. É dessa diversidade que nascem ideias mais inovadoras, que certamente precisaremos para construirmos soluções para um mundo melhor”, comenta. 

Morgana Weber ao lado da professora Soraia Musse, coordenadora do Projeto Ada, e do professor e coordenador do Curso de Ciência da Computação, Alexandre Agustini. / Foto: Arquivo pessoal

Morgana Weber, que cursou toda a educação básica na rede pública, foi uma das primeiras beneficiadas pelo programa. 

“A primeira menina cuja vida nós mudamos, a primeira a se formar na família dela. Ela se formou em quatro anos, o que quase ninguém na Ciência da Computação consegue. Ela é um espetáculo”, afirma Soraia. 

Experiência e desafios de uma mulher na Ciência da Computação 

Orgulho é a palavra que define a experiência de Morgana ao cursar Ciência da Computação na PUCRS. Para ela, os dois principais diferenciais da Universidade são a estrutura física e a relação com os professores. “Eles sempre foram muito presentes, se eu já tinha alguma dúvida, perguntava, não era aquela coisa de impessoalidade com aluno. Eu sempre tive uma relação ótima com eles”, relata. Em relação ao curso, ela elogia o equilíbrio entre a teoria e a prática. 

“Nós temos disciplinas hoje que outras universidades não têm, disciplinas voltadas para a atualidade, aprendizado de máquina, que é algo bem recente. Eu acho isso incrível, porque a gente não vê só conceitos antigos, por exemplo, a gente aprende as tecnologias usadas atualmente no mercado de trabalho”, diz. 

A computação costumava ser uma área dita como masculina – mas Morgana faz parte de uma nova geração de mulheres. Ela se diz muito sortuda, pois, na época que ingressou na Universidade, conviveu com mais mulheres do que o curso costumava receber. “Dei a sorte de ter mulheres comigo, pelo menos no ambiente acadêmico”. 

Apesar disso, não foi uma jornada livre de desafios. Ela conta que havia disciplinas em que ela era a única mulher na turma, e que às vezes era difícil e cansativo ter que lidar com uma presença massivamente masculina, tanto em relação a ter que provar suas capacidades e habilidades como em relação a situações de assédio – nas quais tanto reagir quanto não reagir pode ser negativo. “Se você reage é louca, se não reage dá abertura para o assédio”, argumenta ela. O que mais a motiva a se manter na área é conquistar o espaço das mulheres, para mostrar para outras mulheres que é possível, e para apoiar umas às outras. 

Morgana foi uma das primeiras alunas contempladas pelo Projeto Ada. / Foto: Arquivo pessoal

“Isso é uma das coisas que mais me motiva, saber que eu também sirvo de inspiração para outras pessoas, saber que eu estou colaborando para conquistar o nosso espaço em uma área que é majoritariamente masculina. Eu sonho muito com o momento em que a gente vai deixar de dizer que a computação é curso para homens”, pontua. 

Para quem quer seguir na área 

A área de tecnologia da informação vem crescendo cada vez mais, e o espaço para as mulheres dentro dela também. Para as meninas que estão no ensino médio e pensam em cursar Ciência da Computação, a professora Soraia manda o recado: 

“É uma área encantadora, não necessariamente fácil, mas desafiadora no sentido de fazer as pessoas pensarem. Ao contrário do que leigos podem pensar, pode-se usar muito a capacidade criativa para criar e construir soluções inovadoras. Eu diria para essa menina: não desista, existem muitas oportunidades!” 

Já Morgana enfatiza a importância de acreditar e confiar em si, se posicionar, pois, em algum momento, terá que se provar perante a sociedade. Ela pontua que é um processo exaustivo, mas que vale a pena, já que o espaço para as mulheres nesse ramo está se abrindo cada vez mais. 

“Se você tem vontade, aprenda. É muito importante confiar e entender que apesar do processo ser difícil e longo, não é nada que nós como mulheres não sejamos capazes. Então temos que acreditar que a gente é capaz, acreditar que a gente consegue, acreditar que a gente tem potencial sim. Apesar dos pesares, apesar de às vezes um monte de gente falar que não é assim e sermos invalidadas, a gente tem potencial”, finaliza.

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O workshop aconteceu entre os dias 16 e 18 de janeiro. / Foto: Giordano Toldo

Com o objetivo de entender os usos e as implicações da inteligência artificial (IA) na pesquisa ciêntifica, a Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PROPESQ) ofertou, nos dias 16, 17 e 18 de janeiro, o Workshop de Capacitação em Inteligência Artificial. O evento contou com a participação de mais de 100 pesquisadores de diferentes Escolas e áreas do conhecimento, contemplando a interdisciplinaridade das pesquisas desenvolvidas na PUCRS. Na cerimônia de abertura, o vice-reitor da Universidade, Ir. Manuir Mentges, ressaltou a importância latente das potencialidades de aprimoramento dos resultados encontrados na pesquisa por meio do uso da inteligência artificial.  

“A IA possui a capacidade de processar dados complexos, mas possui também uma perspectiva transformadora para aprimorar as práticas de pesquisa acadêmica. Ao explorar as vastas possibilidades que a inteligência artificial oferece, estamos abrindo as portas para um futuro onde a pesquisa pode ser mais ainda eficiente e impactar milhares de vidas, alinhadas com as demandas contemporâneas”, destaca.  

No primeiro dia, os pesquisadores participaram do módulo conceitual, com palestras sobre história, passado e futuro da IA, com os professores da Escola Politécnica e do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação, Lucas Silveira Kupssinsku e Rodrigo Barros. Ainda nesse mesmo dia, os membros do Centro de Pesquisa, Ensino e Inovação em Ciência de Dados, Carlos Falcão de Azevedo Gomes e Mauricio Magnaguagno, ministraram painel sobre boas práticas no uso de dados.  

O Grupo de Pesquisa em Teoria de Aprendizagem de Máquina e Aplicações foi o responsável por conduzir no segundo dia o módulo prático, interagindo com a inteligência artificial. Além disso, no último dia foram discutidos os dilemas éticos e legais. O professor da Escola de Humanidades e dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação, Filosofia e Teologia, Nythamar Hilario Fernandes de Oliveira Junior, ressaltou as perspectivas morais e civilizatórias que se conectam com os diferentes conceitos e atravessamentos da realidade contemporânea na inteligência artificial. Já o professor da Escola de Direito e do Programa de Pós-Graduação em Direito, Paulo Caliendo, destacou o processo de centralidade no ser humano que deve constituir os intermédios da formação regulatória da IA.  

Para o Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-graduação, Carlos Eduardo Lobo e Silva, é importante que a Universidade esteja sempre atenta no apoio aos seus pesquisadores.  

“O conhecimento que a própria universidade possui, especialmente naqueles temas mais transversais e próprios para as pesquisas multidisciplinares, deve ser disseminado entre pesquisadores de diferentes áreas. E a inteligência artificial talvez seja hoje o tema de disseminação mais urgente”.    

Além disso, o Pró-Reitor destaca ainda outras iniciativas da PROPESQ em apoio ao pesquisador: 

“Em 2023, promovemos workshops sobre temáticas mais específicas, como a utilização da ferramenta REDCap e, ainda, sobre estratégias para a elaboração de projetos de pesquisa para a captação de recursos financeiros. Cabe ressaltar que nossa comunidade científica sempre responde de forma muito positiva a essas iniciativas”.

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Sulgás promove a formação dos jovens no Projeto Pescar há 16 anos. / Foto: Roberto Furtado

A partir deste ano, a Sulgás, responsável pela distribuição de gás natural no Rio Grande do Sul, passa a integrar o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc). A empresa traz um dos seus principais programas sociais para o Parque: o Projeto Pescar, que há 16 anos faz parte da história da empresa e já formou mais de 270 jovens em situação de vulnerabilidade social.  

O curso é voltado a jovens de 16 a 19 anos, de famílias de baixa renda, residentes em Porto Alegre, especificamente nos bairros próximos ao Tecnopuc, como Partenon, São José, Morro da Cruz, Lomba do Pinheiro e região. A partir de fevereiro, 24 jovens participantes do Projeto Pescar Sulgás irão iniciar as aulas no Farol, hub do Tecnopuc que atua com projetos de impacto.  

No projeto, os jovens participantes têm a possibilidade de conhecer o mundo do trabalho e os processos de conversão de equipamentos para o gás natural. De acordo com Liliana Rauber, gerente de marketing da Sulgás, durante o ano, os alunos têm acesso às questões técnicas, mas também a outros setores que compõem a instituição.  

“Trabalhamos com os participantes tudo que envolve a nossa empresa, não só a parte técnica, mas também todos os setores que a empresa tem, como RH, rotinas administrativas, comunicação, entre outros. Eles saem com uma base inicial de conhecimento. Aqueles que demostram interesse nessa área, nós encaminhamos para o Senai. Além disso, o Projeto Pescar acompanha o aluno após o término do curso por dois anos para ajudar no encaminhamento deles no mercado de trabalho ou para a sequência dos estudos”, explica Liliana.   

Conheça a Sulgás 

A empresa chega ao Tecnopuc com 90 mil clientes e com a meta de alcançar os 100 mil. Na parte social, a Sulgás mantém um compromisso de administrar cerca de 22 projetos nas áreas ambientais, esportivas e culturais. Carolina Bahia, gerente executiva de relações institucionais da Sulgás, reforçou que o Projeto Pescar é o carro chefe da empresa no âmbito social.  

“O Pescar é um projeto que conta com recursos próprios da Sulgás. A tendência é que a empresa invista e entre, cada vez mais, na vida desses jovens. No ano passado, começamos a pensar em um lugar que pudesse receber os alunos de uma maneira mais ligada à tecnologia, ao mercado e à economia. É isso que queremos, que eles estejam inseridos nesse mundo”, comenta Carolina.   

É com o objetivo de impulsionar esse desenvolvimento de talentos que o Farol Hub Social se conecta ao Projeto Pescar Sulgás. Em 2023, o Farol foi responsável por formar 49 jovens, além de promover atividades e ações. Com a chegada da Sulgás ao Tecnopuc, o Hub intensifica a sua missão de conectar o ecossistema de inovação e empreendedorismo da Universidade com estratégias de formação e capacitação nas áreas de inovação e desenvolvimento, especialmente de jovens que se encontram em situação de vulnerabilidade social.  

A formação de novos talentos é uma das frentes do Tecnopuc desde o seu início, em 2003.  Para o Parque, iniciativas de desenvolvimento profissional e social têm dois objetivos: atender às demandas do mercado e promover a inclusão de jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica.  

Sobre o Projeto Pescar  

O Projeto Pescar iniciou em 1976, a partir da iniciativa do empresário Geraldo Link. Com o passar dos anos, o Pescar se tornou uma rede colaborativa que reúne empresas que oferecem formações socio profissionalizantes em todo Brasil.

Mulheres trabalhando, soft skills
As cinco soft skills mais importantes para o mercado de trabalho são comunicação, inteligência emocional, relacionamento interpessoal, criatividade e autogestão. / Foto: Envato Elements

Em meio às constantes transformação do mercado de trabalho, as exigências para se destacar vão além das habilidades técnicas e dos títulos acumulados ao longo de formação. Os recrutadores estão cada vez mais atentos às soft skills, ou seja, habilidades comportamentais ou socioemocionais que afetam o cotidiano de uma pessoa em seu ambiente de trabalho. Elas impactam a maneira como você interage, se comunica e lida com diversas situações junto à equipe. Nesse contexto, desenvolver e aprimorar tais habilidades se tornou fundamental para se destacar em uma sociedade altamente competitiva. 

Ao contrário das habilidades técnicas que se concentram em serem competências práticas dos profissionais e que ajudam a garantir a execução das funções, as soft skills podem ser aplicadas em diversas profissões, contextos e cargos. Elas são cada vez mais importantes ao colaborarem na construção de um relacionamento interpessoal mais próximo com os colegas, além de ajudarem a melhorar a liderança e tornar a empresa adaptável às mudanças no mercado. 

Tendo isso em vista, elas são cada vez mais essenciais para garantir o sucesso profissional, tendo em vista que complementam as habilidades técnicas e colaboram para que sua rotina de trabalho seja mais leve e tranquila. Além disso, podemos destacar algumas habilidades essenciais para o ambiente de trabalho, como a escuta ativa, a expressão clara de ideias, a capacidade de adaptação e como você consegue resolver problemas de maneira criativa. 

As soft skills são cada vez mais valorizadas pelos empregadores, já que um profissional com excelentes habilidades técnicas, mas sem competências socioemocionais, pode ter dificuldades para se integrar em equipes, colaborar efetivamente e se adaptar às mudanças constantes.

Leia também: Por que cuidar da autoestima é importante para a carreira? 

Quais são as Soft Skills mais importantes para o mercado de trabalho?

Desenvolver soft skills é um passo importante para se destacar no mercado de trabalho. Por isso, a consultora do PUCRS Carreiras, Ana Cecília Petersen, destaca cinco delas. 

1) Comunicação

Saber se comunicar é uma das habilidades mais essenciais para o mercado de trabalho. A comunicação vai ajudar em diferentes etapas do seu desenvolvimento profissional, por isso, investir em cursos que ajudem no aperfeiçoamento dessa aptidão é tão importante. Com uma boa comunicação verbal, por exemplo, você consegue ter mais sucesso nas entrevistas de emprego, pode se destacar no dia a dia e construir relacionamentos bons que tornam o clima organizacional mais efetivo. Além, é claro, de contribuir na hora de uma apresentação e de expressar uma ideia. Para Ana Cecília, a prática é essencial para treinar essa habilidade.

“Gravar apresentações para analisar a sua imagem e a sua voz em áudio e vídeo, participar de grupos de debate e negociação, ir a eventos que promovam interação e apresentações, apresentar trabalhos em sala de aula ou eventos e atividades como o teatro, ajudam a ganhar mais prática e a se comunicar melhor em momentos cruciais”. 

2) Inteligência emocional

Passar por oscilações de humor e dias difíceis é normal no dia a dia. No entanto, é preciso saber enfrentar essas situações, principalmente no trabalho. Para isso, é preciso desenvolver a capacidade de lidar com as emoções.  

“Para desenvolver a inteligência emocional, você pode agir em cada uma dessas partes: adquirir conhecimento sobre as emoções, auto-observar-se ou realizar atividades como a psicoterapia para se autoconhecer e gerir melhor a si mesmo, além de se expor a relacionamentos e interações com outras pessoas”, explica Ana Cecília. 

Por meio dessa habilidade, você consegue oferecer amparo emocional para algum colega em um dia difícil, ou gerir suas emoções de tal maneira que problemas pessoais não impactem sua experiência no trabalho. 

3) Relacionamento interpessoal

A terceira soft skill que merece destaque é o relacionamento interpessoal. Ele se refere à capacidade de interagir, comunicar-se e colaborar efetivamente com outras pessoas. É uma habilidade que envolve empatia, escuta ativa e a capacidade de entender e respeitar as perspectivas e sentimentos dos outros. 

Em um ambiente de trabalho, por exemplo, um bom relacionamento interpessoal pode ser a diferença entre um ambiente harmonioso e um ambiente tóxico. Desenvolver habilidades interpessoais requer autoconhecimento, prática e feedback contínuo. 

“Procure por atividades e projetos que te coloquem em contato com diferentes pessoas e colegas, e se observe durante essas interações para aprender sobre o seu perfil. Pedir feedbacks para outras pessoas pode lhe trazer mais informações sobre onde você está acertando e errando nos relacionamentos”, destaca Ana Cecília. 

4) Criatividade

A criatividade é uma habilidade ligada à resolução de problemas e à geração de ideias inovadoras. Para a consulta de carreiras, o desenvolvimento da criatividade se baseia em adquirir conhecimentos novos tanto na sua área de atuação como em áreas diferentes para aumentar o acervo de conhecimentos e perspectivas. Assim, é fundamental participar de atividades e projetos que desafiem o pensamento convencional, permitindo uma abordagem diversificada e inovadora. Relacionar-se com pessoas de diferentes contextos e experiências também é uma maneira valiosa de absorver novas perspectivas e ampliar o horizonte criativo. 

Exercitar a criatividade requer pensar fora da caixa, desafiando padrões estabelecidos e sempre buscando novas formas de abordar problemas e situações. Uma dica prática é manter um local de registro dessas ideias, seja um caderno, aplicativo ou qualquer ferramenta que ajude a consolidar esse novo hábito de pensamento criativo que você está cultivando. 

5) Autogestão

Muitas vezes chamada de produtividade, essa competência engloba aspectos como organização, disciplina, foco e a capacidade de ser autossuficiente. Ana Cecília destaca que essa habilidade é essencial para um mundo cada vez mais complexo, com excesso de estímulos e tarefas. Para desenvolver efetivamente a autogestão, ela sugere: “Mapeie onde estão seus pontos fortes e fracos para identificar qual ferramenta deve ser utilizada e será mais eficaz para você: calendários, agendas, listas de tarefas, organização de horários para atividades, gestão do seu tempo diário ou semanal, priorização de tarefas, fragmentação de projetos em pequenas etapas etc.”. 

Ao incorporar e adaptar essas ferramentas ao seu cotidiano, você estará não apenas estruturando melhor suas atividades, mas também aprimorando continuamente sua capacidade de autogestão. 

Onde aplicar o desenvolvimento das soft skills?

Desenvolver as soft skills irá contribuir em muitos aspectos da vida profissional, como a busca por uma vaga, recolocação no mercado de trabalho ou promoção dentro de alguma empresa. No entanto, onde elas podem ser aplicadas na prática? 

1) Melhor desempenho nas entrevistas 

As entrevistas são parte importante dos processos seletivos. Sair-se bem nelas aumenta as chances de alcançar os cargos desejados e, com isso, construir uma carreira de sucesso. Nesse aspecto, as habilidades comportamentais também são úteis e podem ser aprimoradas em uma simulação de entrevista com os consultores do PUCRS Carreiras. Por exemplo, é possível participar de dinâmicas em grupo e se sair bem, saber responder às respostas do entrevistador de modo eficiente, ter destaque pelo pensamento crítico apresentado nelas e muito mais. 

2) Otimização do desempenho no trabalho 

Outra vantagem é ter um desempenho excelente no dia a dia profissional. Ele é crucial para que você se desenvolva e tenha destaque no cargo em que está. Ao desenvolver habilidades comportamentais, você aprende a trabalhar bem em equipe, ter uma comunicação clara com todos os colegas de trabalho e demonstrar ética profissional. 

3) Melhora do networking 

As soft skills também são um ponto importante para a construção de networking. Ter uma rede de contatos é fundamental para conseguir acesso a oportunidades, troca de informações e avanços no conhecimento desenvolvido. 

Se você quer alcançar novos objetivos profissionais, aposte nas soft skills. Por meio delas, é possível criar um relacionamento duradouro, colaborar com os projetos da empresa e levar a uma transformação real no seu ambiente de trabalho.  

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professora espanha

Gabriela Delord (ao centro) é mestre e doutora pela PUCRS. / Foto: Arquivo pessoal

Gabriela Delord, mestre e doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática da PUCRS, foi considerada a terceira melhor professora da Espanha, pela plataforma educacional Educa. Docente na Universidade de Sevilha, Gabriela leciona no Departamento de Didática das Ciências Experimentais e Sociais, e é um exemplo inspirador de sucesso acadêmico e profissional, contribuindo de maneira significativa para o avanço da educação e formação de qualidade. Por meio das oportunidades de internacionalização da PUCRS, Gabriela pôde experimentar o início de sua jornada no exterior.  

“Consegui uma bolsa de doutorado sanduíche e fui morar em Sevilha, na Espanha, por 11 meses. O objetivo era trazer dados para a minha tese, descobrindo como foi formada a teoria de um conhecido projeto inovador dos anos 80 e 90 chamado IRES. Consegui investigar todos os caminhos, os estudos, as influências, e contextos históricos que os autores deste projeto passaram para criar esta teoria”, destaca Gabriela. 

A PUCRS teve um papel fundamental na construção acadêmica da docente, aprofundando seus conhecimentos e suas perspectivas internacionais da ciência. “A PUCRS me deu todo o apoio teórico e a experiência de ter aulas com professores de excelência. Meu orientador tinha bastante contato com pesquisadores de fora, então tive acesso a pesquisas de ponta. Sem contar toda a infraestrutura da Biblioteca da PUCRS, onde escrevi grande parte da minha tese”, elenca. 

A premiação realizada pela plataforma EDUCA valoriza a visão dos alunos e são eles que nomeiam alguns professores que consideram inovadores e que impactam a sociedade por meio de seus estudos. Após essa nomeação, a plataforma realiza diversas etapas de avaliação de currículo, publicações e estudos realizados.  

“Ser considerada a terceira melhor professora universitária de toda a Espanha foi muito gratificante, é um sinal de que meus estudos, pesquisas e minha prática docente têm a aprovação positiva. Além disso, como estrangeira, é muito difícil ganhar um prêmio deste nível. Fico muito feliz e ainda mais motivada para seguir inovando como docente e seguir investigando a inovação como pesquisadora”, destaca com Gabriela com entusiasmo. 

Vida na Espanha 

Ao terminar seu doutorado, Gabriela candidatou-se ao concurso na universidade e foi aprovada em quarto lugar e em alguns meses foi convocada. “Decidi lecionar na Espanha por uma questão de oportunidade de trabalho, mas continuo contribuindo com o Brasil. Em 2022 ministrei um curso na PUCRS e nos anos de 2020 e 2021 também lecionei na PUC-Goiás”, menciona a professora. 

Gabriela destaca que a experiência tem sido desafiadora desde o início, mas gratificante na mesma medida.  

“A experiência de começar uma vida do zero, sem amigos, sem família e sem referências é bastante desafiadora, mas tem sido ótima. Não foi difícil me adaptar em Sevilha. A cidade é linda, tranquila, possui qualidade de vida e um clima excelente. Como eu já tinha tido a experiência de viver na cidade por 11 meses durante o doutorado sanduíche ofertado pela PUCRS, posso dizer que já estava acostumada.”

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