Sítio Pró-Mata realiza pesquisas sobre biodiversidade, mudanças climáticas e diversos outros temas ambientais/ Foto: Divulgação IMA

A humanidade testemunhou nos últimos anos transformações significativas em seu ambiente natural impulsionadas, principalmente, pelas mudanças climáticas globais. Essa complexa interação entre fenômenos atmosféricos, o aumento das emissões de gases de efeito estufa e atividades humanas têm desencadeado uma série de impactos no ecossistema terrestre e aquático, como, por exemplo, o aumento da temperatura do média do planeta. À medida que a terra vai aquecendo, as consequências para a biodiversidade, os recursos hídricos e a estabilidade dos ecossistemas tornam-se cada vez mais evidentes. 

A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Pró-Mata da PUCRS faz parte do Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD), onde são desenvolvidos oito subprojetos coordenados por pesquisadores em suas áreas de atuação. O PELD é uma iniciativa do Governo Federal, sob a coordenação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que formou uma rede de sítios de referência para a pesquisa científica no tema de Ecologia de Ecossistemas. Para apresentar o ecossistema do Pró-Mata a Universidade, por meio de seu Instituto do Meio Ambiente (IMA), vem realizando uma série de vídeos documentais que pretendem transbordar os estudos realizados para a comunidade universitária e a sociedade. Assista o primeiro: 

Além do Pró-Mata, a PUCRS lidera inúmeras outras pesquisas e iniciativas globais que buscam mitigar a crise climática e a potencializar o uso de energias renováveis. Alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), o diretor do IMA, professor Nelson Fontoura, destaca que a Universidade promove a pesquisa ecológica de caráter sustentável e permanente, em ambientes aquáticos e terrestres: 

“Nesse contexto de mudanças ambientais, é extremamente importante mapearmos e conhecermos como as alterações ambientais interferem na biodiversidade”, destaca Nelson Ferreira Fontoura, diretor do IMA. 

A preservação da biodiversidade e o futuro do planeta 

Dia da Mata Atlântica, Pró-Mata

Regiões campestres são parte fundamental do ecossistema/ Foto: Bruno Todeschini

Os campos são de extrema importância para a natureza, porém a atenção ainda é pouca se comparado com florestas. Os ecossistemas campestres apresentam altos níveis de biodiversidade, muitas espécies de plantas e animais são exclusivas desse local, ou seja, não são encontradas em ecossistemas florestais ou outras formações ecológicas. Essa diversidade biológica é de extrema relevância para a sociedade, pois possibilita processos naturais como a polinização e manutenção da qualidade da água. Além disso, as plantas servem como alimento tanto para as espécies de herbívoros nativos quanto para rebanhos de animais exóticos. 

“O projeto PELD inclui a amostragem de artrópodes para vermos a dinâmica de como funciona com a reintrodução do manejo por fogo no ecossistema campestre”, aponta Mariana Beal Neves, pós-graduanda do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade da PUCRS.

A amostragem dos artrópodes é dividida em dois níveis: um ao nível do solo e outro na estrutura da vegetação. Pesquisar sobre essa classe é de suma importância, pois ela é considerada o grupo mais mega diverso da Terra, por conter insetos, crustáceos, aracnídeos, diplópodes, e quilópodes em sua cadeia.  

No Laboratório de Ecologia de Interações da PUCRS são feitas as coletas dos artrópodes e de vegetações retiradas do sítio do Pró-Mata, para analisar o todo.  O processamento dos artrópodes é feito em duas divisões, alguns ficam em álcool 70% e outros em via seca. Já as amostras de vegetações são identificadas em campo ou são trazidas para o laboratório, secas na estufa e montadas para a identificação final.  

“A biodiversidade que há nos campos hoje, tanto de plantas quanto de animais, evoluiu junto com esse regime de distúrbios,” pontua Pedro Maria Abreu Ferreira, pesquisador do Instituto do Meio Ambiente da PUCRS. 

Queimadas: um assunto urgente 

Pesquisas acerca das queimadas também são realizadas no Pró-Mata / Foto: Bruno Todeschini

As queimadas, por serem recorrentes, se tornaram um tema de pesquisa fundamental dentro do Pró-Mata. O estudo envolve comparações entre os ecossistemas campestres prejudicados pelo fogo e os não prejudicados, com etapas envolvendo a análise do tamanho da área folhar e do teor de fibras. O esperado é encontrar folhas maiores em campos onde houve o manejo de fogo, pois elas precisam de mais energia para sobreviver, e um menor teor de fibras. Nos campos onde não ocorreu o manejo de fogo, é esperado encontrar folhas menores, de crescimento mais lento e longevas – apresentando maior teor de fibras. 

O homem reduziu a velocidade da expansão das florestas sobre os campos com as queimadas, uma dinâmica complexa que é estudada no programa PELD na RPPN Pró-Mata em busca de respostas e soluções para um futuro que não está tão longe assim.  

Sobre o Pró-Mata 

O CNPq inaugurou em 1999 o Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD), que formou uma rede de sítios de referência para a pesquisa científica no tema de Ecologia de Sistemas – cofinanciado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS). Os projetos desenvolvidos podem oferecer no futuro uma ideia clara de como o ambiente está evoluindo, principalmente com os impactos humanos. 

O sítio PELD Pró-Mata foi estabelecido em São Francisco de Paula, na serra gaúcha, em uma área de Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do mundo – por isso é considerado prioritário para conservação. Foi adquirida em 1993 pela Universidade e convertida em RPPN em 2019, garantindo a perpetuidade do compromisso da PUCRS com a conservação da biodiversidade, bem como a mitigação do impacto das atividades humanas.  Acompanhe a série de vídeos pelo canal da PUCRS no YouTube.  

Leia mais 

mobilidade acadêmica

Programa de Mobilidade Acadêmica está com novos editais abertos/ Foto: Giordano Toldo

Já imaginou estudar por um semestre em outro país, viver novas experiências culturais e ainda poder qualificar ainda mais o currículo? O Programa de Mobilidade Acadêmica da PUCRS possui convênio com diversas instituições de ensino superior ao redor do mundo, possibilitando que o/a estudante permaneça até dois semestres no exterior. Agora, se você já tem uma ideia de onde deseja ir, mas quer entender melhor como funciona a mobilidade acadêmica, confira abaixo tudo o que você precisa saber para internacionalizar sua jornada aqui na PUCRS.  

Qual a diferença entre mobilidade acadêmica OUT e IN?  

Viver um intercâmbio acadêmico é uma possibilidade tanto para os/as alunos/as da PUCRS que sonham em estudar fora como para os alunos das universidades do exterior que queiram vir para o Brasil. A internacionalização do currículo é valorizada e recomendada, é o que afirma Sandra Mino, coordenadora administrativa do Escritório de Cooperação Internacional da PUCRS. 

“A mobilidade acadêmica contribui para o aperfeiçoamento do estudante nas mais diversas áreas do conhecimento. Além de enriquecer o currículo acadêmico, possibilita que o/a aluno/a pratique outro idioma, conheça diferentes culturas e costumes, faça novas amizades e adquira uma nova visão de mundo”, pontua Sandra.   

Mobilidade OUT: quando o/a estudante vai para o exterior  

Na mobilidade OUT, termo derivado de outgoing, que se refere àqueles que saem, estudantes da PUCRS podem estudar em qualquer instituição internacional conveniada com a Universidade. Todos os semestres, são lançados editais de pré-seleção com o número de vagas disponíveis e documentação a ser enviada. Em caso de aprovação pela universidade parceira, a viagem ocorre no semestre seguinte ao da candidatura, e permite ao aluno aproveitar os créditos cursados durante o intercâmbio após seu retorno à PUCRS. A duração mínima é de um semestre letivo, podendo ser solicitada a prorrogação – cuja aprovação ou não cabe à PUCRS e à instituição parceira.  

Inscrições abertas para o segundo semestre de 2024 

Bruna Santos, estudante de Engenharia Civil, participou do programa em 2023 e foi para a Universidade de Trento, na Itália/ Foto: Arquivo pessoal

Estão abertas as inscrições para o programa de Mobilidade Acadêmica no segundo semestre de 2024, e os novos editais contemplam todas as áreas do conhecimento. No programa, estudantes da PUCRS de todos os cursos de graduação presencial podem escolher entre mais de 60 universidades de destino de interesse para estudar por um semestre, com possibilidade de extensão pelo mesmo período, e os créditos cursados no exterior são validados para a graduação na PUCRS.    

No edital 1, as vagas são destinadas para países como Argentina, Canadá, Estados Unidos, França, Japão, Suécia, Reino Unido e México. Nessa oportunidade, as inscrições vão até o dia 16/02.   

No edital 2, as vagas são para Alemanha, Argentina, Áustria, Bolívia, Chile, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, Itália, México, Peru, Porto Rico, Portugal e Uruguai. Já nessa segunda oportunidade, as inscrições ficam abertas por mais tempo e vão até o dia 18/03 

Acesse os editais aqui. 

Critérios para participar:  

Podem participar estudantes brasileiros matriculados em curso de graduação da PUCRS que já tenham cursado o mínimo de 15% e no máximo de 80% do seu curso poderão participar do processo seletivo. Confira outros requisitos:     

Aluna do curso de Direito, Valentina Bertoni esteve em Mobilidade na Universidade de Coimbra, em Portugal/ Foto: Arquivo pessoal

A PUCRS também oferece outros programas de Mobilidade Acadêmica, como o Brasil France Ingénieur Technologie (BRAFITEC). Neste formato, é promovido o intercâmbio de estudantes de graduação do Brasil e da França na área de Engenharia. Os estudantes brasileiros são financiados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), com bolsa mensal, seguro e passagem aérea. A duração do programa é de dois semestres letivos, e os editais são lançados anualmente. Acesse para conferir os requisitos.   

Há também o Emerging Leaders in the Americas Program (ELAP), que oferece bolsas para estudantes de graduação interessados em estudar no Canadá. O programa busca favorecer o aperfeiçoamento dos recursos humanos de uma nova geração de líderes nas Américas, ao mesmo tempo, em que consolida as relações entre as instituições de ensino superior brasileiras e canadenses. O programa tem duração de um semestre letivo e os editais são lançados anualmente. Veja os requisitos 

Passo a passo para participar da Modalidade Acadêmica  

  1. Aguarde a abertura dos editais, que serão divulgados neste link; 
  2. Assim que o edital abrir, leia-o com atenção. Não esqueça de verificar se seu curso é oferecido na instituição de sua escolha e se você cumpre com os requisitos para a inscrição; 
  3. Será necessário elaborar um plano de estudos. O aluno deve buscar disciplinas compatíveis para cursar na Instituição Conveniada, bem como as respectivas ementas. Esta etapa é realizada com o(a) Coordenador(a) do curso do aluno aqui na PUCRS; 
  4. Encaminhe a documentação necessária. Após o envio por e-mail (mobilidade.out@pucrs.br) dos documentos para inscrição, os alunos participarão das etapas de seleção (caso haja prova ou entrevista). Será divulgado em nossa página os alunos pré-selecionados e suplentes;
  5. Caso seu nome conste na lista de pré-selecionados ou suplentes, confirme interesse na vaga enviando um e-mail para mobilidade.out@pucrs.br, pelo seu e-mail edu.acad, no prazo estabelecido no edital de pré-seleção;
  6. Após confirmação, os alunos receberão da Mobilidade Acadêmica as orientações para a candidatura nas Instituições Conveniadas; 
  7. Submetidas as candidaturas, os alunos devem esperar pelo parecer das Instituições Conveniadas e pela Carta de Aceite, em caso de aprovação. Atenção! A Mobilidade Acadêmica não pode interferir no tempo de resposta e em caso de não aprovação pela instituição parceira; 
  8. Pronto! Após receber a Carta de Aceite, providencie o visto de estudante junto ao consulado do país de destino. Alunos que possuem cidadania favor verificar com a Mobilidade Acadêmica a necessidade de visto de estudos; 

Mobilidade IN: quando o/a estudante vem do exterior   

mobilidade acadêmica

Mobilidade IN recebe alunos estrangeiros na PUCRS/ Foto: Giordano Toldo

Além de oportunizar aos estudantes períodos de estudo fora do país, a PUCRS também recebe estudantes internacionais todos os semestres na mobilidade IN (termo derivado de incoming, que se refere àqueles que entram). A presença dos alunos promove a internacionalização do Campus, permitindo que estudantes da PUCRS tenham contato com culturas e idiomas diferentes. Atividades de integração são pensadas ao longo do semestre para que esses alunos aproveitem ao máximo sua experiência de estudos no Brasil.   

Ao término do período, a PUCRS encaminha à instituição de origem do aluno um Histórico Escolar com as disciplinas e os créditos cursados, além das notas alcançadas no sistema de notas brasileiro. Também oportuniza aos estudantes internacionais experiências de Mobilidade IN de curta duração, a fim de fortalecer a formação profissional e o desenvolvimento técnico e sociocultural.   

Como alunos internacionais podem estudar na PUCRS?  

  1. O aluno deve manifestar o interesse e verificar os requisitos e o processo de seleção no International Office da sua instituição de origem; 
  2. Após selecionado pela instituição de origem, será necessário providenciar os seguintes documentos: formulário de candidatura e plano de estudos preenchidos e assinados, cópia do passaporte e histórico escolar atualizado. O aluno pode encontrar as opções de disciplinas na sessão “Currículo” do site do seu respectivo curso na PUCRS: www.pucrs.br/graduacao/ 
  3. O International Office da instituição de origem deverá enviar os documentos de candidatura por e-mail nos prazos da PUCRS: até 30 de abril para o semestre agosto-dezembro e 15 de outubro para o semestre março-julho; 
  4. Após a submissão dos documentos, o estudante deve aguardar aproximadamente 15 dias corridos para a análise da candidatura e emissão da carta de aceite; 
  5. Após receber a carta de aceite (por e-mail e correio), o aluno deve providenciar o visto de estudante (obrigatório), o seguro-saúde (obrigatório), passagens aéreas, acomodação, etc. 

Estágios internacionais  

A PUCRS oferece a possibilidade de estudantes internacionais realizarem períodos de estágio em algumas das empresas estabelecidas no Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc) ou em empresas parceiras na cidade. Também é possível participar de programas de estágios e pesquisa em laboratórios, grupos e centros de pesquisa dentro dos diversos espaços do Campus com supervisão direta de professores da PUCRS.  

Amigo Universitário  

Se você tem interesse em se aproximar dos/as alunos/as intercambistas durante o período deles na PUCRS, o Programa Amigo Universitário é para você. Organizado pela Mobilidade Acadêmica, setor da Escritório de Cooperação Internacional, com apoio do Núcleo de Apoio Psicossocial do Centro de Apoio Discente, o programa busca gerar essa aproximação, contribuindo para o processo de adaptação sociocultural e integração acadêmica.  

Entre as funções que cabem ao Amigo Universitário estão:   

Estudantes regularmente matriculados nos cursos de graduação e de pós-graduação da PUCRS podem participar do programa. É uma atividade voluntária na qual o estudante da PUCRS e o acadêmico em mobilidade podem trocar ideias, experiências e, de modo especial, aprender sobre a cultura e o idioma de cada um.  

Para ingressar no programa, os alunos devem expressar sua vontade de participar de forma voluntária do programa. A fluência no idioma é dispensável, apesar de ser uma habilidade valorizada na seleção dos candidatos. 

Quero participar da mobilidade acadêmica

Fernanda Morrone, docente da Escola de Ciências e Saúde da Vida da PUCRS, irá atuar como professora visitante na Alemanha. / Foto: Giordano Toldo

A professora e pesquisadora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Fernanda Morrone foi contemplada no Programa Cátedra Tübingen, uma parceria entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a Universidade de Tübingen, por intermédio do Baden-Württembergisches Brasilien- und Lateinamerika-Zentrum. Fernanda conduzirá uma pesquisa na área de Farmacologia, com abordagem multidisciplinar, que investiga o efeito de moléculas inibidoras de proteínas quinase na resposta de tumores cerebrais à radioterapia. A pesquisadora acredita que seu trabalho pode resultar em novas estratégias de tratamento para os tumores, baseadas na descoberta de alvos terapêuticos. 

Fernanda explica que o Centro Tübingen para Descoberta e Desenvolvimento Acadêmico de Medicamentos (TüCAD2) é reconhecido como um centro de excelência na descoberta acadêmica de fármacos. “Acredito que essa experiência será um marco significativo em minha carreira de pesquisadora, proporcionando aprendizado, colaborações internacionais e contribuindo para o avanço da ciência no Brasil”, celebra.  

Para a pesquisadora, a bolsa concedida pelo Programa Tübingen Cátedra em Farmácia e Farmacologia representa uma oportunidade única para aprimorar e expandir as pesquisas e as colaborações nestas áreas.  

“A natureza interdisciplinar da proposta é particularmente empolgante, permitindo também a participação e mobilidade de outros docentes e alunos dos Programas de Pós-Graduação da PUCRS em projetos de pesquisa”, completa. 

Parceria consolidada 

As atividades na Universidade de Tübingen estão previstas para ter início em março deste ano, e a pesquisadora mantém uma forte colaboração com a instituição alemã, tendo publicações em parceria nas áreas de farmacologia e química medicinal. A parceria com o Centro Tübingen para Descoberta e Desenvolvimento Acadêmico de Medicamentos (TÜCAD2), liderado pelo professor e pesquisador Stefan Laufer, é especialmente importante, considerando sua vasta experiência na pesquisa e desenvolvimento de fármacos.  

“O TÜCAD2 é reconhecido como um centro de excelência na descoberta acadêmica de fármacos. Essa colaboração fortalecerá os laços internacionais entre as Universidades, promovendo avanços significativos na pesquisa, especialmente nas áreas cruciais de oncologia e doenças inflamatórias”, adiciona Fernanda. 

Sobre a pesquisadora 

Graduada em Farmácia pela Universidade Católica de Pelotas, mestrado e doutorado em Ciências Biológicas (Bioquímica) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, atualmente é bolsista de Produtividade do CNPq, professor titular da Escola de Ciências da Saúde da PUCRS, onde ministra as disciplinas de Farmacologia e Farmácia Clínica. É membro da Sociedade Brasileira de Farmacologia Terapêutica e Experimental e membro do Clube Brasileiro de Purinas. É consultora e revisora de periódicos científicos nacionais e internacionais e atua como consultor de várias instituições. Tem experiência na área de Farmacologia, com especial interesse no estudo do sistema purinérgico, ATP, receptores purinérgicos e radioterapia em gliomas, e outros tipos de câncer. 

Leia também  

Aury Lopes Jr

Aury Lopes Jr atua como professor na Escola de Direito da PUCRS. / Foto: Giordano Toldo

O Estado brasileiro está sendo julgado na Corte Interamericana de Direitos Humanos no Caso da Silva pelas violações dos direitos à integridade pessoal (art. 5 da Convenção Americana), às garantias judiciais (art. 8) e à proteção judicial (artigo 25). O país pode, ou não, ser condenado pela violação de Direitos Humanos em relação à morte do trabalhador rural Manoel Luiz da Silva, ocorrida em um conflito agrário em 1997. Uma audiência pública de instrução e julgamento, na sede da Corte em San José da Costa Rica, está marcada para às 9h (horário local) do dia 8/2 e será transmitida ao vivo pelo YouTube.  

Neste dia serão ouvidas testemunhas indicadas pelas partes e o perito Aury Lopes Júnior, professor titular do Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais da PUCRS (PPGCCrim), autoridade em Direito Processual, que foi indicado pelo Estado para depor sobre o ordenamento penal e processual penal brasileiro, em particular as normas e a jurisprudência sobre concurso de pessoas, garantias penais e regras de citação. 

O docente da Escola de Direito da PUCRS, que é autor de uma série de obras jurídicas sobre o direito processual penal, comparecerá na qualidade perito técnico indicado pelo Brasil. Aury fará uma explicação do funcionamento do sistema judicial brasileiro, analisando o funcionamento dele no caso concreto e submetendo-se aos questionamentos dos membros da Corte e das partes envolvidas no caso.  

O professor destaca que a convocação e a experiência são de extrema importância porque destacam a relevância não apenas de sua trajetória, mas do PPGCrim e do ensino de Direito na PUCRS: 

“É uma experiência muito importante por ser um julgamento numa Corte Internacional de Direitos Humanos, que é uma das temáticas que trabalhamos na graduação e na pós-graduação da PUCRS. O Brasil está submetido à Corte Interamericana e ao Pacto de São José da Costa Rica e já foi julgado em outros casos, inclusive condenado. A primeira condenação do Brasil por violação de direitos humanos foi no caso Damião Ximenes Lopes. Então, agora nós temos mais um momento importante, pois esses julgamentos acabam refletindo, em caso de uma condenação, por exemplo, em mudança de postura do país em relação à eficácia de direitos humanos e direitos fundamentais”, destaca.  

Sobre o caso específico, explica que uma pessoa foi morta em um conflito agrário e a família entende que não houve um julgamento devido e que não houve a tutela dos direitos da vida, além de o processo ter demorado demais.

“Existiu uma investigação, existiu um processo e os suspeitos foram acusados, julgados e, no final, absolvidos. Então, o Brasil entende que cumpriu seu papel fazendo um devido processo. Qual é o meu papel nisso tudo? Eu estou sendo enviado como um perito no funcionamento do sistema judiciário. Vou lá como professor, técnico, para explicar para a corte como é que funciona o processo penal brasileiro e, especificamente, fazer uma avaliação se, neste caso, o processo se desenvolveu de forma correta, se o Brasil fez um julgamento justo”, ilustra.

Em caso de condenação pela Corte, o Estado brasileiro poderá ser obrigado a indenizar os familiares da vítima, bem como implantar diversas medidas tendentes a melhoria do funcionamento do sistema de justiça e também de políticas públicas de prevenção e apuração da violência agrária, combate à impunidade e efetivação da reforma agrária, entre outras.  

Entenda o caso 

Em 19 de maio de 1997, no município de São Miguel de Taipu (Paraíba), o trabalhador rural e membro do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Manoel Luiz da Silva foi morto com um tiro em um conflito agrário. Três pessoas estariam diretamente envolvidas na morte do trabalhador rural, sendo que duas delas foram identificadas, acusadas e julgadas no tribunal do júri. O processo tramitou por 16 anos, sendo ambos os acusados absolvidos. Um deles foi submetido a dois julgamentos pelo tribunal do júri. O último julgamento no júri foi em primeiro de dezembro de 2009, tendo havido recursos para o Tribunal de Justiça e a decisão absolutória transitou em julgado em 22/11/2013.  

Os familiares da vítima, através da Comissão Pastoral da Terra da Paraíba, da ONG Centro pela Justiça Global e a Dignitatis, denunciaram o Brasil para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (etapa prévia e de admissibilidade), que em 28 de setembro de 2019 emitiu Relatório admitindo a denúncia, entendendo ter havido negligência do Estado brasileiro na investigação e julgamento, denegação de justiça, além da demora excessiva na tramitação do processo. Para os reclamantes, houve omissão da autoridade policial na investigação, que prejudicou a responsabilização dos autores do crime, havendo impunidade. Alegam ainda, que o Estado é responsável pela violação do direito à integridade psíquica e moral dos familiares da vítima. 

O professor da Escola de Direito destaca que a experiência vivenciada será histórica e que será, posteriormente, incorporada às aulas da graduação e da pós-graduação na PUCRS.

“Eu compartilho as minhas experiências com estudantes e esta será mais uma delas, um ganho em sala de aula e também para o constante processo de internacionalização da Universidade. Estou indo lá como professor doutor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais, essa é a titulação, é a qualificação que está me levando até lá”, afirma.  

Leia também:

A capacitação aconteceu entre os dias 15 e 19 de janeiro. / Foto: Giordano Toldo

Entre os dias 15 e 19 de janeiro a PUCRS ofertou o curso Enfoque cognitivo, socioemocional y metodológico de la Educación Superior para docentes da Universidad Marcelino Champagnat (UMCH), localizada em Lima no Peru. A formação foi realizada por meio de atuação conjunta entre a Coordenadoria de Internacionalização do Stricto Sensu da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Propesq) e a Diretoria de Educação Continuada da Pró-Reitoria de Graduação e Educação Continuada (Prograd). 

O grupo foi acolhido pelo vice-reitor da Universidade, Ir. Manuir Mentges, que no primeiro dia do curso lhes deu as boas-vindas e apresentou a Universidade. Na ocasião, ele também manifestou a importância da vivência da comitiva peruana na PUCRS para o aprimoramento de ações educativas no nível da graduação e da pós-graduação, bem como para a prospecção das próximas ações conjuntas. 

O programa fundamentou-se em capacitar os participantes a aplicarem práticas pedagógicas atualizadas que conectem educação, tecnologia, gamificação, considerando questões neurocognitivas, linguísticas e socioemocionais a partir de evidências das neurociências. O curso foi ministrado por sete professores da PUCRS, de diferentes áreas do conhecimento: Karen DelRio Szupszynski, Aline Fay, Asafe Cortina, Francisco Kern, Bettina Steren e Luis Carlos Martins. 

Dentre as diferentes temáticas abordadas, os participantes puderam compreender sobre estudos dos elementos cognitivos e metacognitivos fundamentais para a aprendizagem no ensino superior; examinar paradigmas de ensino e de aprendizagem; estudar diferentes procedimentos técnicos para organização do ensino com a intenção de uma prática pedagógica instigante, crítica, emancipatória e humanizadora. Os participantes peruanos são professores de graduação e pós-graduação de diversas áreas, além de estudantes de pós-graduação e de egressos da UMCH. 

A coordenadora de Internacionalização do Stricto Sensu da Propesq, Lilian Hubner, explica que o curso foi organizado a partir de uma solicitação da coordenação dos programas de pós-graduação da UMCH para oferecer ao seu quadro de professores e estudantes a atualização pedagógica.  

Foi uma semana de práticas intensas, pautadas em aprofundado conhecimento teórico oferecido pelos nossos docentes, além de visitas a importantes setores da nossa Universidade que dão suporte às nossas práticas de docência e de pesquisa. Foi possível igualmente prospectar parcerias de pesquisa entre nossos cursos de Pós-Graduação e a UMCH”, destaca.  

Além de diversas discussões, aprendizados e apresentações, os docentes puderam explorar e conhecer alguns espaços da PUCRS, como o IDEAR, Crialab, Centro de Apoio Discente, Museu de Ciência e Tecnologia, Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) e a Escola de Humanidades. Essa oportunidade também gerou maior aprofundamento dos laços já existentes entre as universidades, expandindo as possibilidades de colaboração, desenvolvimento de pesquisas e práticas de ensino. 

Sobre a Universidad Marcelino Champagnat 

A UMCH é uma universidade com aproximadamente 2.000 alunos e em 2019 recebeu a certificação da Superintendência Nacional de Educação Superior Universitária, juntando-se à seleta lista de universidades peruanas com eximia qualidade acadêmica. Além disso, a universidade, como a PUCRS, faz parte da Rede Marista Internacional de Instituições de Ensino Superior, agregando 27 diferentes organizações com o objetivo de criar conexões de sinergia e atuar em seus espaços de missão. 

Leia também:

Reunir profissionais de diversas áreas do conhecimento, com diferentes talentos e habilidades, para um momento imersivo de colaboração é um dos objetivos do Seminário de Desenvolvimento Institucional da PUCRS. O encontro, que ocorre nos dias 21, 22 e 23 de fevereiro, marca o início do semestre para docentes e técnicos da Universidade.  

A programação deste ano está superespecial: no dia 21, na parte da manhã, os/as convidados/as serão acolhidos/as com uma fala da Reitoria e com três palestras sobre identidade, inovação e impacto. Apresentado pelo pró-reitor de Identidade Institucional, Ir. Marcelo Bonhemberger, o Talk Show Missão Educativa Marista na Educação Superior tem o objetivo de proporcionar uma conversa interativa entre lideranças, para que cada vez mais compreendam, apliquem e transmitam na PUCRS as ideias básicas acerca da missão marista na educação superior.  

Ministradas por painelistas convidados – Santiago Uribe, assessor do Pacto Alegre, Fernanda Bombardi, vice-diretora do Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), e Rui Oppermann, diretor de Relações Internacionais da Capes e responsável pelo edital de Extensão e Impacto. As palestras buscam proporcionar aos docentes e técnicos uma visão abrangente sobre programas e práticas que articulam políticas extensionistas de engajamento e impacto na sociedade. 

Ainda no dia 21, no turno da tarde, acontece uma série de visitas em algumas unidades que compõem a PUCRS, como a Central de Resíduos, a Igreja Universitária Cristo Mestre, a PUCRS Online, Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR), o Tecnopuc, o Instituto do Cérebro (InsCer) e o Labelo. Já no dia 22, o dia será repleto de oficinas para professores e técnicos, ministradas pelos próprios colaboradores da universidade. No dia 23, a programação é exclusiva para os professores e acontece diretamente nas escolas.    

Confira a programação: 

Local: Centro de eventos 

9h às 9h30: café da manhã de boas-vindas 

9h30 às 9h50: abertura, seguida de Bênção do Capelão e apresentação cultural 

9h55 às 11h30: fala da Reitoria e Talk Show sobre Missão Educativa Marista na Educação Superior 

12h às 14h: intervalo  

14h às 16h: Palestras sobre Inovação e Impacto Social 

16h30 às 18h: Visitas guiadas  

Público participante: docentes e técnicos convidados  

Local: Unidades envolvidas  

Público participante: docentes  

Local: Escolas  

Acesse a programação completa:

LEMBRE-SE:  

Não esqueça de confirmar sua inscrição! Lembrando que será entregue um certificado de participação a todos/as que se inscreverem e realizarem check-in no dia do evento.

inscreva-se aqui

Fortalecer a educação é fortalecer o nosso futuro. E para continuar promovendo ainda mais a profissionalização da área, a PUCRS oferece, conforme previsto no edital 66/2021, do Ministério da Educação, bolsas integrais remanescentes para cursos de licenciatura em Pedagogia, Letras – Língua Portuguesa e Ciências Biológicas, incentivando o desenvolvimento de novos talentos e ampliando as oportunidades.

Quem pode participar?    

No ato da matrícula, é preciso comprovar o vínculo com uma instituição. As bolsas previstas no Edital são válidas somente para ingresso no curso no primeiro semestre de 2024, conforme calendário acadêmico da PUCRS. 

Como faço para me inscrever?   

As inscrições são gratuitas e deverão ser realizadas somente de forma presencial, mediante entrega dos documentos exigidos no Edital, junto ao Núcleo de Serviços da Coordenadoria de Registro Acadêmico, localizado no térreo do prédio 15, na Central de Atendimento ao Aluno da PUCRS, de 1º a 23 de fevereiro de 2024, das 8h às 20h. O processo de ingresso será exclusivamente via transferência. Os documentos referentes às normas para os cursos de bolsas licenciaturas podem ser conferidos no edital.   

Compromisso com o incentivo à educação   

A PUCRS, por meio de uma rede formada com Universidade La Salle (Unilasalle) e a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), está entre as selecionadas por meio do edital 66, do Ministério da Educação (MEC). Os currículos contemporâneos, com forte caráter interdisciplinar e com inserção no ambiente escolar do primeiro ao último semestre dos cursos oferecidos pelas Instituições foram significativos para a escolha das universidades.    

O projeto, aprovado pelo MEC, contou com o incentivo das Secretarias de Educação do Estado do Rio Grande do Sul e dos municípios de Porto Alegre e Guaíba, por meio de cartas de apoio, estabelecendo o compromisso de estimular seus docentes, sem formação superior, a participarem do processo.  

Os cursos de licenciaturas são presenciais, contando também com disciplinas online e práticas desde o início do curso, que devem ser realizadas na rede pública ou conveniada. Todos os/as candidatos/as ao edital, no momento da matrícula, devem se comprometer a completar o curso em 4 anos.  

A PUCRS também disponibiliza aos estudantes consultoria de carreira, orientação psicossocial, escuta e acompanhamento gratuitos. Além disso, a Universidade conta com programas de pesquisa e internacionalização. Conheça todos os diferenciais 

Serviço  

Bolsas para licenciaturas na PUCRS:

As bolsas de licenciatura PUCRS 2024 estão previstas no edital número 66/2021 do Ministério da Educação que visa a implementação do Programa Institucional de Fomento e Indução da Inovação da Formação Inicial Continuada de Professores e Diretores Escolares.  

SAIBA MAIS SOBRE AS BOLSAS LICENCIATURA

As inscrições podem ser realizadas até o dia 15 de fevereiro de 2024 / Foto: Concordia University of Edmonton/Divulgação

Estão abertas as inscrições para o novo edital de mobilidade acadêmica Emerging Leaders in The Americas Program (ELAP). O programa oferece a oportunidade para estudantes da graduação presencial da PUCRS cursarem um semestre da graduação em uma universidade canadense, com possibilidade de obtenção de bolsa de estudos. Neste edital, há vaga para a Concordia University of Edmonton, e os interessados deverão enviar a documentação até às 14h do dia 15 de fevereiro de 2024.  

A pré-seleção de candidatos e candidatas às vagas oferecidas para este edital, bem como o aceite pela instituição canadense, não garantem a obtenção da bolsa ELAP. O edital em andamento consiste em uma pré-seleção para uma posterior inscrição. Caberá ao programa ELAP a decisão pela distribuição das bolsas.   

Sobre a bolsa ELAP 

O ELAP oferece bolsas que cobrem um semestre letivo para estudantes que tenham interesse em estudar no Canadá, e o valor da bolsa de estudos é 8.200 dólares canadenses. Estas bolsas serão administradas pelas instituições canadenses anfitriãs e destinam-se a cobrir despesas com transporte aéreo, visto para o Canadá, seguro-saúde, livros, equipamentos e despesas com moradia. Enquanto estiverem no Canadá, os/as bolsistas devem permanecer vinculados à PUCRS. 

Dúvidas e mais informações   

Para acessar o edital completo, com os requisitos, documentação e etapas da seleção acesse este link. Em caso dúvidas sobre o processo e possibilidade de obtenção da bolsa de estudos, entre em contato pelo e-mail mobilidade.out@pucrs.br ou pelo telefone (51) 3320-3660. 

leia mais

Eleições dos Estados Unidos
As eleições presidenciais nos Estados Unidos já começaram, mas há um longo caminho a ser percorrido até o resultado do pleito. / Foto: Giordano Toldo

A democracia representativa faz com que países como Brasil, Índia, Reino Unido e Estados Unidos realizem eleições periódicas para escolher novos representantes da nação ou manter aqueles que já estão no poder. Apesar de 2024 ser um ano de eleições em vários países (no Brasil, elas são municipais e acontecem em outubro), a que gera a maior impacto no mundo e nas relações internacionais é a norte-americana. O pesquisador da Escola de Humanidades da PUCRS, Augusto Neftali Corte de Oliveira, que está atuando como professor visitante na Université Libre de Bruxelles, explica que o mundo todo está de olho nesta disputa eleitoral.  

“O mundo todo espera o resultado da eleição americana, especialmente no caso de uma disputa polarizada com candidatos com pautas tão diferentes quanto Joe Biden (Democrata) e Donald Trump (Republicano). No momento estou na Bélgica como professor visitante e a eleição dos Estados Unidos é uma preocupação central no meio acadêmico e entre interlocutores da União Europeia”, explica o docente, que é cientista político.  

Neste ano, o dia da eleição acontece no dia 5 de novembro (terça-feira), mas a disputa eleitoral começou no dia 15 de janeiro, com as eleições primárias e os caucus. Mas como este sistema funciona? Como o presidente é realmente escolhido? O que são eleições primárias, caucus, delegados e colegiados? Para entender este cenário complexo do sistema eleitoral dos Estados Unidos, conversamos com o professor Augusto Neftali. Confira! 

Eleições primárias e caucus: qual a diferença? 

Antes de as pessoas decidirem entre dois candidatos para a presidência dos Estados Unidos, acontecem as eleições primárias e os caucus. Tanto as primárias como os caucus são formas democráticas pelas quais os partidos políticos dos EUA decidem quem serão seus candidatos nas eleições, visto que as decisões são tomadas por cidadãos interessados e não pelas cúpulas partidárias. 

As primárias são eleições normais, nas quais os eleitores comparecem em filas para depositarem votos em uma urna. Nos caucus também ocorrem votações, mas precedidas de assembleias entre os eleitores. Como participar de um caucus é mais trabalhoso do que participar das eleições primárias, os caucus restringem o número de participantes e favorecem o comparecimento de pessoas mais interessadas na política. O professor Augusto Neftali explica que quem decide o sistema (de primárias ou caucus) não é apenas o partido, mas sim a legislação de cada estado e cada um dos 50 estados e alguns territórios podem realizar primárias, caucus ou os dois sistemas. 

“Isso acaba tornando o sistema muito diversificado. Atualmente existe a tendência em alguns estados de aprovarem legislação para favorecer as primárias e não os caucus. Quem vota nas primárias também muda de estado para estado. Em alguns casos, apenas os eleitores registrados em um partido podem participar da primária ou do caucus (no partido em que é registrado). Outras primárias são abertas, ou seja, todos os cidadãos podem participar da primária republicana e da democrata”. 

Quem são os delegados nas eleições prévias e qual a sua importância na eleição? 

Eleições dos Estados Unidos, bandeira dos Estados Unidos
Para ganhar a eleição e ser nomeado presidente dos Estados Unidos, o candidato precisa ter o apoio de no mínimo 270 eleitores no colégio eleitoral. / Foto: Pxhere

Nas primárias e caucus, o eleitor escolhe qual pré-candidato prefere que o partido indique para a eleição geral. Essas preferências são traduzidas em delegados, que irão participar da convenção nacional de cada partido que são encarregados de votar no nome do pré-candidato que recebeu apoio dos eleitores. A escolha desses delegados varia entre partidos e estados, mas eles podem ser membros ativos do partido, líderes partidários, cidadãos comuns. Também existem os superdelegados, que não são eleitos e possuem um peso maior no Partido Democrata. Os delegados reunidos nas convenções nacionais dos partidos Democrata e Republicano escolherão os candidatos oficiais de cada agremiação à presidência. 

Como funciona a eleição final e o colégio eleitoral?  

O colégio eleitoral é formado por 538 eleitores. O colégio eleitoral elege o presidente dos Estados Unidos, depois das eleições gerais que ocorrem simultaneamente em todos os 50 estados da federação e no Distrito de Colúmbia. A eleição presidencial no Brasil é direta, ou seja, cada voto é contado diretamente para definir o resultado. Nos Estados Unidos a eleição é indireta: os eleitores escolhem o colégio eleitoral e é o colégio eleitoral que elege o presidente.  

Com exceção do Nebraska e do Maine, a eleição norte-americana adota a prática “Winner takes all” (o vencedor leva tudo), na qual o candidato com maioria de votos fica com todas as vagas relativas ao estado. . Ou seja, o candidato que fizer mais votos na Califórnia conquista todas as 55 vagas do estado no colégio eleitoral. Augusto Naftali explica que isso faz com que exista uma eleição diferente em cada estado.  

“Sendo assim, existem 51 diferentes eleições com resultados independentes em cada estado e é a justaposição desses resultados que forma o colégio eleitoral e escolhe o presidente dos Estados Unidos.” 

Para ganhar a eleição e ser nomeado presidente dos Estados Unidos, o candidato precisa ter o apoio de no mínimo 270 eleitores no colégio eleitoral. Na eleição de 2020, Joe Biden conquistou 306 eleitores enquanto Donald Trump ganhou 232. 

Democratas, Republicanos e Swing States 

Nas eleições dos EUA existem dois tipos de estados: aqueles que são sólidos do Partido Democrata e os que são sólidos do Partido Republicano. Existe, também, uma terceira categoria, chamada swing states, que representam estados competitivos em que os dois partidos têm chances de ganhar. 

Os estados da Califórnia e Nova Iorque são dois estados sólidos do Partido Democrata, nos quais uma vitória republicana é muito pouco provável.  Já o Partido Republicano é sólido em pequenos estados e no Texas, por exemplo. Os partidos políticos acabam não investindo muito nesses estados durante a campanha eleitoral, pois é muito difícil ultrapassar o partido dominante.  O professor Augusto explica ainda que durante a eleição o investimento partidário se concentra nos swing states, pois é neles que a eleição é definida. 

“Nestas eleições os principais swing states devem ser os do “cinturão da ferrugem” – Michigan, Pensilvânia e Wisconsin. Eram estados favoráveis ao Partido Democrata, mas desde a eleição de Donald Trump, em 2016, tornaram-se estados competitivos. Georgia e Arizona são outros estados que podem ser decisivos em 2024. Alguns estados tornaram-se menos competitivos nos últimos anos, como Flórida e Ohio, nos quais uma vitória democrata tornou-se menos factível. O Texas, que tem um peso muito importante no colégio eleitoral, costuma ser disputado pelo Partido Democrata, mas tem se mantido solidamente republicano.”

Dia da eleição 

Eleição dos Estados Unidos
Cada estado norte-americano define o seu próprio sistema de votação e contagem dos votos. / Foto: Pexels

O dia da eleição nos Estados Unidos acontece sempre na primeira terça-feira depois do dia primeiro de novembro e, em 2024, será no dia 5. No entanto, os cidadãos têm a possibilidade de votar antecipadamente, como explica o professor de Relações Internacionais da PUCRS e, cada estado dos EUA, pode definir quais as regras dessa votação (que tem o mesmo peso daquelas que são feitas no dia 5 de novembro). 

“Alguns estados podem adotar formas de votação antecipada, por exemplo, pelo correio ou por meio de urnas instaladas em espaços públicos nos quais os eleitores podem depositar os votos antes do dia da eleição. O peso do voto é o mesmo. Cada estado possui suas próprias regras sobre a forma e os prazos nos quais esses votos antecipados podem ser aceitos. A prática existia anteriormente, mas foi difundida em função da pandemia de Covid-19. A votação por correspondência trouxe complexidade adicional para as eleições nos Estados Unidos.”  

Contagem de votos e nomeação presidencial  

Nos Estados Unidos, cada estado define o seu próprio sistema de votação e contagem dos votos. Existem estados que empregam urnas eletrônicas e outros a votação manual em cédulas de papel. A contagem também pode ocorrer manualmente, por leitura humana, ou pode empregar alguma automatização.  

“Este sistema gera muita preocupação e insegurança, pois alguns estados demoram para divulgar os resultados. Como recontagens também são frequentes, alguns estados podem demorar semanas para divulgar os resultados oficiais finais”, salienta o professor.   

Conforme os resultados das sessões vão sendo divulgadas pela Justiça, a imprensa começa a projetar o vencedor. O anúncio final será feito apenas no dia 6 de janeiro do próximo ano pela vice-presidente Kamala Harris e o candidato escolhido toma posse no dia 25 de janeiro de 2025. 

O impacto da eleição nos EUA e no mundo 

Como a eleição começa com as primárias em janeiro e só termina em novembro, todo o processo eleitoral impacta diretamente na vida da sociedade norte-americana e também em outros países da Europa e América Latina.

“O resultado da eleição possui um grande e profundo impacto sobre o governo, a sociedade e a economia do país. Portanto, é natural que os grupos de interesse se mobilizem para apoiar e financiar as candidaturas preferidas”, finaliza o professor.  

Repositório institucional da Biblioteca Central Ir. José Otão abriga a pesquisa científica e acadêmica da Universidade/ Foto: Bruno Todeschini

Muito além do ensino, a pesquisa acadêmica e científica também é um dos pilares fundamentais de uma universidade. E tão importante quanto os resultados destas pesquisas é o armazenamento e a disponibilização deles para que o conhecimento produzido esteja a serviço dos mais diferentes desafios da sociedade. Para isso, a Universidade possui uma plataforma especialmente destinada a este fim: o Repositório Institucional da PUCRS. Clarissa Selbach, bibliotecária responsável pelo Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca Central Ir. José Otão, explica que se trata de um ambiente de armazenamento digital de acesso aberto que abriga e organiza a produção acadêmica, científica e cultural gerada.  

“A ferramenta possui arquivos digitais de artigos, trabalhos em anais, livros, capítulos de livro, teses, dissertações e os documentos institucionais de cunho público produzidos e selecionados pela Administração Superior da PUCRS como, por exemplo, estatutos, anuários, relatórios, entre outros”, explica ela.

O que um material precisa para entrar no repositório? 

O volume de conteúdo armazenado no repositório não é pouco: atualmente, a plataforma possui mais de 60 livros em texto completo, dez mil teses e dissertações defendidas nos Programas de Pós-Graduação (PPGs) da PUCRS, 500 capítulos de livros, nove mil artigos de periódicos e 3.500 trabalhos publicados em eventos. No entanto, há alguns requisitos necessários para que um material seja incluído no repositório: 

Qual a importância de um repositório institucional? 

O repositório é uma possibilidade de garantir a preservação da memória da produção acadêmica e científica da Universidade em formato digital, por tempo indeterminado. Além disso, é um ambiente seguro e controlado, independentemente de término de vínculo do autor com a instituição ou extinção da área de atuação. O software do repositório garante a estabilidade dos trabalhos, tornando a citação a ele tão confiável quanto um jornal acadêmico.  

Clarissa destaca que o repositório é fundamental para uma instituição como a PUCRS, em termos de visibilidade e acessibilidade, pois os trabalhos são disponibilizados de forma on-line e com acesso aberto, permitindo que sejam facilmente encontrados por meio de ferramentas de busca e bases de dados (no Google Scholar, por exemplo), contribuindo para a utilização destas informações pela comunidade

“Nossa ideia é fomentar esta ferramenta para que os professores e pesquisadores disponibilizem seus trabalhos em acesso aberto para que possamos incluir no Repositório. Quanto mais trabalhos publicados nele, melhor também a posição da PUCRS em rankings universitários. São diversos benefícios para a pesquisa acadêmica e a comunidade científica no geral”, pontua Clarissa.

Leia mais