Nova pesquisa do PUCRS Data Social aponta os afazeres domésticos como principal motivo de afastamento das mulheres do mercado de trabalho/ Foto: Envato
A mais recente análise do PUCRS Data Social: Laboratório de Desigualdades, Pobreza e Mercado de Trabalho, intitulada “Levantamento Sobre Gênero, Trabalho e Parentalidade no Rio Grande do Sul”, aponta que, no Rio Grande do Sul, 19,7% das mulheres em relações conjugais com idade entre 25 e 50 anos estão fora do mercado de trabalho, sendo que 13,4% se afastam em função da demanda de tarefas domésticas, como cuidar dos filhos, de outros dependentes ou dos afazeres domésticos. Ou seja, o motivo que faz 68,3% das mulheres estarem fora do mercado é o trabalho doméstico. Entre os homens no mesmo recorte, por sua vez, apenas 2,6% não participam do mercado de trabalho, sendo que somente 0,3% se afastam em função de tarefas domésticas.
Tamanha diferença se torna ainda mais marcante quando olhamos apenas para famílias com filhos. Entre as famílias gaúchas com filhos de até seis anos, 25,9% das mulheres, chefes de família ou cônjuges, estão fora do mercado de trabalho. Entre os homens, somente 1,6%. E mesmo analisando somente famílias cujos filhos têm entre seis e quinze anos – ou seja, em uma faixa etária mais elevada –, a diferença é significativa: enquanto apenas 4,2% dos homens não participam do mercado de trabalho, entre as mulheres essa proporção chega a 18,5%.
A fonte de dados é da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio Contínua, em sua versão trimestral. O recorte utilizado inclui pessoas de referência no domicílio e cônjuges, em relações heterossexuais, com idade entre 25 e 50 anos, no 4º trimestre de cada ano estudado.
“Os resultados expressam, primeiro, a marcante divisão do trabalho doméstico, em especial no que se refere ao cuidado com os filhos, pelo qual as mulheres são tidas como responsáveis. E, em segundo, o resultado substantivo disso na redução da participação dessas mulheres no mercado de trabalho”, diz o professor Andre Salata, coordenador do PUCRS Data Social e um dos autores do estudo.
Essas constatações ficam muito evidentes quando se compara a participação de homens e mulheres no mercado de trabalho, de acordo com o número de filhos. Entre os casais sem filhos, 2,3% dos homens estão fora do mercado de trabalho, e 14,8% das mulheres. Quando consideramos apenas casais com um filho, 3% dos homens não trabalham nem procuram emprego, contra 18,9% das mulheres. Quanto a casais com três ou mais filhos, 36,6% das mulheres e somente 4,8% dos homens estão fora do mercado de trabalho.
Mulheres negras sofrem ainda mais desvantagens no âmbito do trabalho do que as mulheres brancas/ Foto: Envato
“Os dados mostram que, em relação às mulheres, há um claro aumento na proporção daquelas que estão fora do mercado entre famílias com mais filhos. O mesmo, no entanto, não ocorre entre os homens, cuja participação pouco varia em função do número de filhos. Isso é, em alguma medida, resultado da ideia de que cabe mais às mulheres do que aos homens cuidar dos filhos”, diz a professora Izete Pengo Bagolin, pesquisadora do PUCRS Data Social.
O levantamento traz ainda dados sobre desigualdades raciais, e mostra que mulheres gaúchas negras parecem sofrer mais desvantagens que as brancas nesse âmbito. Entre as mulheres brancas, 12,8% estão fora do mercado de trabalho por motivos domésticos. Já entre as negras, a proporção era de 16,8% no quarto trimestre de 2023. Além disso, os dados evidenciam que, independentemente no número de filhos ou da idade deles, a taxa de mulheres negras fora do mercado de trabalho é sempre maior que a de mulheres brancas.
Segundo Ely José de Mattos, pesquisador do PUCRS Data Social, mulheres negras estão sobrerepresentadas nos estratos mais baixos da população. “Em virtude disso, estamos falando de famílias com menos recursos para pagar babás ecreches. Ou seja, é esperado que entre mulheres negras o fardo do trabalho doméstico seja ainda maior, conforme mostram os dados”, pontua.
Por fim, o estudo traz uma comparação entre as unidades da federação. Apesar dos preocupantes dados acima mencionados, o Rio Grande do Sul possui a menor taxa de mulheres fora do mercado de trabalho (13,4%). No Acre, estado com a maior taxa, a proporção chega a 38,1%. Em São Paulo está em 17,2%, e no Rio de Janeiro em 20,8%.
“Essas proporções estão correlacionadas com o nível socioeconômico das unidades da federação. Em estados mais ricos, as famílias têm mais recursos para pagar pelo trabalho doméstico, fazendo a pressão sobre as mulheres cair um pouco. Mesmo assim, os dados continuam preocupantes, como no caso do Rio Grande do Sul”, conclui Salata.
Rosalia Barili (geóloga), Lennon Class (químico), Filipe Albano (engenheiro de produção) e Rafaela Caron (nutricionista). / Foto: Divulgação
A presença em um ecossistema de inovação possibilita um mindset voltado a gerar novas soluções a partir do encontro e da colaboração entre diferentes áreas. Exemplo disso é a análise cristalográfica de cálculos renais, o novo serviço do Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) da PUCRS, com sede no Tecnopuc. O serviço tem o objetivo de apoiar médicos, nutricionistas e pacientes a tratar e prevenir cálculos renais.
Saber quais minerais compõem os cálculos renais de cada paciente é uma informação importante para a tomada de decisões clínicas, a prevenção de recorrências e o tratamento das pessoas que enfrentam esse problema. Foi ao ver laudos que médicos recebem de análises de cálculos renais que o engenheiro de produção, Filipe Albano, que é também gerente da qualidade do IPR e professor da Escola Politécnica da PUCRS, teve a ideia que deu origem ao novo serviço.
“Os cálculos renais são minerais e, por isso, têm relação com o que fazemos aqui no IPR, com nossos equipamentos e tecnologias”, conta Filipe. “Sabendo disso, levei a ideia para equipe do nosso Laboratório de Caracterização de Rochas, coordenado pela geóloga Rosalia Barili da Cunha, que aceitou o desafio”.
O médico nefrologista e clínico geral Giovani Gadonski, chefe do serviço de clínica médica do Hospital São Lucas, professor adjunto e agente de Inovação da Escola de Medicina da PUCRS explica que investigar o que causa os cálculos renais, especialmente em pessoas que apresentam quadros repetidos, é importante. “A análise dos cálculos permite descobrir quais os minerais específicos estão envolvidos no processo, o que possibilita orientar o tratamento para que eles não voltem a ser formar, seja por meio de dieta, hábitos e até medicações que serão guiadas a partir dessa análise”. Gadonski alerta, ainda, que além da intensidade da dor, as pedras podem causar complicações, como infecções e piora do funcionamento dos rins, reforçando a necessidade de entender como prevenir um novo episódio.
A análise do cálculo renal é realizada no Difratômetro de Raios-X (DRX) do IPR, método utilizado para análise mineralógica e cristalográfica. Assim como o DRX, o Laboratório de Caracterização de Rochas, acreditado pela ISO/IEC 17025, conta com equipamentos de ponta e equipe especializada, composta por geólogos e químicos.
“Quando submetemos o cálculo renal à radiação não ionizante, parte dessa radiação é absorvida e outra parte difratada. Os padrões de difração resultantes são expressos como picos com posições e intensidades variáveis. Essas posições variam conforme a estrutura cristalina da amostra e, por sua vez, refletem sua composição química e volume das diferentes fases, possibilitando a identificação e quantificação dos minerais que compõem aquele cálculo”, explica Rosalia.
Foto: Giordano Toldo
A especialista conta, ainda, que esse tipo de análise pode ser aplicado a quaisquer materiais que apresentam cristalinidade e, por isso, a técnica pode ser utilizada para apoiar no tratamento de outras condições, como cálculos biliares e de vesícula, além de ajudar a identificar e de biominerais associados a nódulos.
Médicos, nutricionistas e pacientes que contratarem o serviço receberão um laudo contendo a imagem da pedra em microscópio e a identificação de todos os minerais que estão em sua composição. Com isso, poderão traçar uma estratégia para prevenir, por meio da alimentação, por exemplo, a formação de novos cálculos renais, além de direcionar o melhor tratamento.
“A alimentação é parte importante no cuidado de pacientes com cálculos renais e distúrbios metabólicos relacionados. Dietas ricas em proteínas, sódio e alimentos ultraprocessados podem aumentar a formação de cálculos, enquanto a hidratação adequada e o consumo equilibrado de alimentos in natura, especialmente frutas cítricas, vegetais e fontes adequadas de cálcio, podem reduzir os riscos. A avaliação criteriosa do padrão alimentar, evitando suplementos prejudiciais, e a análise detalhada dos exames laboratoriais (sangue e urina), bem como da composição mineral dos cálculos possibilitam individualizar o tratamento nutricional e melhorar o cuidado ao paciente”, relata a nutricionista Rafaela Caron, doutora em Nefrologia e professora da Escola Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS.
Esse trabalho multidisciplinar, que envolve engenheiros, geólogos e químicos para apoiar médicos, nutricionistas e pacientes reforça a relevância da atuação ecossistêmica na área da inovação. “O novo serviço do IPR é um exemplo claro de como a inovação acontece. Ao fazer parte de um ecossistema de inovação, como o Tecnopuc, as pessoas conseguem olhar para além de suas áreas de formação e de atuação na busca de soluções a problemas diversos. E, em colaboração com profissionais de diferentes áreas, encontrar novos caminhos para impactar positivamente a sociedade”, destaca Flavia Fiorin, gestora de operações e empreendedorismo do Tecnopuc.
O valor da análise é de R$ 248 e mais informações podem ser obtidas com o IPR, pelo WhatsApp (51) 98348-0174) e pelo e-e-mail ipr.vendas@pucrs.br. O IPR é um dos dois laboratórios do Brasil a realizar esse tipo de análise.
Localizado no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) desde a sua fundação, em 2014, o Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR), tem por objetivo fomentar, dar visibilidade e proporcionar um crescimento sustentado das ações da universidade em pesquisa, desenvolvimento e inovação na área de petróleo e derivados, recursos naturais, energia e meio ambiente. O Instituto possui acreditação internacional nas normas ISO/IEC17025 e ISO17034, cobrindo as atividades desenvolvidas em seus laboratórios, incluindo os ensaios realizados, amostragem e produção de materiais de referência certificados.
Como elemento-chave do instituto, uma equipe multidisciplinar composta por professores, pesquisadores, auxiliares de laboratório, profissionais administrativos e alunos de graduação e pós-graduação da PUCRS desenvolve atividades de excelência, fazendo com que resultados de análises, produzidos com rigor e qualidade, sejam transformados em informações estratégicas e elementos de tomada de decisão para os parceiros do instituto. Acesse o site oficial do IPR.
Sua estrutura no Parque compreende 5000 m² de área construída, com um prédio de sete andares (o 96), onde os quatro primeiros são destinados a laboratórios de alta complexidade e os três últimos a salas de pesquisadores e infraestrutura administrativa. O IPR inclui o Laboratório de Análises Químicas (LAQ), o Laboratório de Caracterização de Rochas (LCR), o Laboratório de Geoquímica e Petrofísica (LGP), o Laboratório de Isótopos e Geocronologia (LIG), Laboratório de Monitoramento Ambiental e Biotecnologia (LMA) e o Laboratório de Tecnologias de Baixo Carbono e Hidrogênio (LBC).
Recentemente, o IPR passou a oferecer o Inventário de Gases de Efeito Estufa e foi finalista do Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2023 em projeto com a Petrobras.
O Fórum Internacional do Meio Ambiente (FIMA), organizado pela Associação Riograndense de Imprensa (ARI), em parceria com Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos), Ministério Público do RS, e pelo Grupo de Pesquisa em Jornalismo Ambiental da UFRGS (GPJA), irá acontecer entre os dias 12 e 13 de março. O Fórum tem como objetivo discutir questões relacionadas ao meio ambiente do ponto de vista político e social, promovendo não só um debate, mas também um espaço de aprendizagem para estudantes, jornalistas e público em geral.
O tema do 12º Fórum Internacional do Meio Ambiente é “Água e Energias Renováveis”, e o evento busca possibilitar reflexões sobre as formas de produção de energia e o uso da água, principalmente em temas como o hidrogênio verde e a produção de energia eólica. Também serão debatidas as implicações da implantação de fazendas de aerogeradores em lagoas e nas áreas litorâneas. O tema escolhido envolve dois grandes desafios da sociedade atual: preservar a qualidade e a riqueza ecológica da água do planeta e equilibrar o aumento da demanda de energia com a necessidade de preservação da natureza. Dessa forma, o evento promove uma discussão aprofundada sobre o uso desses recursos, com o objetivo de buscar soluções inovadoras e socialmente justas globalmente e em nível local.
O Fórum irá contar com a presença de diversas lideranças e autoridades da temática no Brasil. A liderança indígena Junior Hekurari Yanomami será um dos palestrantes do evento e irá ministrar a palestra “Terra Yanomami: garimpo, crise humanitária e o papel do jornalismo”. Presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami, Junior é ativista e denuncia a crise humanitário na terra indígena Yanomami, o garimpo ilegal e o desmatamento da Amazônia.
Durante o Fórum também acontecerá a 1ª Mostra de Jornalismo Ambiental. Serão aceitos até 16 trabalhos entre reportagens e projetos de extensão que abordem a temática ambiental. Os trabalhos consistem em reportagens premiadas ou indicadas por professores, além de projetos de extensão aprovados pela universidade, com a indicação do orientador. Os trabalhos podem ser enviados até o dia 7 de março.
Ao trazer o tema água e energias renováveis para o debate, o Fórum conecta as duas temáticas com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidades (ONU) que são traduzidas pelos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS): Vida na Água (objetivo 14) e Energia Acessível e Limpa (objetivo 14). A Agenda 2030 é um guia desenvolvido pela ONU que funciona como um plano de ação para colocar o mundo em um caminho mais sustentável e resiliente até 2030. Empresas, organizações, instituições de ensino são incentivadas a tomar parte nesse projeto global e a PUCRS é uma delas: a Universidade firma esse compromisso de impacto social diariamente através dos seus projetos de pesquisa, ensino, extensão e inovação.
A Inauguração do novo Centro de Estudos da Cultura Polonesa acontece no dia 15 de março. / Foto: Divulgação
No dia 15 de março, às 17h, acontece a inauguração do Centro João Paulo II de Estudos da Cultura Polonesa, uma nova parceria entre a PUCRS e a Universidade Católica João Paulo II de Lublin/Polônia (KUL). Sediado na Escola de Humanidades da PUCRS, o novo Centro tem por objetivo promover a cultura e a história da Polônia, salvaguardar a herança cultural polonesa presente no Brasil e fornecer apoio cultural, pedagógico e científico à população polonesa do Brasil. Fundada em 1918, a KUL é uma das instituições de Ensino Superior mais antigas da Polônia. Entre ilustres professores da instituição encontra-se Karol Wojtyła, que ficou conhecido como o Papa João Paulo II. O Pontífice foi professor de Filosofia na universidade de 1954 a 1978, quando foi eleito Papa.
O novo Centro promoverá cursos relativos à história, língua e cultura polonesa, pesquisas científicas sobre a emigração polonesa e fomentará a cooperação acadêmica entre a PUCRS e a KUL. Para o Decano da Escola de Humanidades da PUCRS, Draiton Gonzaga de Souza, o novo centro é de grande importância para a Escola de Humanidades.
“O ser humano só se torna verdadeiramente humano quando sai de si, vai ao encontro da alteridade, entrando em contato com outras culturas e línguas. A interação com a cultura polonesa consistirá numa importante expansão de horizonte da nossa Escola”, adiciona.
A inauguração do Centro, que acontece no dia 15 de março, contará com uma programação de atividades culturais e religiosas, com a presença da Embaixadora da República da Polônia no Brasil, Bogna Janke, do Reitor da KUL, Mirosław Kalinowski, e do Diretor da Fundação Maximiliano Maria Kolbe Institute, Jacek Gołębiowski. O evento é aberto ao público, com entrada gratuita. Confira a programação:
16h30: Exposição João Paulo II: o presente da Polônia para o mundo (Átrio do Prédio 9)
17h: Cerimônia de inauguração no Auditório da Escola de Humanidades (Prédio 9)
18h30: Missa na Igreja Universitária
19h30: Concerto A Música da Juventude de Karol Wojtyla, com a pianista Agnieszka Schulz e o barítono Andrzej Gladysz (Igreja Universitária)
O concerto A Música da Juventude de Karol Wojtyla, com a pianista Agnieszka Schulz e o barítono Andrzej Gladysz, fechará a cerimônia, com a apresentação de peças para piano e canções dos mais celebrados compositores poloneses do século XIX e do início do século XX, como Moniuszko, Szymanowski, Paderewski, incluindo Chopin.
Além disso, os convidados poderão visitar a exposição João Paulo II: o presente da Polônia para o mundo, no foyer do Salão de Atos. São 13 posteres sobre o legado de João Paulo II, com foco em sua luta pela defesa da liberdade e pelo diálogo inter-religioso, sua peregrinação pelo mundo e suas ações em prol do terceiro mundo.
Para o Cônsul Honorário da República da Polônia em Porto Alegre, Sérgio Sechinski, a criação do Centro Cultural João Paulo II representa uma gama de infinitas possibilidades para as duas universidades, bem como para cada uma no seu contexto de atuação.
“Nos tempos atuais, em que diferentes culturas intercambiam métodos e conhecimento, os resultados de uma aliança significam benefícios em diversos setores da sociedade humana, considerando-se a tradição e os reconhecidos valores das universidades parceiras. Para o estado do Rio Grande do Sul, especificamente, com grande presença de descendentes polônicos, entendo esta parceria como um grande avanço nas relações bilaterais, pelos inúmeros canais que serão criados – e dentre esses, destacando-se a oportunidade de estudos da língua polonesa com referência acadêmica – o que estimulará o acesso à riqueza da milenar cultura polonesa. O que também considero, olhando pelo lado da KUL, a oportunidade de aproximação e estreitamento das relações com a cultura brasileira”, adiciona.
Arkadiusz Stasiak, professor da KUL e um dos membros do Conselho Administrativo do Centro, celebra que o novo centro possibilitará o fortalecimento da identidade polonesa e dos laços com a tradição, história e cultura polonesas entre a diáspora polonesa espalhada por todo o Brasil.
“A atividade do Centro neste programa será multifacetada, concentrando-se principalmente em atividades educativas e de promoção, organização de iniciativas culturais e pesquisa científica”, completa.
Para o professor polonês, o público-alvo do projeto inclui estudantes da PUCRS, jovens poloneses, bem como outros estudantes e jovens brasileiros que tenham alguma ligação com a Polônia. Arkadiusz ressalta que Porto Alegre é um grande centro da diáspora polonesa, que, no entanto, perdeu o conhecimento nativo da língua ao longo das gerações, principalmente devido à antiga política das autoridades brasileiras.
“A língua polonesa, como herança, é atualmente usada por uma pequena parte da diáspora e em diferentes níveis de proficiência. Os jovens, descendentes de poloneses, frequentemente não falam polonês, embora muitos deles expressem o desejo de aprender nossa língua e declarem um forte senso de identidade nacional polonesa”, completa.
A coordenadora do Centro na PUCRS é a professora e pesquisadora da Escola de Humanidades Cláudia Regina Brescancini e para a docente, esse novo espaço atua como um agente de promoção de pesquisas sobre a história, a língua e a cultura da Polônia.
“O Centro Brasil-Polônia pretende atingir não só a comunidade descendente, mas também todos que se interessam pela cultura desse país e pela relação Brasil-Polônia em diferentes dimensões. Sua instalação na PUCRS neste momento soma-se a outras iniciativas da universidade para a ampliação da internacionalização e da interculturalidade no âmbito da pesquisa e da extensão”, celebra a pesquisadora.
A PUCRS recebe, por meio do Fulbright, programa de intercâmbio educacional e cultural do governo americano, o professor Kayvan Najarian, da Universidade de Michigan. O foco de suas pesquisas tem sido o processamento de sinais e métodos de machine learning (ML) para criar sistemas de apoio à decisão clínica, assistidos por computador, que melhorem o atendimento ao paciente e reduzam os custos dos cuidados de saúde.
O laboratório coordenado por Najarian, nos Estados Unidos, projeta sensores para coletar e analisar sinais e imagens fisiológicas. Além disso, suas pesquisas também incluem a criação de sistemas de apoio à decisão para gerenciar lesões cerebrais traumáticas, lesões pélvicas e hipovolemia. Por sua excelência acadêmica, recebeu financiamento de diversas agências, como do Departamento de Defesa Americano e a National Science Foundation.
A Universidade de Michigan é uma das principais universidades americanas, sendo uma das cinco principais em investimentos para pesquisas de alto impacto social. Fundada em 1817, possui mais de 250 cursos de graduação e pós-graduação.
Entre os dias 11 e 15 de março, o professor ministrará a disciplina “Machine Learning e Inteligência Artificial na Pesquisa” para todos os alunos dos Programas de Pós-Graduação (PPGs) da PUCRS. As aulas acontecerão na sala 517 do prédio 32 no turno da tarde. É necessária a inscrição prévia junto à Secretaria de Pós-Graduação da Escola a que o pós-graduando está vinculado ou por meio do Portal de Matrícula. A disciplina discutirá sobre os fundamentos de Inteligência Artificial e Machine Learning aplicados a pesquisas, métodos convencionais de ML, Deep Learning e IA Generativa.
No dia 8 de março, às 11h o professor palestrará sobre o tema “Neurociência do futuro”, buscando evidências em suas pesquisas mais recentes. A atividade acontecerá no auditório do Instituto do Cérebro (InsCer) da PUCRS e é aberta a toda comunidade universitária, sem necessidade de inscrição prévia.
No dia 07 de março às 14h, na sala 704 do prédio 12, Najarian ministrará a aula de boas-vindas aos alunos dos programas de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde, Gerontologia Biomédica e Pediatria e Saúde da Criança da Escola de Medicina. Além disso, também fará palestra destinada aos alunos do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da Escola Politécnica no dia 11 de março às 10h, no Auditório do Prédio 32.
O renomado teólogo, filósofo e poeta, Cardeal José Tolentino de Mendonça, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da PUCRS durante sua passagem pela Universidade. A distinção foi entregue a Tolentino na terça-feira, dia 5 de março, pelo reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira. A mesa composta para celebrar a honraria contou ainda com as presenças do vice-reitor, Ir. Manuir Mentges, do Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre e chanceler da PUCRS, Dom Jaime Spengler e o decano da Escola da Humanidades, Draiton Gonzaga de Souza. Membros do Conselho Universitário, pró-reitores, decanos, Irmãos Maristas, representantes empresariais, autoridades do executivo municipal, estudantes e colaboradores prestigiaram a homenagem.
Conhecido internacionalmente devido seu trabalho no campo da literatura, o Cardeal é considerado uma das vozes mais originais da literatura portuguesa contemporânea e sua obra inclui, além de poesia, ensaios e peças de teatro. Em 2018, o Papa Francisco nomeou José Tolentino como arquivista do Arquivo Secreto do Vaticano e bibliotecário da Biblioteca Apostólica, elevando-o a arcebispo. Nesse mesmo ano, Tolentino orientou o retiro de Quaresma do Papa Francisco e seus mais diretos colaboradores assumiu a missão com a publicação da constituição apostólica Praedicate Evangelium. Tolentino de Mendonça foi professor e vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa e hoje atua como prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação na Cúria Romana.
A cerimônia, que aconteceu no prédio 40, fez parte da programação do Congresso Teológico Internacional de Pastoral Urbana, promovido pela Graduação e da Pós-Graduação em Teologia da PUCRS e pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. O quinteto de cordas da Orquesta Sinfônica de Porto Alegre (OSPA), formado por Eliezer Ribeiro, Éder Silva, Nadabe Tomás, José Milton Vieira e Wilthon Matos, foi responsável pela trilha sonora da cerimônia. O evento também contou com a presença da cantora Clarisse Diefenthäler que, em parceria com o quinteto, entoou a música Tocando em Frente, de Almir Sater e Renato Teixeira.
O Arcebispo e chanceler da PUCRS, Dom Jaime Spengler, destacou que através dessa homenagem, a Universidade busca honrar não só José Tolentino enquanto pessoa, mas também homenagear o Cardeal como um dos mais destacados intelectuais do catolicismo nos dias de hoje. Para o chanceler, Tolentino tem contribuições valiosas para uma das questões mais importantes da humanidade, “O que buscais?”.
“Como afirma o Cardeal, o ser humano é um “buscador”. Mas imediatamente se impõe a pergunta: o que o ser humano busca? A quem o ser humano procura? De onde vem esse impulso humano para a busca? Essa questão foi respondida de diversas formas ao longo da história da humanidade. E, na atualidade, o homenageado tem dado uma contribuição valiosa na elucidação desses questionamentos, lançando mão de elementos da antropologia filosófica e da antropologia teológica, na tradição da Igreja que é perita em humanidade. Com o mistério da encarnação, Jesus Cristo não veio apenas mostrar quem Deus é, mas também Ele desvela quem o ser humano é.”
O Cardeal José Tolentino de Mendonça é um dos nomes mais proeminentes do catolicismo atualmente. / Foto: Giordano Toldo
Emocionado com a distinção, o Cardeal José Tolentino de Mendonça saudou os presentes na mesa e destacou a importância da amizade para a construção de espaços de união entre os cidadãos. Em seu discurso de agradecimento, Tolentino relembrou que, para a filósofa Hannah Arendt, os gregos entendiam que a essência da amizade consistia no discurso. Nesse sentido, o Cardeal questiona o que é uma universidade senão um lugar para trocar palavras, para unir a cidade, para partilhar o mundo com os outros através deste caminho dialógico que é amizade?
“A universidade como instituição tem mais de mil anos de história. A alegria de buscar juntos a verdade de que falava já Santo Agostinho, e naturalmente a alegria de descobri-la e comunicá-la desinteressadamente nos plurais campos de conhecimento, é a sua missão fundamental. Isso mesmo o sublinha o incipit da Constituição Apostólica Ex corde Ecclesiae, aludindo ao facto de que as universidades nasceram da corporação de professores e alunos, livremente unidos na mesma amizade ao conhecimento, para afirmar a centralidade de um diálogo amigo entre saberes que cada geração é chamada a recriar. Nesta linha, uma bela definição de amizade – pessoal e social – é aquela que o Papa Francisco expressa na Encíclica Fratelli Tutti ao exortar a que lado a lado, como artesãos, dêmos concretude ao diálogo que é fonte de paz. Obrigado por esta distinção que hoje me outorgam. Leio-a como uma expressão da vossa amizade para comigo e para com a Santa Sé.”
O reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira, parabenizou o Cardeal pela distinção e relembrou o papel a PUCRS enquanto Universidade que, há 75 anos, vem formando mais do que profissionais competentes: ela forma seres humanos que são capazes de desenvolver suas respectivas atividades laborais dentro dos parâmetros de autêntica excelência humana, pessoal e profissional.
“A educação superior deve almejar a criação de uma nova sociedade não violenta e não opressiva, constituindo-se de indivíduos altamente motivados e íntegros, inspirados pelo amor à humanidade e guiados pela sabedoria e o bom senso.”
O Ir. Evilázio Teixeira enfatiza que, nesse aspecto, o homenageado tem aquilo que talvez seja a principal característica de um educador – e de um sábio: conciliar harmonicamente razão e sensibilidade, prosa e poesia.
“Os frutos dessa harmonia podemos perceber em sua obra teológica e literária. Uma obra tangenciada pelo humanismo e pela espiritualidade. Uma espiritualidade entendida como condição inerente ao ser humano, algo encarnado no contexto real do cotidiano, ou seja, a busca pessoal pelo sentido da existência a partir de interrogações e questionamentos sobre os valores reais da vida a luz do mistério divino. Saiba, Cardeal, que a sua escrita, a sua produção teológica e literária, bem como sua liderança no Dicastério da Cultura e Educação, nos convida a passear pelo pomar, contemplando a vida com todos os sentidos ativados para que sejamos dignos da graça.”
O título de Doutor Honoris Causa é concedido à personalidade que tenha se distinguido pelo saber ou pela atuação em prol das artes, das ciências, da filosofia, das letras ou do melhor entendimento entre os povos. A distinção é o maior reconhecimento acadêmico concedido pela Universidade, outorgado a quem reconhecidamente reúne tantas virtudes.
Além do Cardeal José Tolentino de Mendonça, outras autoridades já foram homenageadas pela PUCRS com o título de Honoris Causa, como Gilles Lipovetsky (filósofo francês), Nélida Piñon (escritora brasileira), Claus-Wilhelm Canaris (jurista alemão), Leo Wetzels (linguista holandês), entre outros.
Mobilidade acadêmica irá proporcionar a vivência da graduação presencial da PUCRS para alunos/as internacionais de nove países. / Foto: Giordano Toldo
Um semestre cheio de possibilidades se inicia para estudantes da Angola, Coreia do Sul, Japão, Alemanha, Itália, Reino Unido, Espanha, México e Colômbia. Viabilizada por meio dos convênios estabelecidos pelo Escritório de Cooperação Internacional da Universidade, a mobilidade acadêmica irá proporcionar a vivência da graduação presencial da PUCRS para alunos/as internacionais de nove países.
A chegada dos novos colegas foi marcada por um seminário de orientação, onde puderam conhecer todas as oportunidades e caminhos ofertados pela PUCRS. Na ocasião, os/as alunos/as foram apresentados aos integrantes desta edição do Amigo Universitário, alunos/as da PUCRS que atuam como parceiros locais, contribuindo para o processo de adaptação sociocultural e integração acadêmica.
O evento durou três dias e, além de conhecerem a Universidade, os/as estudantes também puderam visitar os principais pontos históricos e turísticos da Capital, por meio do City Tour, e se conectar com a cultura local.
Durante o período no Brasil, os/as alunos/as poderão atuar em projetos de pesquisa, através da Iniciação Científica Internacional, participar das atividades de voluntariado organizadas pela Pró-Reitoria de Identidade Institucional, ter aulas de português, como também estar em contato com professores e pesquisadores reconhecidos globalmente. Essas práticas tornam o ambiente acadêmico da PUCRS um espaço plural e diverso, construindo novos aprendizados através da coletividade, formando uma comunidade global.
Para a coordenadora executiva do Escritório de Cooperação Internacional, Carla Bonan, são essas iniciativas que promovem uma significativa experiência de internacionalização no ambiente universitário da PUCRS.
“Através dos convênios de mobilidade acadêmica, proporcionamos oportunidades únicas para alunos de diversos países enriquecerem sua formação, ao mesmo tempo, em que contribuem para a diversidade e intercâmbio cultural em nosso campus, reforçando o compromisso da PUCRS com a formação de uma comunidade global”, destaca a professora.
Além da mobilidade presencial, também se iniciou a mobilidade virtual. No dia 23 de fevereiro, foi realizado o Seminário de Orientação da mobilidade virtual, sendo um momento de boas-vindas e acolhida dos mais de 70 alunos internacionais. Neste semestre, a PUCRS conta com estudantes da Argentina, Áustria, Peru, Colômbia, Chile, Equador, México e Venezuela.
Até o dia 18 de março, estão abertas as inscrições para estudar no exterior ainda em 2024. No programa de mobilidade acadêmica, estudantes da PUCRS de todos os cursos de graduação presencial podem escolher entre mais de 40 universidades de destino para estudar por um semestre, com possibilidade de extensão pelo mesmo período, e os créditos cursados no exterior são validados para a graduação na PUCRS.
inscreva-se na mobilidade acadêmica
As disciplinas apresentadas no site são curriculares e obrigatórias em alguns cursos e podem ser cursadas como eletivas por estudantes de outros cursos. / Foto: Gabriel Schmidt
Os alunos/as da graduação presencial da PUCRS agora possuem uma nova ferramenta para compor sua grade curricular: o site criado especialmente para reunir o catálogo de disciplinas online dos currículos da Universidade, juntamente com a descrição do que consiste em cada uma. O objetivo da página é auxiliar na escolha dessas disciplinas, promovendo ainda mais a autonomia de cada estudante para montar seu percurso formativo.
Para se matricular em uma disciplina online como eletiva, é necessário buscar pelo nome ou código da disciplina no Portal de Matrículas e incluí-la na sua seleção. Algumas disciplinas são liberadas automaticamente; enquanto outras necessitam do preenchimento da Justificativa da Solicitação, informando o motivo do interesse naquela área de estudo. O retorno será dado pelas notificações do próprio Portal.
Débora Conforto, coordenadora de Graduação Online da PUCRS, explica que a motivação para a criação do site vem do crescimento significativo do número de matrículas nas disciplinas online da Graduação presencial: atualmente, são mais de 11 mil matrículas.
“Para que essa experiência do/a estudante na modalidade online seja apoiada desde o seu processo de escolha, é preciso apresentar de forma mais qualificada o catálogo de disciplinas, de diferentes áreas do conhecimento”, pontua.
As disciplinas apresentadas no site são curriculares e obrigatórias em alguns cursos e podem ser cursadas como eletivas por estudantes de outros cursos – uma oportunidade para que eles ampliem o conhecimento em áreas que despertem seu interesse. Para apoiar ainda mais o processo de escolha dos estudantes, cada Escola disponibiliza vídeos sobre cada disciplina gravados pelos professores. Esses vídeos são curtos e objetivos, apresentando o foco de estudo e as expectativas de aprendizagem projetadas para cada disciplina.
O novo catálogo de disciplinas online no portal da PUCRS foi organizado para direcionar, melhor localizar e, é claro, conhecer a amplitude da oferta dessas disciplinas.
“Nesse espaço digital, o estudante passa a ter acesso a um conjunto de informações que melhor direciona sua escolha e, assim, potencializa uma maior personalização e qualificação do percurso de aprendizagem para cada estudante. As disciplinas online materializam o objetivo estratégico de garantir espaço de exercício da autonomia e o protagonismo para todos os estudantes, aspectos valorizados e exigidos na contemporaneidade”, finaliza Débora.
ACESSE O PORTAL DE DISCIPLINAS ONLINE
Sustentabilidade é um assunto urgente nos mais diferentes espaços da sociedade. É impossível hoje imaginar um futuro com desenvolvimento social, ambiental e econômico sem atentar para maneiras de preservar os recursos naturais e de agredir menos a Terra. Neste contexto, algumas profissões e setores se destacam ao protagonizar a mudança, entre elas a de engenheiro/a de energias renováveis. O Brasil é hoje o segundo país que mais emprega no setor, inclusive nas áreas de energia eólica e hidráulica, ficando atrás apenas da China.
Para apoiar quem tem interesse em Engenharias e considera essa carreira uma possibilidade, preparamos este artigo que explica um pouco mais sobre o trabalho deste profissional e suas funções no dia a dia. Continue a leitura e entenda mais sobre o tema!
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Para começar a entender o que faz um engenheiro de energias renováveis, primeiro é preciso aprender sobre o conceito de energias renováveis: fontes de energia derivadas de processos naturais regenerativos, capazes de se reabastecer constantemente. Diferentemente das fontes tradicionais de energia, como combustíveis fósseis, as energias renováveis são extraídas de elementos naturais como sol, vento, água e biomassa, que são inesgotáveis e se renovam naturalmente.
Além disso, são ambientalmente mais sustentáveis, pois sua geração e uso resultam em emissões mínimas ou nulas de gases de efeito estufa e outros poluentes, reduzindo o impacto ambiental em comparação com as fontes de energia convencionais. Tendo isso em mente, o engenheiro de energias renováveis se dedica ao desenvolvimento e implementação de tecnologias que aproveitem essas fontes limpas e sustentáveis. Quando formado, ele poderá atuar em diferentes frentes, seja como pesquisador da área, seja como um funcionário de uma empresa específica responsável por implementar projetos ou até mesmo fazendo a gestão de sustentabilidade da marca.
Atualmente, são conhecidos 5 tipos de energias renováveis, cada uma obtida de um tipo de material. São elas:
A atuação do profissional de energia renovável é muito ampla, mesmo que possa não parecer. Em geral, ele atua em diferentes frentes visando aumentar a sustentabilidade de algum lugar, seja este lugar uma única empresa ou até mesmo, o mundo. No primeiro caso, ele pode atuar em indústrias e em sua estratégia sustentável. Nesse contexto, ele é responsável por aumentar as medidas sustentáveis de determinada marca.
No segundo, seria um trabalho voltado mais à pesquisa, a buscar novos meios de produzir energia renovável, além de criar mecanismos que apoiem a aplicação destas fontes de energia. Também é preciso entender que existem empresas privadas que pesquisam por esses temas, visando encontrar novas ferramentas que não prejudiquem o meio ambiente. Um bom exemplo disso são os carros elétricos. Para ter ideia, a venda desse tipo de veículo cresceu 76% no Brasil em 2023 se comparado ao mesmo período em 2022. Esses carros não utilizam combustível fóssil, gerando uma pegada de carbono menor .
Dada a complexidade e a rápida evolução do campo de energias renováveis, os profissionais frequentemente buscam aprimoramento além da graduação, optando por especializações e pós-graduações. Essa formação adicional não só aprofunda seus conhecimentos técnicos e habilidades práticas, mas também abre portas para oportunidades de emprego mais qualificadas.
Se você tem interesse nesse passo extra, a PUCRS oferece, por exemplo, o curso de Pós-Graduação em Energias Renováveis. Nele, o/a aluno/a aprofunda conhecimentos sobre fontes renováveis com o objetivo de analisar, planejar e projetar unidades integradas de processos na área. Ele é voltado para arquitetos, engenheiros, administradores e demais profissionais interessados no setor.
A sustentabilidade é uma urgência no mundo, como já citamos aqui. Para ter ideia, em 2022, seis a cada dez empresas tinham uma área dedicada ao tema e mais de 45% dos empresários disseram exigir certificados ambientais a fornecedores e parceiros. Os dados são da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Além disso, estima-se que o mercado de energias renováveis deve movimentar 124 bilhões de dólares até 2040. Assim, o engenheiro de energias renováveis tem se tornado um profissional requisitado e procurado pelas empresas. Outro dado interessante: conforme a Bloomberg New Energy Finance (BNEF), empresa de pesquisa do setor, as energias renováveis advindas do sol e do vento representarão quase 50% da produção mundial de energia em 2050. E, considerando todas as energias renováveis existentes, 62% das produções energéticas serão renováveis. É evidente que o mercado das energias renováveis será, e já está sendo, promissor.
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A pegada de carbono é o rastro de gases de efeito estufa que grande parte das atividades humanas deixam, principalmente quando se refere ao uso de energias não renováveis. Quase tudo que o ser humano faz gera uma pegada de carbono, desde como nos alimentamos, nos transportamos, até como produzimos.
A redução da pegada de carbono é uma medida que vem sendo tomada visando diminuir esse impacto ambiental que geramos, que causa prejuízos tanto para o planeta quanto para a nossa própria vida. A pegada de carbono gerada pela vida do ser humano gera consequências irreversíveis para o planeta. Ela é responsável pelo aumento do efeito estufa, o que consequentemente gera mudanças climáticas extremamente prejudiciais para a Terra.
Pensar e implementar maneiras alternativas de viver e utilizar recursos torna ainda mais essencial o papel do engenheiro de energias renováveis.
A engenharia de energias renováveis desempenha um papel fundamental na busca por soluções sustentáveis para os desafios energéticos do mundo atual. Além disso, ela impulsiona a inovação tecnológica, tornando as energias renováveis cada vez mais acessíveis e eficientes. Entenda melhor:
O uso de energias renováveis ajuda a reduzir a dependência de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás natural, que são fontes significativas de emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros poluentes. Isso contribui para a mitigação das mudanças climáticas e a diminuição do impacto ambiental.
A dependência excessiva de uma única fonte de energia pode ser arriscada para a segurança energética de um país. A engenharia de energias renováveis permite a diversificação da matriz energética, tornando-a mais resiliente a interrupções no abastecimento.
Em 2023, por exemplo, as fontes renováveis foram responsáveis por um crescimento de 3,3 gigawatts (GW) da matriz elétrica brasileira. 49,15% vieram de energia eólica, enquanto 37,19% vieram da energia solar fotovoltaica. Esses dados foram divulgados pelo Governo Federal.
A indústria de energias renováveis é uma fonte significativa de empregos em todo o mundo. Desde a concepção e fabricação de equipamentos até a instalação e manutenção de sistemas, muitos postos de trabalho são criados, impulsionando a economia local e global. De acordo com relatório “Energias Renováveis e Empregos: Revisão Anual”, publicado em 2023, por exemplo, foram 13,7 milhões de empregos gerados na área de energia renovável.
Gostou dessa perspectiva de carreira? Saiba que no curso de graduação em Engenharia de Energias Renováveis o estudante terá uma abrangente seleção de disciplinas voltadas à Física, Matemática, Química e Biologia no ciclo básico e disciplinas mais específicas a partir do quinto semestre.
Podemos ver, por exemplo, a grade curricular do curso da PUCRS que oferece uma formação abrangente, combinando conceitos contemporâneos de ensino com uma abordagem multidisciplinar. No início, alunos/as estudam disciplinas fundamentais como:
À medida que avançam, são introduzidos a conteúdos mais específicos:
Sem falar que, durante a graduação, os estudantes participam de atividades práticas em colaboração com outras áreas da Escola Politécnica. Isso inclui trabalhos de pesquisa e projetos junto também de outras áreas do conhecimento como tecnologia da informação, proporcionando uma experiência valiosa não apenas no campo da engenharia de energias renováveis.
Entendeu o que é a Engenharia de Energias Renováveis e por que ela é tão importante? Com ela, podemos garantir novos meios para a diminuição dos impactos ambientais causados pelo ser humano, melhorando nossa vida na Terra. Gostou do artigo e quer conhecer mais sobre esse curso?
Por: Patrícia Flores Magnago
Doutora e professora de Ergonomia da Escola Politécnica da PUCRS
Nesta semana, foi celebrado o Dia Internacional de Combate às Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort): afecções do sistema que agrupa ossos, nervos, músculos e tendões – entre elas tendinites e lombalgias. Estas lesões podem ser causadas por repetitividade, ritmo acelerado, excesso de esforço ou carga, postura estática e/ou incorreta, além de fatores ambientais, organizacionais, psicossociais e doenças crônicas.
De acordo com dados do Sinan, mais de 103 mil casos foram notificados no Brasil de 2007 a 2021. Majoritariamente acometem trabalhadores de 30 a 49 anos (62%) na produção de bens e serviços industriais (43%), mulheres (52%), gerando afastamento (57%) e incapacidade temporária (53%).
Estas evidências geram consequências econômicas, mas é prioritariamente a saúde do trabalhador que está em risco e deve estar no cerne da prevenção. A dor e a notificação são a ponta do iceberg. É sobre a ação preventiva que precisamos agir coletivamente, visando reduzir a probabilidade de exposição aos fatores de risco. Vendo os projetos de postos mais ergonômicos e seguros como investimento e não como gastos.
Existe a Análise Ergonômica Preliminar (AEP) e do Trabalho (AET) previstos na recente atualização da NR17 para um processo analítico, além de pesquisas e manuais com recomendações para mitigar riscos, as quais precisam ser analisadas quanto a viabilidade e adaptação em cada caso. Envolvem, por exemplo: técnicas, mecanismos, layout, rodízios, pausas, ginástica laboral, ajuste antropométrico, mudanças de sistema e proteção de membros.
O compartilhamento de conhecimentos e a capacitação de pessoas neste processo de análise de riscos deve ser maximizado. Assim, poderemos cuidar mais um dos outros, tanto nas interações da atuação autônoma como nas organizações, e criar uma rede de atenção para termos a construção de uma corrente em busca da melhoria contínua e ambientes de trabalhos mais saudáveis.
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