Pesquisa

Face de múmia egípcia é reconstruída em projeção 3D

terça-feira, 13 de agosto | 2019

Iret-Neferet Cícero Moraes/Divulgação

Iret-Neferet
Cícero Moraes/Divulgação

O trabalho de reconstrução facial da múmia Iret-Neferet será apresentado ao público em evento nesta quinta-feira, 15 de agosto, às 19h30min, no auditório Ir. José Otão do Hospital São Lucas da PUCRS. Uma pesquisa realizada na Universidade confirmou a idade, sexo e origem da peça, que chegou ao Brasil na década de 1950 e estava em um museu de Cerro Largo (RS).

O trabalho foi realizado pelo 3D designer Cícero Moraes, que a partir de uma tomografia digital do crânio e de dados como sexo, ancestralidade e faixa etária, reconstruiu a peça anatômica em 3D. Após, o processo seguiu com marcadores que indicam a espessura de tecido mole, reconstrução dos músculos e projeção do nariz, posição dos olhos e orelhas, tudo baseado em literatura técnica da área forense: “Assim que as projeções são feitas é iniciado o processo de escultura digital. Para finalizar, o rosto é então pigmentado, os cabelos inseridos e a indumentária modelada utilizando como referência os dados fornecidos pelo arqueólogo”, indica Cícero. O estudo teve a colaboração do professor da PUCRS Édison Huttner, do cirurgião bucomaxilofacial Eder Abreu Hüttner e do arqueólogo Moacir Elias.

Resultados da pesquisa em destaque

O evento Achados sobre a múmia Ireti-Neferet  será realizado nos dias 14 e 15 de agosto, às 19h30min, mostrando os resultados da pesquisa realizada pelo Grupo de Identidades Afro-egípcias da Escola de Humanidades. A entrada é franca. A realização é do grupo citado, da Escola de Medicina e da Liga Acadêmica de Medicina Narrativa e História da Medicina.
No primeiro dia, serão tratados os temas pesquisa interdisciplinar, Odontologia no processo de datação, determinação do sexo por meio de craniometria e craniscopia e o envelhecer no Egito Antigo (700-300 a.C.). As técnicas de mumificação na época tardia, o isolamento de micro-organismos, aproximação facial de Iret-Neferet e história da Medicina no Egito Antigo e o processo de mumificação serão os assuntos do segundo dia.

Iret-Neferet

A cabeça da múmia egípcia teve a confirmação de idade, sexo e origem em pesquisa realizada na PUCRS. Iret-Neferet (que significa “olho bonito”) viveu entre 768-476 a.C., segundo exame de radiocarbono (C14) realizado nos EUA.  Segundo a pesquisa, a cabeça é de uma mulher de 42 ou 43 anos, que viveu entre o final do Período Intermediário III (1070-712) e o início do Período Tardio (Saíta-Persa: 712-332 a.C.) do Egito. Conforme os resultados do exame de radiocarbono, a múmia deve ter entre 2.495 e 2787 anos. O material estava em um Museu de Cerro Largo, interior do Rio Grande do Sul. O estudo foi realizado pelo Grupo de Estudo Identidade Afro-Egípcias, da Escola de Humanidades da PUCRS, sob coordenação do professor Édison Huttner. Iret- Neferet é a primeira múmia do Brasil a ter idade confirmada cientificamente por exame de radiocarbono.