Debate foi organizado pelo Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas (Conferp)
A programação do XIX Congresso da Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas (Abrapcorp) contou com uma mesa de debate promovida pelo Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas (Conferp), intitulada “Relações Públicas e Crises Sociais: experiências e soluções de comunicação”. A atividade reuniu a Dra. Ilana Trombka, diretora-geral do Senado Federal; o Dr. Jones Machado (UFSM/RS); e Érika Pessoa, conselheira do Conferp.
Ilana Trombka destacou cinco crises marcantes em sua trajetória profissional:
Érika Pessoa abordou o papel do RP Intelligence na neutralização de ameaças reputacionais, destacando que “a crise não destrói a reputação; ela revela como você lidou com o invisível”. Ela enfatizou as crises como oportunidades de evolução, citando o caso da Boate Kiss e as transformações decorrentes dessa tragédia.
Segundo Érika, “as crises nos ajudam na transformação; não devemos ter medo delas, pois são inevitáveis — o despreparo, não”. Ela ressaltou a importância de, mais do que apenas “apagar incêndios”, saber ler os sinais antes da fumaça. Para isso, defendeu o uso da análise de dados para prever cenários, a adoção de uma cultura preventiva como vantagem competitiva e a agilidade na tomada de decisões mais seguras.
A gestão da comunicação no contexto da Sociedade de Risco foi a temática abordada pelo professor Dr. Jones Machado (UFSM), coordenador do Observatório Brasileiro de Comunicação de Crises (OBCC). O professor destacou que o diagnóstico feito pelo sociólogo alemão Ulrich Beck há poucas décadas representa o retrato da sociedade atual. No entanto, a concepção de Sociedade de Risco é muito mais complexa, não se tratando apenas de um diagnóstico apocalíptico.
Ele caracterizou a Sociedade de Risco como um estado de desconfiança, um contexto de incertezas, de riscos reais e potenciais, de estado de alerta permanente, de conjuntura de policrises, de cenário de mudanças, de situação de permacrise e de estado de crise.