O evento de lançamento aconteceu nessa quinta-feira, 28, no Salão de Atos da Universidade
sexta-feira, 29 de novembro | 2024O sistema instalado na PUCRS tem a capacidade de remover 300 toneladas de CO₂ anualmente, equivalente ao impacto de reflorestar 14 a 42 campos de futebol, dependendo da metodologia de plantio. / Foto: Giordano Toldo
“É uma satisfação reunir pessoas que acreditam que a pesquisa e a ciência podem ser um instrumento de transformação da sociedade”. Foi assim que o diretor do Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) da PUCRS, professor Felipe Dalla Vecchia, iniciou seu discurso na cerimônia de inauguração do Laboratório de Tecnologias de Baixo Carbono e o lançamento do projeto DAC.SI (Direct Air Capture System Integration).
O evento, que aconteceu na manhã desta quinta-feira (28), no Salão de Atos da Universidade, marcou o início da operação do primeiro equipamento de Captura Direta de Ar (DAC) no Brasil, com a capacidade de remover 300 toneladas de CO₂ do ar anualmente. O novo equipamento posiciona a PUCRS como pioneira na tecnologia de remoção de dióxido de carbono na América Latina. Esse projeto é uma parceira da PUCRS, por meio do IPR, com a Repsol Sinopec Brasil.
O DAC.SI é um projeto que visa mitigar as mudanças climáticas por meio da captura direta de CO₂ da atmosfera, uma das tecnologias de ponta na área de emissões negativas (NET). O sistema instalado na PUCRS tem a capacidade de remover 300 toneladas de CO₂ anualmente, equivalente ao impacto de reflorestar 14 a 42 campos de futebol, dependendo da metodologia de plantio.
Em sua fala, o diretor do instituto destacou a importância do lançamento e explicou que essa entrega é apenas o início de um trabalho promissor de cooperação, voltado a oferecer soluções para um desafio complexo: o gerenciamento de emissões de CO₂ e suas implicações para o planeta. Felipe também ressaltou que o lançamento celebra os 10 anos do IPR e a entrega de uma nova infraestrutura da PUCRS para comunidade nacional e internacional.
Felipe Dalla Vecchia atua como diretor do Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) da PUCRS. / Foto: Giordano Toldo
“Esse avanço posiciona o País e o Estado na vanguarda do desenvolvimento de uma das tecnologias-chave para a descarbonização, promovendo novos ciclos de carbono. Além disso, abre caminho para o fortalecimento de negócios, a criação de produtos e serviços inovadores, e a geração de empregos e renda em uma nova cadeia de baixo carbono — essencial para enfrentar os desafios do contexto climático que vivemos”.
Além do diretor do IPR, Felipe Dalla Vecchia, o evento também contou com a presença do pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação, Carlos Eduardo Lobo e Silva, da pró-reitora de Graduação e Educação Continuada, professora Adriana Kampff, pró-reitor de Administração e Finanças, Maurício Testa, e demais lideranças da Universidade, professores e técnicos administrativos. Em sua fala, o professor Carlos Eduardo agradeceu os presentes e registrou a felicidade da PUCRS de contar com parceiros tão interessados em produzir soluções de impacto. Além disso, o reitor em exercício destacou que essa entrega faz parte dos direcionadores estratégicos da PUCRS.
Em sua fala, o professor Carlos Eduardo agradeceu os presentes e registrou a felicidade da PUCRS de contar com parceiros tão interessados em produzir soluções de impacto. / Foto: Giordano Toldo
“Descarbonizar o mundo exige competência científica, mas não apenas isso. Também é necessário quem compre, quem contrate, quem gerencie o projeto, quem defina as cláusulas contratuais e quem construa a estrutura física. Essa tarefa exige uma Universidade em que as estruturas estejam sempre orientadas à excelência em tudo o que faz, e que esteja constantemente atenta ao seu impacto e relevância para a sociedade. Sem dúvida, devemos celebrar as muitas entregas de hoje. O DAC.SI e o Laboratório de Tecnologia de Baixo Carbono estão não apenas alinhados com os nossos direcionadores, mas também em perfeita sintonia com os anseios e preocupações da sociedade”, sintetiza Carlos Eduardo Lobo e Silva.
A parceria do IPR com a Repsol Sinopec Brasil para a construção do DAC.SI foi oficializada em 2022, e o lançamento de hoje é um dos resultados de um trabalho construído por profissionais de altíssima qualidade da Universidade. Para prestigiar esse lançamento, também estiveram presentes o CEO da Repsol Sinopec Brasil, Alejandro Ponce, e o diretor de tecnologia e da Repsol, Fernando Ruiz. Ambos destacaram em suas falas a importância dessa parceria e reforçaram a importância do novo laboratório e do DAC.SI para enfrentar as questões climáticas.
“Este é apenas o começo de uma jornada, e estou confiante de que com o apoio de todos de todos aqui presentes, conseguiremos levar esse projeto a novos patamares. De forma a contribuir de forma significativa para enfrentar essas mudanças climáticas e contribuir para uma transição energética justa e eficiente”, destacou Alejandro Ponce.
A colaboração entre a PUCRS e a Repsol Sinopec Brasil, junto com a integração das tecnologias desenvolvidas no laboratório, terá um impacto significativo no desenvolvimento de novos produtos e soluções para a indústria de baixo carbono. / Foto: Giordano Toldo
O Assessor Técnico da Superintendência de Tecnologia e Meio Ambiente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), José Carlos Soares Tigre, também veio prestigiar o lançamento e ressaltou a importância global da iniciativa.
“É uma grande satisfação perceber que os recursos gerados pela indústria fóssil estão, de fato, contribuindo para viabilizar a transição energética e a descarbonização da economia. Quero agradecer à PUCRS e à Repsol Sinopec Brasil pelo convite para estar aqui hoje. Consideramos essencial demonstrar nosso apoio a iniciativas com esse propósito.”
A colaboração entre a PUCRS e a Repsol Sinopec Brasil, junto com a integração das tecnologias desenvolvidas no laboratório, terá um impacto significativo no desenvolvimento de novos produtos e soluções para a indústria de baixo carbono, criando oportunidades de negócios e impulsionando a inovação no Brasil e na América Latina.
“Poderemos nós, de alguma forma, afirmar que contribuímos para a solução dos desafios, e não para o problema”, finaliza Felipe Dalla Vecchia.
Fotos: Giordano Toldo