Em parceria com a Petrobras, webmap interativo reúne informações sobre fontes emissoras, reservatórios potenciais, dados de infraestrutura e logística e classificação dos recursos de armazenamento
quinta-feira, 08 de agosto | 2024Em parceria com a Petrobras, webmap interativo reúne informações sobre fontes emissoras, reservatórios potenciais, dados de infraestrutura e logística e classificação dos recursos de armazenamento
A plataforma pode ser acessada pela internet de forma gratuita. / Foto: Giordano Toldo
O Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR), em parceria com a Petrobras, acaba de lançar a Plataforma GIS CCUS Brasil. A ferramenta consolida e integra informações nacionais sobre os principais aspectos que envolvem CCUS, abreviação da expressão em inglês Carbon Capture, Utilization and Storage, que designa um processo tecnológico que envolve a captura, utilização e armazenamento de carbono. A plataforma pode ser acessada pela internet de forma gratuita.
A GIS CCUS Brasil reúne informações de diversas fontes de dados públicos em um banco de dados robusto e integrado. Os dados vetoriais foram processados com a finalidade de exibir informações de interesse, proporcionando uma visão abrangente e detalhada para a tomada de decisões estratégicas sobre CCUS.
Em formato de webmap, a plataforma baseia-se no conceito global de source-sink matching entre fontes emissoras estacionárias de CO₂ e reservatórios potenciais em subsuperfície e integra a estes, dados de infraestrutura e logística, áreas passíveis de proteção ou restritivas e a classificação dos recursos de armazenamento, conforme a metodologia SPE Storage Resources Management System (SRMS), adaptada ao contexto brasileiro. A avaliação dos dados envolveu a compilação e manipulação de informações e a revisão da legislação pertinente.
Esta iniciativa representa um avanço significativo da tecnologia no Brasil, através de uma base sólida para decisões estratégicas que aceleram a implementação do CCUS e fortalecem a posição nacional na vanguarda das soluções globais para a mudança climática.
“A plataforma é uma ferramenta pioneira no cenário brasileiro de CCUS que, além de ser capaz de apoiar na tomada de decisões estratégicas, pode ajudar no engajamento público, promovendo a conscientização e aceitação pública da tecnologia, crucial para sua adoção bem-sucedida”, explica a coordenadora do projeto Clarissa Lovato Melo.
A tecnologia de CCUS envolve a captura de dióxido de carbono (CO2) proveniente de processos industriais, seu transporte por navios ou dutos, a possibilidade de utilizá-lo como subproduto e, finalmente, seu armazenamento em subsuperfície. Para armazenamento permanente, o CO₂ é injetado em formações geológicas profundas, como reservatórios de petróleo e gás esgotados, reservatórios salinos, camadas de carvão não mineradas e outros tipos de rochas específicas (ex. sal e basaltos). Isso garante que o carbono fique armazenado de forma segura por milhares ou até milhões de anos, evitando o aumento de CO₂ na atmosfera.
A tecnologia de CCUS pode ser aplicada a usinas de energia e outros setores industriais, permitindo que continuem operando enquanto se adaptam ao novo cenário energético global. Ela é especialmente útil para setores que dependem de matérias-primas ricas em carbono, como o setor de óleo e gás, ou que produzem altas emissões de CO₂, como as indústrias de cimento, aço e produtos químicos.
O CCUS é uma das importantes soluções tecnológicas na luta contra as mudanças climáticas, pois permite capturar e armazenar CO₂ de maneira segura e eficiente, contribuindo para a redução das emissões globais de carbono, possibilitando uma transição energética justa e ajudando a criar um futuro energético mais sustentável.
O banco de dados conta com dados de emissões de mais de 1.500 fontes de CO₂ do setor de difícil abatimento e energia. Além disso, apresenta em torno de 18.000 elementos de infraestrutura e logística e mais de 370.000 áreas restritivas ou passíveis de proteção. A análise do potencial de armazenamento geológico de CO₂ nas bacias sedimentares brasileiras integrou dados de 30.621 poços exploratórios, 14.900 levantamentos geofísicos, bem como informações geológicas e geotérmicas de 72 bacias sedimentares terrestres e marítimas, consolidando centenas de camadas que ilustram a distribuição e a espessura dos elementos dos sistemas de armazenamento de CO₂, com destaque para a capacidade volumétrica de reservatórios salinos e de hidrocarbonetos depletados.
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