Cultura

Cidadão do mundo: como aprender novos idiomas pode melhorar a experiência em eventos como os Jogos Olímpicos 

quarta-feira, 31 de julho | 2024

Uma nova língua abre caminhos para novas possibilidades  

O jogador da seleção masculina de vôlei Yoandy Leal nasceu em Cuba e joga pelo Brasil desde 2019. Foto: Olympics/Divulgação/Buda Mendes/Getty Images

Aprender novos idiomas pode expandir as possibilidades de uma pessoa. Seja para conquistar um novo emprego ou para realizar o sonhado intercâmbio, saber como se comunicar em outra língua vai além da fluência: é uma forma de também conhecer uma nova cultura. Os Jogos Olímpicos são um grande exemplo onde a língua e cultura se encontram.  

Embora o francês e o inglês sejam as línguas oficiais dos jogos, o evento permite que atletas, comissão e outras pessoas envolvidas nas competições tenham contato com outros idiomas e culturas. E esse contato às vezes acontece antes dos jogos, dentro das equipes. Um exemplo disso é o jogador da seleção masculina de vôlei Yoandy Leal que nasceu em Cuba e joga pelo Brasil desde 2019.

Mas, como podemos aprender um novo idioma? Conversamos com a coordenadora do curso de Letras-Inglês da Escola de Humanidades da PUCRS, Aline Fay, e com a professora de Francês Maria Elizabeth Schneider para entender a importância da comunicação em outros idiomas. Confira! 

Antes de tudo: estude de maneira eficaz  

Aprender um idioma amplia nossas possibilidades de conhecer outras referências e de nos conectarmos com pessoas de outras nacionalidades e culturas. Nos Jogos Olímpicos, se você é atleta ou se faz parte do público, se comunicar com clareza é essencial para viver uma experiência positiva. Para a professora Aline Fay, uma das formas mais eficientes e eficazes de se aprender um idioma é através de um ensino sistemático e contínuo. 

“O ideal é investir em cursos de idiomas, presenciais ou online- síncronos, com professores com graduação em Letras, que além da proficiência no idioma, são preparados didaticamente para ensinar uma língua adicional”, explica a docente.  

Superando as dificuldades de uma nova língua  

Estudar uma nova língua pode ser um grande desafio. Ambas as professoras explicam que uma das maiores dificuldades de falantes do português é a pronúncia no francês. Aline Fay esclarece que se ambientar com o alfabeto e a pronúncia das palavras no idioma constitui um dos primeiros passos para aprender francês. Se o objetivo do/a estudante é se comunicar efetivamente em francês, é crucial expandir o vocabulário.  

“Aprender palavras e frases comuns do dia a dia e, gradualmente, adicionar novas expressões ao seu repertório pode ajudar bastante. A gramática pode ser um desafio para os iniciantes em língua francesa, mas ela deve ser entendida como parte importante para o domínio do idioma. Entender os fundamentos da gramática francesa, como artigos, substantivos, verbos, pronomes e adjetivos, é essencial para construir uma base sólida no aprendizado da língua”, elucida Aline.  

Fluência e proficiência na língua: tem diferença? 

Depois de iniciar os estudos em um novo idioma, o nosso próximo pensamento é como tirar aquele conhecimento do papel. Mas como atingir esse objetivo? Antes de tudo, a professora de francês Maria Elizabeth Schneider explica que ser fluente e possuir proficiência são duas competências distintas. A docente enfatiza que uma das principais diferenças entre fluência e proficiência é que o primeiro é referente às habilidades para se comunicar com fluidez em um idioma – capacidade fundamental para vivenciar megaeventos em outros países, como os Jogos Olímpicos. Aqui, o que vale mais é a espontaneidade, inclusive, para entender gírias e expressões típicas de pessoas nativas. 

“Ser fluente tem a ver com a habilidade de se comunicar de forma fluida e natural em situações cotidianas, com um bom domínio do vocabulário e gramática. Uma pessoa fluente é capaz de se expressar com facilidade e compreender a maioria das conversas”, exemplifica.  

Já na proficiência, o indivíduo pode não entender a espontaneidade da comunicação das pessoas nativas, mas, ainda assim, consegue se comunicar. Isso acontece graças aos conhecimentos mais técnicos adquiridos no aprendizado do idioma. 

“Desse modo, a fluência é requerida em situações nas quais o indivíduo precisa se comunicar naturalmente, como em viagens e no atendimento ao público. Por outro lado, a proficiência no idioma é solicitada em ambientes acadêmicos e corporativos devido à necessidade do domínio das estruturas gramaticais e linguísticas.” 

Os níveis de proficiência são medidos em: A1 (básico iniciante); A2 (básico intermediário); B1 (falante independente básico); B2 (falante independente avançado); C1 (proficiente avançado) e C2 (domínio pleno). A professora Maria Elizabeth Schneider explica que o nível A2, correspondente ao pré-intermediário, pode ser o suficiente para se comunicar em um local de outro idioma.  

“Os/as estudantes desse nível de proficiência já sabem falar de forma básica em situações comuns da viagem, como pedir comida em um restaurante, fazer compras em uma loja e solicitar orientações na rua. Com o conhecimento pré-intermediário, é possível se comunicar em outro país para fins básicos, pois os alunos nesse nível já possuem uma noção de palavras mais utilizadas no vocabulário.” 

Além da sala de aula  

Para além do aprendizado por escrito, o contato constante com a nova língua estudada, como ouvir músicas, assistir a filmes e séries, e praticar conversações com nativos, é fundamental para enriquecer suas habilidades de compreensão e expressão oral. A professora Aline Fay lembra que existem diversos recursos disponíveis que podem auxiliar no aprendizado de idiomas, como aplicativos, aulas online e podcasts.  

“Explorar essas diferentes ferramentas pode ser extremamente positivo no aprendizado para além da sala de aula. Além disso, é essencial manter uma atitude positiva e persistente, mesmo diante das dificuldades. A confiança no processo de aprendizado e a disposição para cometer erros e aprender com eles são elementos-chave para superar os desafios e progredir no domínio da nova língua”, sintetiza.  

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Estude Idiomas na PUCRS  

Ficou com vontade de aprender um novo idioma? Além do inglês e do francês, a PUCRS, através do Centro de Idiomas – Lexis, também oferece aulas em alemão, chinês (mandarim), coreano, espanhol, italiano, japonês e russo. Os encontros acontecem no formato presencial ou ao vivo com professores altamente capacitados. As inscrições estão abertas e as aulas começam no dia 7 de agosto.