Júlio César Bicca-Marques estuda a conservação de primatas há mais de 35 anos
quarta-feira, 03 de julho | 2024Júlio César Bicca-Marques estuda a conservação de primatas há mais de 35 anos
Foto: Matheus Gomes
Os primatas possuem uma grande diversidade de espécies no mundo, sendo o Brasil o país campeão. Todavia, esses nossos parentes próximos vêm enfrentando um conjunto de ameaças oriundas das atividades humanas que comprometem a sobrevivência das espécies. Atualmente, 69% das espécies de primatas estão listadas como ameaçadas de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza e 94% das populações estão diminuindo.
Um grupo internacional de pesquisadores se reuniu para analisar o impacto do tráfico de primatas na sua conservação. A equipe foi composta por cientistas de diversas instituições, como University of Illinois at Urbana-Champaign, Universidad Nacional Autónoma de Mexico, Oxford Brookes University e Indian Institute of Technology. A PUCRS participou desse trabalho com o professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e do Programa Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade, Júlio César Bicca-Marques.
Os autores analisaram as causas e as consequências da caça e captura de primatas para uso na alimentação, medicina tradicional, pesquisas biomédicas e como animais de estimação (pets). Além dos impactos na sobrevivência das espécies, esses usos facilitam o transbordamento de agentes infecciosos dos animais para os seres humanos.
Os resultados dessa pesquisa foram publicados na Frontiers in Conservation Science. Este periódico divulga pesquisas de alto impacto socioambiental com potencial para o desenvolvimento de políticas públicas para a conservação da natureza. Além disso, as publicações atuam como uma plataforma de discussão global, intensificando a colaboração internacional para o avanço científico.
Para o professor Bicca-Marques, esse trabalho serve como um alerta para a seriedade do problema do risco de desaparecimento de muitas espécies de primatas ao redor do mundo por diversas causas humanas em um momento em que as mídias sociais têm estimulado um aumento no tráfico de primatas como pets.
“Ao contrário do que o crescente número de postagens de primatas pets usando roupinhas e fraldas nas mídias sociais sugere, os primatas retratados nessas publicações estão em permanente estado de estresse. Além disso, os ‘sorrisos’ típicos dos animais nestas publicações são um sinal de estresse. Os primatas são animais sociais que devem ser respeitados e apreciados em vida livre e não como prisioneiros”, comenta o professor.
Estão abertas, até o dia 8 de julho, as inscrições para o Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade e outros 14 programas na melhor universidade privada do Brasil, a PUCRS. Os programas são reconhecidos nacional e internacionalmente pelo seu modelo de ensino flexível, ampliando a formação por meio de parcerias com universidades estrangeiras e um ecossistema que conecta pesquisa com inovação e impacto social. Além disso, os programas contam com professores de excelência, referências em suas áreas de pesquisa.