Confira orientações de Ana Duarte, farmacêutica e professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS
Campanhas priorizam grupos com mais risco de desenvolver quadros graves das doenças / Foto: Bruno Todeschini
Há quatro anos, a Covid-19 era declarada como ameaça global pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – felizmente, com o recuo dos indicadores de gravidade, a classificação emergencial atribuída à doença foi removida no ano passado. No entanto, isso não significa que os riscos simplesmente desapareceram: de acordo com dados do Ministério da Saúde, ocorreram 1.789 mortes no Brasil entre os dias 31 de dezembro e 2 de março de 2024, o que equivale a aproximadamente 200 vítimas por semana.
Paralelo a isso, outra doença respiratória em circulação é a gripe, causada pelo vírus Influenza. Apesar de geralmente começar a circular durante os meses mais frios (maio, junho e julho), o Ministério da Saúde vem observando uma antecipação da circulação deste e de outros vírus respiratórios desde o ano passado. Devido a isso, a campanha de vacinação contra a Influenza também foi adiantada: a imunização se inicia no dia 25 de março.
Em meio a esses dois contextos, reforça-se a importância de manter o esquema vacinal em dia para prevenção de doenças. Confira respostas para as principais dúvidas e alguns cuidados importantes antes de se vacinar. Ana Duarte, professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS e pesquisadora (principalmente das áreas relacionados a vacinas e imunologia viral), preparou algumas orientações úteis. Confira!
É importante lembrar de levar algum documento de identificação (com foto, de preferência), comprovantes (caso faça parte dos grupos prioritários não relacionados à idade, como profissionais da saúde) e a carteirinha de vacinação das crianças (para Influenza).
Para preservar a saúde, em alguns casos o ideal é adiar a aplicação das vacinas. Em pacientes com doenças febris, por exemplo, recomenda-se esperar até a melhora dos sintomas. A vacina da Influenza pode ser administrada mesmo com a ingestão de outros medicamentos, entretanto, remédios imunossupressores podem atrapalhar a resposta da vacina.
É importante tomar algumas precauções antes de se vacinar/ Foto: Bruno Todeschini
Pacientes que previamente apresentaram reações alérgicas após ingestão de ovo (angioedema, desconforto respiratório, vômitos repetidos) podem receber a vacina para Influenza, desde que em um ambiente onde seja possível o tratamento de manifestações alérgicas graves e com supervisão médica.
Também é preciso ter cautela e avaliar caso a caso ao administrar a vacina em pessoas com trombocitopenia, qualquer distúrbio da coagulação ou a pessoas em terapia anticoagulante.
Não é recomenda a administração simultânea das vacinas contra o coronavírus e a gripe. A indicação é respeitar um intervalo de pelo menos 14 dias entres as doses.
As reações adversas mais comuns associadas a todas essas vacinas estão relacionadas à dor local e eventual processo alérgico. Em especial para vacina da AstraZeneca (Fiocruz), existe o risco muito baixo de ocorrência de coágulos sanguíneos. Preste atenção aos possíveis sintomas, como falta de ar, dor no peito, inchaço na perna, dor de cabeça e abdominal.
Todos os imunizantes disponíveis hoje passaram por longos períodos de testes e análises e são seguros para a utilização pela população. Caso seja necessário, procure orientação médica, mas evite se expor aos vírus.
Além de docente, Ana Paula Duarte de Souza é graduada em Farmácia Bioquímica e Análises Clínicas (UFSM), tem mestrado em Biotecnologia (UFSC) e doutorado em Biologia Celular e Molecular (PUCRS) com sanduíche na University of Melbourne na Austrália (2009) e pós-doutorado na área de Imunologia (PUCRS).