Os alunos da Faculdade de Direito da PUCRS (Fadir), por meio das disciplinas práticas de estágio no Serviço de Assistência Jurídica Gratuita (Sajug), têm a oportunidade de vivenciar o mundo da advocacia. No Sajug, serviço vinculado ao Departamento de Prática Jurídica da Universidade, os estudantes prestam serviços jurídicos gratuitos à comunidade carente que procura atendimento nos Foros Partenon e Central, em Porto Alegre. Quem busca atendimento deve ter tenha uma renda inferior a dois salários mínimos, e as consultas podem ser agendadas por telefone. Estudantes da Fadir interessados em atuar precisam ter concluído 100 créditos, cursado a disciplina de Teoria Geral do Processo e não podem estar vinculados a qualquer outro estágio.
Jociléia Macagnan cursa o último semestre da Faculdade de Direito e está participando da disciplina Sajug 2. Ela tem 39 anos, já possui graduação em Letras, e atua no local às quintas-feiras, das 14h às 17h. Segundo ela, no Sajug é possível aprender como funciona o dia a dia de um escritório de advocacia. Jociléia atende casos de direito de família, como divórcio, com divisão de bens ou guarda de filhos, por exemplo, e casos de direito civil, como cobranças indevidas de conta de luz e telefone. A aluna se surpreendeu com a rotina no local. “Não imaginei que seria uma experiência tão profunda”, revela.
Ela conta que não aprende apenas a parte do direito, mas compreende principalmente aspectos relacionados a postura profissional e ética necessárias no trabalho de um advogado. “É algo que levarei por toda a vida, pois troco experiências com pessoas de realidades muito diferentes e com problemas inimagináveis”, diz. Um dos desafios que Jociléia enfrenta é o de não se envolver emocionalmente nos casos. “Eu ouço só um lado da história, preciso ter discernimento para avaliar o que é verdade e, ainda por cima, ser isenta”, analisa. A estudante destaca a parceria que existe entre alunos e docentes. “O apoio dos professores é constante e todos são excelentes”, diz. Para ela, o ambiente é tranquilo e, mesmo com auxílio dos professores, há autonomia na rotina. “Assim, nós sairemos do Sajug sabendo lidar com diferentes casos e realidades”, finaliza.