Jornadas Anfíbias, Feira do Livro, Silviano Santiago

Escritor e crítico literário Silviano Santiago participou do encerramento das Jornadas Anfíbias / Foto: Luiza Rabello

A PUCRS realizou diferentes atividades dentro da programação da 65ª Feira do Livro de Porto Alegre, realizada entre os dias 1º e 17 de novembro, com o tema Curiosidade é o que nos move. Além da presença da banca da Edipucrs na Praça da Alfândega, houve uma homenagem ao escritor e crítico literário Silviano Santiago, realizada pelo o Instituto de Cultura da PUCRS; e a participação do Observatório Astronômico, da Escola Politécnica.

Edipucrs promove sessões de autógrafo

A Editora esteve com uma banca na Feira do Livro e contou com um balaio de itens com descontos progressivos. Além disso, houve quatro sessões de autógrafos de lançamentos da Edipucrs: Hospital-Bazar, Temas para um envelhecimento bem-sucedido, Guia para a Internacionalização Universitária e (Des)caminhos na comunicação organizacional: ensaios e pesquisas do grupo de estudos em comunicação organizacional. Ainda, no dia 16, foi realizada a Oficina de Introdução à Escrita Criativa, no Centro Cultural CEEE – Erico Verissimo (CCEV) (Rua dos Andradas, 1223).

O livro Guerra de Urina, do autor Altair Martins, publicado pela Edipucrs, foi o vencedor da 2ª Edição do Prêmio Minuano de Literatura na categoria texto dramático. Além deste título, outros dois da editora foram finalistas da premiação: Mulheres pessegueiro, de Patsy Cecato; e Dog day e Diálogos nas folhas em branco, de Fernanda Moreno.

Nesta edição da Feira, foi implementado um novo modelo para comercialização de livros impressos. Trata-se do método de impressão sob demanda (POD – Print on Demand), que permite que a editora amplie seu catálogo de títulos impressos de uma forma competitiva, sustentável e sem a necessidade de geração de estoques. Atualmente, 138 títulos estão disponíveis neste modelo de comercialização, podendo ser encontrados em lojas como Amazon, Mercado Livre, Submarino, Americanas e Estante Virtual.

Escola Politécnica leva telescópios para a Praça da Alfândega

Nos dias 6 e 7 de novembro, o Observatório Astronômico da Escola Politécnica levou dois telescópios para a Praça da Alfândega, com o objetivo de aproximar um pouco as pessoas da ciência. Nas duas datas, a atividade foi realizada das 19h às 20h30min, em frente ao Margs, e atraiu cerca de 240 pessoas.

Essa ação é realizada desde a Feira do Livro de 2010. Com a iniciativa, pretende-se possibilitar que as pessoas presentes no evento tenham contato com um telescópio, além de divulgar o Observatório da PUCRS, atraindo futuros visitantes.

Instituto de Cultura encerra Jornadas Anfíbias

No dia 7 de novembro, o Instituto de Cultura realizou uma edição especial do ciclo Arejando o Cânone, sobre a obra do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto (1920-1999). A atividade aconteceu no CCEV e contou com leitura e análise de poemas.

Já no dia 14, o CCEV recebeu uma edição especial da Biblioteca de Cabeceira, promovida pelo Instituto de Cultura. Na ocasião, o curador do ciclo, Reginaldo Pujol Filho, apresentou a obra Henri, de Gonçalo M. Tavares.

O encerramento das Jornadas Anfíbias, com a presença do intelectual e escritor Silviano Santiago, também ocorreu dentro da programação da Feira do Livro. A atividade se dividiu em dois dias: 12, no CCEV; e 13, no Teatro da PUCRS (Prédio 40). A etapa realizada na Universidade contou com a presença do professor e crítico literário Italo Moriconi (organizador da obra 35 ensaios de Silviano Santiago) e do jornalista e crítico literário Schneider Carpeggiani (editor da nova edição ampliada de Uma literatura nos trópicos).

No início da conversa, Santiago apontou a importância do evento ao oportunizar um “diálogo que momentaneamente se abstém da palavra escrita e acredita, julga e crê na palavra oral, que é um grande mecanismo para a solidariedade, para a amizade e também para a troca de ideias”.  O autor assegurou que, em termos de crítica literária, o único livro que escreveu foi sua tese de doutorado, defendida na Universidade Sorbonne (localizada em Paris/França). Segundo ele, o ensaio é a forma que encontrou para se manifestar nessa área. Sustentou que o gênero é “uma maneira de experimentar uma ideia sobre determinado tema”, é a “exposição de uma ousadia”, uma oportunidade de “jogar ideias para as pessoas pensarem”

Além de escritor e crítico literário, Silviano Santiago foi professor em diversas instituições norte-americanas, no Canadá, na PUC-Rio e na Universidade Federal Fluminense (UFF). Relatou que Italo Moriconi chamou sua atenção para um fato significativo: a sala de aula sempre foi o laboratório de ensaio para suas ideias; o primeiro momento para colocar em discussão as deduções acerca de suas leituras. Para ele, esse espaço possibilita um diálogo essencial para a construção de conhecimento. Disse que nunca deixou de dar aula para poder melhor escrever, já que a sala de aula é, segundo ele, o local de onde saíram seus livros.  “Sem a universidade, não seria quem eu sou”, afirmou, apontando esse espaço como um lugar “onde se pode ter a audácia da ideia, o atrevimento de pensar e de se comportar diferente”. Após a conversa, houve sessão de autógrafos com Silviano.

Foto: Claudio Nadalin/Divulgação

Foto: Claudio Nadalin/Divulgação

Nos dias 12 e 13 de novembro, o Instituto de Cultura da PUCRS, com apoio da 65ª Feira do Livro de Porto Alegre, promove as Jornadas Anfíbias em homenagem ao intelectual e escritor Silviano Santiago, culminando com lançamento e sessão de autógrafos dos livros Uma literatura nos trópicos e 35 ensaios de Silviano Santiago.

O primeiro encontro ocorre às 14h do dia 12, no Auditório Barbosa Lessa do Centro Cultural Erico Verissimo (Rua dos Andradas, 1223). Três debates, reunindo intelectuais, professores, escritoras e escritores, oferecem releituras da obra de Silviano ou se inspiram em sua trajetória para pensar a literatura e a crítica.

No dia 13, às 19h30, Silviano Santiago é recebido no teatro do prédio 40 da PUCRS (Ipiranga, 6681) pelo professor e crítico Italo Moriconi (organizador do livro 35 ensaios de Silviano Santiago) e pelo jornalista e crítico literário Schneider Carpeggiani (editor da nova edição ampliada de Uma literatura nos trópicos).

As Jornadas Anfíbias têm a curadoria do escritor Reginaldo Pujol Filho. A entrada é gratuita e está sujeita à lotação dos espaços.

Programação:

12 de novembro

Centro Cultural Erico Verismo – Auditório Barbosa Lessa

MESA 1 – 14h – O entrelugar de Silviano Santiago

A professora Rita Terezinha Schmidt e o escritor e professor Luiz Antonio de Assis Brasil, com a mediação do professor Ricardo Barberena, debatem o espaço ocupado hoje pela obra crítica e literária de Silviano Santiago.

MESA 2 – 15h – Seres anfíbios

Natalia Polesso, Jeferson Tenório e Amílcar Bettega, assim como Silviano Santiago, são seres anfíbios: ora estão na academia, ora estão na literatura, ora num entre-lugar. Com a mediação da anfíbia escritora e doutoranda em Letras Julia Dantas, conversam sobre suas produções e a experiência de criar e pensar nesses dois terrenos e entre eles.

MESA 3 – 16h – Falar, escrever, significa: falar contra, escrever contra

Em seu já clássico ensaio O entrelugar do discurso latino-americano, publicado em diferentes países e línguas ao longo dos anos 1970, Silviano dizia: “Falar, escrever, significa: falar contra, escrever contra”. Na altura, seu olhar mirava o eurocentrismo e as potências latino-americanas. Hoje, contra que centros se fala e se escreve? Tobias Carvalho, Lélia Almeida e Atena Beauvoir conversam sobre esse tema e suas produções com o poeta Ronald Augusto.

13 de novembro –Teatro do prédio 40 da PUCRS

19h30 – Ora (direis!) puxar conversa

Italo Moriconi e Schneider Carpeggiani conversam com Silviano Santigo sobre os títulos em lançamento e sobre sua trajetória na literatura, crítica e cultura. Após a conversa, Silviano autografa Uma literatura nos trópicos e 35 ensaios de Silviano Santigo (os livros estarão à venda no local).

Saiba mais

Desde o início dos anos 1970, o professor, crítico e escritor Silviano Santiago vem construindo uma trajetória única na cultura brasileira. Seja produzindo uma crítica e um pensamento teórico que influenciam desde então a academia e a crítica, seja escrevendo obras literárias sempre experimentando com gêneros e formas, chega em 2019 como um dos principais nomes da cultura nacional.