Passando por um reposicionamento, o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) já vinha em busca de dar respostas para necessidades de saúde da população que se apresentam a partir do novo contexto demográfico global e das projeções para os próximos anos, como o crescimento da demanda na oncologia, por exemplo. Com a chegada do coronavírus, uma redução significativa no fluxo de atendimento a pacientes com doenças que costumavam ser as mais comuns nos corredores, como câncer e cardiopatias, preocupa os médicos.
Mesmo tendo adotado protocolos de segurança específicos, a instituição acredita que a principal hipótese para a redução no fluxo de tratamentos que são urgentes e muito importantes para a não evolução das doenças, é o medo de contaminação pela Covid-19. Em contrapartida, segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM), no Rio Grande do Sul, 21,76% das mortes são causadas pelo câncer. Em Porto Alegre, o índice chega a 23,11%, números muito superiores à média nacional que é de 16,29%.
Para reforçar aos pacientes que ninguém deve correr riscos desnecessários – nem de contaminação pelo vírus, nem por adiar situações de emergência que oferecem, em alguns casos, até um maior risco à vida – , o HSL criou um vídeo que reforça a preocupação da instituição em manter um ambiente seguro para as equipes, os pacientes e seus familiares.
A produção mostra que o hospital está preparado para atender as necessidades da população. “Trabalhamos rigorosamente para que o ambiente do São Lucas seja seguro para as equipes e pacientes. As nossas taxas demonstram isso. Toda equipe que está na operação Covid foi treinada e é dedicada somente aos casos sintomáticos. Os demais pacientes que precisem realizar exames, cirurgias, consultas ou qualquer tipo de procedimento, são encaminhados para um outro fluxo, totalmente livre de contato com os sintomáticos”, ressalta o diretor-geral do HSL, Leandro Firme.
Na entrada da instituição é realizada uma triagem de sintomas para todos os pacientes e acompanhantes. A recomendação básica é que pacientes oncológicos, cardiopatas e outros que precisem ir às dependências do hospital, sigam os protocolos estabelecidos pelos médicos e pelos órgãos de Saúde responsáveis. Medidas como a utilização de máscara, protetores faciais e a higienização frequente das mãos e dos ambientes já fazem parte da rotina e são intensificadas diariamente.
Cabe lembrar que algumas doenças se agravam com o tempo e, quanto mais precoce o tratamento, maior a chance de recuperação.
Uma pesquisa realizada pelo site Angioplasty.Org, mostrou que o fenômeno é comum também em outros países. Em Nova Iorque (Estados Unidos), por exemplo, o número de pessoas que morreram em casa, de ataque cardíaco, entre 30 de março e 5 de abril, foi 800% vezes maior do que o mesmo período em 2019.
O levantamento ainda revelou que no período houve uma queda de 50% ou mais no número de pessoas tratadas nas emergências de hospitais para o mesmo tipo de problema. Se essas paradas cardíacas tiveram algo a ver com o coronavírus, não se sabe. Mas a pesquisa afirma que muitos dos casos poderiam ter sido tratados prontamente, salvando essas vidas.
Outros sintomas sérios e sugestivos de doenças que exigem tratamento rápido, como infarto, AVC, reações alérgicas severas, não devem ser ignorados.
Assista ao vídeo informativo:
Na próxima terça-feira, 5 de julho, um bate-papo na Feira Agroecológica abordará as doenças crônicas e os compostos bioativos. O encontro é gratuito e aberto ao público, com participação da professora do curso de Nutrição da Faculdade de Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia da PUCRS Sônia Alscher e dos produtores da Feira. O objetivo é apresentar diferentes formas para melhorar a saúde por meio da alimentação.
Os participantes poderão tirar dúvidas sobre os alimentos da Feira e, assim, ter um auxílio na hora da compra. A atividade será às 12h30min. A Feira ocorre todas as terças-feiras ao lado da Biblioteca Central, das 11h às 18h. É um espaço de agricultura familiar no Campus, onde produtores oferecem alimentos orgânicos frescos.