O doutor pelo programa de Pós-Graduação em História da PUCRS, Waldemar Dalenogare Neto, foi o vencedor do Prêmio Fulbright-Capes de Tese, com a pesquisa Os Estados Unidos e a Operação Condor, realizada sob orientação do professor Helder Gordim da Silveira. Para concorrer à honraria, o departamento de cada Universidade seleciona seus melhores trabalhos e os submete ao prêmio. Os vencedores a nível nacional, como Waldemar, recebem uma bolsa de pós-doutorado nos EUA.
Para Helder, orientador da tese, essa premiação é importante por representar o reconhecimento nacional e internacional da qualidade e da relevância dos trabalhos de pesquisa desenvolvidos na Pós-Graduação da PUCRS.
A Operação Condor foi uma campanha promovida pelos Estados Unidos que esteve intimamente relacionada com as ditaduras militares do Cone Sul, como a brasileira, a chilena e a argentina, promovendo ações de terrorismo de Estado. Embora seja um tema já conhecido, a tese de Waldemar possui um ineditismo:
“Por muitos anos esses arquivos que utilizei (da CIA, do Departamento de Estado e das embaixadas) ficaram fechados para acesso e eu consegui essa liberação, através de um processo que iniciei já na minha pesquisa de mestrado. Foi um planejamento a longo prazo”, afirma o pesquisador.
A ideia de Waldemar é realizar um comparativo entre as gestões de diferentes presidentes dos Estados Unidos: os conservadores Richard Nixon e Gerald Ford, que tiveram Henry Kissinger como secretário de Estado, e o governo do democrata Jimmy Carter, que apresentou uma pauta voltada aos Direitos Humanos.
O pesquisador acredita que sua pesquisa poderá auxiliar nos debates historiográficos na Argentina, no Chile e no Brasil, em especial em relação aos crimes cometidos durante as ditaduras e sobre o papel dos Estados Unidos nesses regimes: “Por muitos anos, a administração dos presidentes Nixon e Ford, em especial o secretário Kissinger, afirmaram nunca ter cometido crime algum nesses países. A partir dessas primeiras descobertas, e existe material para mais pesquisas, outros acadêmicos poderão ser motivados a estudar esse assunto”.
“É um avanço significativo no conhecimento sobre um tema de enorme importância científica e social para todo o continente americano e para o Ocidente”, complementa o orientador, professor Helder.
Waldemar realizou toda a sua trajetória acadêmica na PUCRS: a graduação, em que obteve láurea acadêmica, o mestrado e o doutorado, ambos obtidos com louvor. “Eu sempre tive apoio da Universidade em todos os meus projetos. Fiz várias viagens para os Estados Unidos durante minha pós-graduação e sempre contei com o apoio da equipe da pós-graduação para conseguir realizá-las. Só tenho coisas boas a falar sobre a instituição que me possibilitou um grande crescimento profissional”, comenta.
O Projeto Institucional de Internacionalização da PUCRS é voltado para estudantes da Pós-Graduação que desejam realizar seus estudos no exterior. Ele possui três temas prioritários que contam com a participação de professores de diferentes áreas do conhecimento: Saúde no Desenvolvimento Humano, Mundo em Movimento: Indivíduos e Sociedade e Tecnologia e Biodiversidade: Sustentabilidade, Energia e Meio Ambiente. Com ele, é possível ter uma experiência internacional, ampliando ainda mais os conhecimentos envolvidos em uma pesquisa.
Se você se interessa por História e, assim como o Waldemar, deseja realizar mestrado e/ou doutorado na área, as inscrições para o programa de Pós-Graduação em História vão até o dia 12 de novembro!
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Mais de 150 povos indígenas já foram infectados pela Covid-19, com 55.667 casos confirmados até a data de hoje, 18 de junho, de acordo com dados da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). No entanto, essa não é a única realidade que preocupa essas populações: disputas pelas terras, violência e dificuldades econômicas estão entre os problemas enfrentados pelos indígenas na atualidade.
A partir das realidades vivenciadas por esses povos, estudantes e professores da Escola de Humanidades da PUCRS desenvolveram ações que têm os povos indígenas como protagonistas. Confira duas delas:
Por meio de um projeto de extensão, o Núcleo de Estudos em Cultura Afro-brasileira e Indígena (Neabi) da PUCRS, ligado ao programa de Pós-Graduação em História, desenvolveu a iniciativa Tecnologia UV-C no auxílio ao combate à pandemia de Covid-19 em aldeias indígenas. Essa ação visa capacitar agentes de saúde que atuam em comunidades das etnias Potiguara, Gavião, Tabajara e Tubiba Tapuya, no Ceará, a utilizarem um equipamento de luz ultravioleta, denominado UV-C INFO, na esterilização de ambientes.
Essa tecnologia é produzida pela Hüttech, empresa que integra o ecossistema do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) e que realizou doações do equipamento para que pudesse ser utilizado nas comunidades. Sua ação consiste na quebra das ligações de DNA e RNA de fungos, vírus e bactérias pela radiação ultravioleta, esterilizando o ambiente. Dessa forma, o ar e as superfícies que contém uma boa iluminação para a ação do UV-C INFO ficam livres desses microrganismos que podem ser nocivos ao ser humano.
O professor Edison Hüttner, um dos responsáveis pelo projeto, explica que essa iniciativa é importante pois os povos indígenas estão suscetíveis a diferentes enfermidades. “Não apenas o coronavírus acomete essas populações, mas bactérias e fungos, também. Por isso, disponibilizamos essa tecnologia aos agentes de saúde, para que as comunidades indígenas pudessem lutar contra a Covid-19, atuando na prevenção de forma mais efetiva”.
Reunindo representantes de oito etnias indígenas (Kaigang, Xokleng-Konglui, Kaiapó, Boe Bororo e Terena, Suiá, Yawalapiti e Puyanawa) de quatro estados diferentes (Acre, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Pará), o Centro de Análises Econômicas e Sociais da PUCRS (Caes) em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUCRS e o Centro de Estudos Europeus e Alemães (CDEA), realizou o evento Povos Indígenas por eles Próprios no dia 17 de junho. A mediação do foi realizada pelo professor Hermílio dos Santos.
Na ocasião, o cacique Moritororeu Boe Bororo, do Mato Grosso, iniciou sua apresentação realizando uma saudação em sua língua nativa e relembrando o multiculturalismo dos povos indígenas brasileiros. Essa população não é homogênea e isso ficou nítido no evento, visto que cada etnia participante possuía uma língua própria pertencente a diferentes troncos linguísticos, como Pano, Aruak, Bororo e Jê. A resistência cultural desses povos também foi um dos assuntos abordados no encontro.
Além disso, foi discutida a disputa pela terra, uma das principais lutas desses povos na atualidade. A ideia do encontro era observar a perspectiva indígena sobre esses temas, por isso, representantes de alguns dos povos do território indígena do Xingu puderam abordar a questão da extração ilegal de madeira na região, apresentando, além de dados, suas vivências e explicando a importância da relação dos indígenas com a terra em que habitam. Um relatório da ONU de 2018 já demonstrava que as regiões habitadas pelos nativos preservam mais o meio ambiente.
Por fim, foram abordadas características culturais específicas das etnias participantes do evento e suas perspectivas futuras em relação a seus povos.
Em breve, esse e outros encontros que discutiram questões indígenas com a presença desses povos, receberão legendas em língua inglesa e serão divulgados para acesso de todos os interessados.
O Programa de Pós-Graduação em História, da Escola de Humanidades, promove o 11º Congresso Internacional de Estudos Ibero-Americanos nos dias 17, 18 e 19 de outubro, no auditório do prédio 5 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). A atividade terá como tema Os 80 Anos do Estado Novo. As inscrições já estão abertas e o prazo final para envio de trabalhos é 1º de agosto.
O evento bianual reúne professores e pós-graduandos de todo o país e exterior. Dentre os palestrantes convidados estão representantes da Universidade de Lisboa, da Universidad Carlos III (Madri) e da Università Degli Studi di Genova. A proposta é divulgar as pesquisas em andamento nas áreas em que se concentram as atividades de ensino, pesquisa e extensão do PPG em História.
As conferências e mesas redondas abordarão os 80 anos do Estado Novo, literatura, cultura e pensamento social no Brasil dos anos 1930, o Estado Novo e os regimes autoritários ibéricos e a política de nacionalização no Estado Novo. Será fornecido certificado de participação on-line a todos os que tiverem, no mínimo, 75% de frequência. Inscrições e outras informações www.pucrs.br/eventos/int/cieia2017.
Interessados em apresentar trabalhos devem enviar resumo para [email protected], até 1º de agosto, informando o simpósio temático desejado. As propostas serão avaliadas, aprovadas ou não pelo Comitê Científico. O retorno será dado por e-mail até 7 de agosto. Os simpósios temáticos debaterão direitas, história e memória; projetos nacionais autoritários e transições democráticas; autoritarismo e corporativismo; a República pensa e atua sobre seus índios; Estado Novo e educação; história e imagem; história, imagem e cultura visual; imigrantes e descendentes no Estado Novo; produção cultural e vida intelectual no Brasil pós-1922; memória escrita e narrativas orais sobre a cidade e o patrimônio; e rupturas, permanências e transições na ocupação de territórios.
O Programa de Pós-Graduação em História da Escola de Humanidades da PUCRS promove o curso Redes Sociais para a Vida Acadêmica e Outros Recursos Digitais, que ocorre nestas quinta e sexta-feira, 27 e 28 de abril. A ministrante será a professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em História da Escola de Humanidades da PUCRS Natália Santucci. A atividade é gratuita e aberta ao público e ocorre nos dois dias das 14h às 18h. Quem quiser participar pode manifestar interesse pelo e-mail [email protected].
O único pré-requisito é ter conhecimento básico de informática e acesso às redes sociais. O evento será na sala 407.02 do prédio 5 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre). As inscrições devem ser realizadas no dia e local do evento. Informações pelo telefone (51) 3320-3534.